As fabricantes de caminhões não escondem que seus produtos vendidos no Brasil são mais potentes e robustos que os equivalentes vendidos na Europa. Mesmo assim, algumas atividades dependem de veículos ainda mais preparados para evitar danos.
É assim que caminhões com proposta mais aventureira começam a ganhar espaço entre os caminhões, enquanto os carros com visual aventureiro perdem espaço.
A solução pode até estar pronta dentro da fábrica. Foi o que aconteceu com extrapesado Mercedes-Benz Actros 2653 6×4, com motor de 530 cv e o novo “Pacote Robustez”. Ele combina a cabine do Actros, um cavalo mecânico para uso rodoviário, com para-choque, conjunto ótico, protetor de cárter e estribo móvel do Arocs, um caminhão voltado para mineração e construção pesada.
“Eu fiquei meio assim quando vi o resultado, mas me convenceram da necessidade deste produto”, contou Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil durante a apresentação do produto na Agrishow.
A necessidade partiu dos segmentos de transporte de grãos e de madeira, que precisam de um caminhão eficiente para longas viagens mas que sejam capazes de acessar a floresta ou a área de plantio, com vias não pavimentadas. Muitas vezes, os caminhões saíam desse tipo de terreno com danos na dianteira.
A customização é feita pelo Custom Tailored Center (CTC) da Mercedes-Benz do Brasil, que atende pedidos de modificações ou adaptações nos veículos de série. Posteriormente, o veículo pode receber um kit que o transforme em um Actros convencional para ser revendido com mais facilidade.
O próprio Arocs 3351 tem nova versão 6×4 (que se soma à 8×4) com motor de 510 cv para ser usado como cavalo mecânico também no transporte de cana-de-açúcar e madeira. É o substituto natural do Axor.
O novo DAF XF Off-Road tem proposta semelhante e também está sendo lançado na Agrishow e sua proposta é voltada para o escoamento das safras de cana-de-açúcar. Quando com o motor PACCAR MX-13 de 530 cv e 265 kgfm, pode tracionar uma composição legal de 91 toneladas para 11 eixos. Mas a capacidade é para 150 toneladas.
O XF Off-road é oferecido na versão 6×4 com redução nos eixos de tração (nos cubos) com relações de diferencial de 4,12:1, 4,55:1, 5,41:1 ou 6,18:1. Ainda tem assistente de partida de rampa; admissão de ar ciclônica, com filtragem de até 80% e menor consumo de combustível.
A Volkswagen, por sua vez, tem na feira os novos Constellation Off-Road 33.480 e 32.380, voltados para . Ambos têm tração 6×4, transmissão automatizada de série, para-choque metálico com proteção nos faróis, volante multifuncional e banco do motorista com cinto integrado com revestimento em couro sintético.
A VW ainda tem um caminhão menor para aplicações que exigem robustez. É o Delivery 11-180 4×4, com motor quatro cilindros turbodiesel de 180 cv e tração 4×4 com reduzida. É o único caminhão médio do Brasil com essa mecânica e ainda tem ângulos de entrada e saída maiores, e bloqueio entre os eixos para mais eficiência em terrenos acidentados e de baixa aderência.
Quem passa pela Agrishow ainda pode dirigir o Delivery 4×4 na mesma pista off-road montada pela VW para o teste das Amarok. Só que o caminhão custa mais caro que a picape: R$ 498.000.