Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Clássicos: Karmann Ghia, o único Volkswagen nacional conversível

Conversível de fábrica mas com ares de um fora de série, a exclusividade fez dele um clássico valorizado e disputado entre colecionadores

Por Fabiano Pereira
Atualizado em 10 ago 2020, 23h30 - Publicado em 9 ago 2020, 15h11
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Karmann-Ghia-conversível-1969-da-Volkswagen
    (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Demorou para a Volkswagen brasileira ter seu próprio Karmann Ghia conversível. Se na Europa já existia desde 1958, por aqui só chegou uma década depois.

    O motor 1200 de 36 cv do Karmann nacional fora substituído pelo 1500 de 52 cv em 1967. Por aqui desde 1962, nosso cupê era uma figura bem mais fácil nas ruas que o Karmann Ghia aberto, até hoje o único VW nacional conversível de fábrica.

    Assim como acontecia com o cupê, o chassi com mecânica saía da fábrica da VW na Rodovia Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), para a da Karmann, perto dali.

    O médico Paulo Cesar Sandler, historiador e autor de livros sobre clássicos nacionais (inclusive um sobre o Karmann), diz que o conversível, feito em lotes, era “um fora-de-série de fábrica”. O teto era mais simples que no modelo alemão, com estrutura própria e sem forração interna.

    Karmann-Ghia-conversível-1969-da-Volkswagen
    (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    Continua após a publicidade

    Para 1968, a linha Karmann Ghia brasileira passou por sua mais expressiva atualização. As lanternas ficaram maiores e as rodas ganharam novo desenho. Com revestimento plástico que imitava jacarandá, o novo painel ainda se ressentia de um conta-giros, mas dispensava o relógio do tamanho do velocímetro.

    No interior, botões e comandos de baquelite, antes brancos, ganharam a cor preta, detalhes presentes no exemplar 1969 cor vinho fotografado.

    De propriedade do presidente do Karmann Ghia Club, Henrique Erwenne, ele foi comprado em 1983 e restaurado por seis anos. “A carroceria é toda nova”, diz o dono. Faróis de milha e de ré, antena e rádio Blaupunkt são acessórios alemães de época.

    Karmann-Ghia-conversível-1969-da-Volkswagen
    (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    Continua após a publicidade

    No banco traseiro cabem só crianças e alguma bagagem atrás do encosto. A falta do teto rígido pediu reforços longitudinais nas portas e transversais na base da capota e batentes. Muito da visibilidade privilegiada pela capota rebatida some ao fechá-la – mesmo com nossa janela traseira maior. Para rebatê-lo, é preciso baixar o zíper da janela traseira antes.

    Comandos e câmbio bem à mão lembram os do Fusca. O volante grande, igual ao do Fusca, ajuda nas manobras. QUATRO RODAS nunca testou o conversível, mas Erwenne estima que o comportamento das duas versões era equivalente.

    Expedito Marazzi avaliou o cupê 1500 em maio de 1967. “Antes do novo motor, até veículos de cilindrada inferior o superavam na estrada, com certa facilidade”, diz.

    Continua após a publicidade

    A chave de ignição comandava a trava de câmbio e só em ponto-morto podia ser retirada, um risco ao estacionar em ladeiras. Em 1970, o motor 1600 de 60 cv e discos de freio dianteiros dariam fôlego extra ao esportivo.

    Karmann-Ghia-conversível-1969-da-Volkswagen
    (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Dos 29 287 Karmann, acredita-se que 177 conversíveis foram feitos até 1971. Nem VW nem Karmann informaram o total. Sandler ouviu outras versões. Georg Maisch, auxiliar pessoal do projetista Harald Gessner, da Karmann na época, lhe disse que foram 169.

    O escritor afirma que alguns cupês tiveram o teto cortado e ganharam numeração falsificada. Um legítimo KG conversível tem lugar de honra em qualquer coleção que prestigie modelos nacionais. E seu preço está à altura de tamanho prestígio.

    Continua após a publicidade

    Publicado originalmente em dezembro de 2009

    Ficha técnica

    Motor: traseiro, longitudinal, 4 cilindros boxer, 1.493 cm³, carburador de corpo simples
    Diâmetro x curso: 83 x 69 mm
    Taxa de compressão: 6,6:1
    Potência: 52 cv a 4.600 rpm
    Torque: 9,9 mkgf a 2.600 rpm
    Câmbio: manual de 4 marchas, tração traseira
    Dimensões: comprimento, 414 cm; largura, 163 cm; altura, 133 cm; entre-eixos, 240 cm; peso, 860 kg
    Suspensão: Diant.: independente, 2 barras de torção, com estabilizador. Tras.: independente, 2 barras de torção
    Freios: tambor nas 4 rodas
    Rodas e pneus: aço, 15 x 4J, pneus 160/15 diagonais

    Preço

    Maio de 1970 – Cr$ 17.971
    Atualizado (IGP-DI, agosto de 2020) – R$ 128.849

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.