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BYD volta a formar estoque no Brasil e Anfavea defende aumento de impostos

BYD reforça estoques desde já para driblar nova alíquota de imposto de importação, enquanto outras fabricantes defendem aumento imediato do imposto

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 mar 2025, 14h34 - Publicado em 6 mar 2025, 07h00
NAVIO BYD roro explorer 01
 (Divulgação/Quatro Rodas)
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O navio Explorer 01, o primeiro cargueiro dedicado ao transporte de automóveis arrendado pela BYD para seu uso exclusivo, retornou ao Brasil na última semana carregado com 5.524 carros. E todos desembarcaram no porto de Aracruz, no Espírito Santo.

O Brasil foi o maior mercado da BYD fora da China em 2024, com 76.808 carros emplacados e com mais alguns milhares em estoque no país. E a fabricante não esconde que estes novos carros chegam para continuar formando estoques até que sua fábrica em Camaçari (BA) comece a montar carros – uma operação que só começará no segundo semestre.

NAVIO BYD roro explorer 01
(Divulgação/BYD)

Novas remessas de carros deverão chegar nos próximos meses. Isso porque o imposto de importação para híbridos e elétricos aumentará novamente em julho, de 18 para 25% para elétricos, de 25 para 30% para híbridos e de 20 para 28% para híbridos plug-in.

 

A Anfavea, associação dos fabricantes de automóveis, sabendo da chegada de mais um navio com carros importados, voltou a defender a volta imediata da alíquota de importação de 35% para carros elétricos s híbridos. Essa alíquota está sendo recomposta de forma que só voltará a este patamar em 2026.

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“Nenhum país do mundo, com indústria automotiva instalada, tem uma barreira tão baixa para as importações, o que torna o nosso importante mercado um alvo fácil, especialmente para modelos que estão sendo barrados por grandes alíquotas na América do Norte e na Europa. Elas são de 100% nos EUA e Canadá, e podem chegar a 48% na Europa”, diz nota da Anfavea divulgada à imprensa, onde diz que ainda há 40.000 carros importados em estoque no Brasil.

NAVIO BYD roro explorer 01
(Divulgação/BYD)

A Anfavea ainda lembrou que a indústria automotiva vive um momento de recuperação e que, no ano passado, foram anunciados mais de R$ 180 bilhões em investimentos dos fabricantes de veículos e autopeças, também para desenvolver carros eletrificados.

A entidade ainda aproveitou para cobrar pela publicação dos decretos do Programa MOVER, “de forma a conferir maior previsibilidade aos investimentos de nossas empresas associadas”. O Programa MOVER – Mobilidade Verde e Inovação – condiciona incentivos fiscais ao investimento de R$ 60 bilhões em P&D (pesquisa e desenvolvimento).

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Veja a nota da Anfavea na íntegra:

“A ANFAVEA recebe com preocupação a chegada de um navio com mais de 5,5 mil automóveis, num momento em que já há mais de 40 mil unidades importadas em estoque em nosso país. Há cerca de um ano alertamos o governo federal sobre a necessidade de recompor imediatamente a alíquota de 35% de Imposto de Importação (II) para veículos híbridos e elétricos, na tentativa de evitar um desequilíbrio no comércio exterior que possa afetar ainda mais a produção, os investimentos e os empregos na cadeia automotiva brasileira.

Desde julho de 2024, o II é de 18% para elétricos, 20% para híbridos plug in e 25% para híbridos. Nenhum país do mundo, com indústria automotiva instalada, tem uma barreira tão baixa para as importações, o que torna o nosso importante mercado um alvo fácil, especialmente para modelos que estão sendo barrados por grandes alíquotas na América do Norte e na Europa. Elas são de 100% nos EUA e Canadá, e podem chegar a 48% na Europa.

Essa alíquota vem se mostrando insuficiente para evitar uma importação sem precedentes no Brasil. No ano passado, mais de 120 mil veículos, com origem chinesa, por exemplo, foram vendidos em nosso país, um volume três vezes maior do que em 2023, isso sem considerar os cerca de 55 mil veículos que viraram o ano em estoque.

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A indústria automotiva brasileira vem num ritmo de recuperação, após uma década de crises econômicas, somadas aos efeitos da pandemia. No ano passado, foram anunciados mais de R$ 180 bilhões em investimentos dos fabricantes de veículos e autopeças, boa parte para o desenvolvimento de modelos eletrificados. E nosso setor ainda terá, por conta do Programa MOVER – Mobilidade Verde e Inovação – de investir R$ 60 bilhões em P&D (Produto e Desenvolvimento).

Sem um equilíbrio saudável na balança comercial, essa indústria que gera mais de 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos estará sob forte ameaça.

Apoiamos, sim, a chegada de novas marcas ao Brasil, para produzir, fomentar o setor de autopeças, gerar empregos e trazer novas tecnologias. O que vemos, entretanto, são anúncios sucessivos de adiamento dos prazos de início de produção no país.

A ANFAVEA ratifica novamente ao governo federal o apelo para que seja apreciada, pelos órgãos competentes, a recomposição imediata dos 35% de II. Importante, ainda, que a continuidade da política automotiva se concretize, por meio da publicação dos decretos do Programa MOVER, de forma a conferir maior previsibilidade aos investimentos de nossas empresas associadas.”

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A BYD também emitiu uma nota:

A BYD reforça seu compromisso com a reindustrialização do setor automotivo no Brasil, a geração de empregos e a continuidade dos investimentos no país. Desde o início de suas operações em 2015, a empresa tem expandido sua presença nacional com fábricas em Campinas (SP) e Manaus (AM), fortalecendo a cadeia produtiva e investindo na produção local de veículos e baterias. Em 2024, a BYD iniciou a construção de seu complexo industrial em Camaçari (BA), com um investimento de R$5,5 bilhões e a previsão de mais de 20 mil empregos diretos e indiretos.

Os exíguos estoques atuais de veículos importados da BYD têm como objetivo atender à crescente demanda do mercado até que a produção local seja iniciada em 2025. A expansão da empresa no Brasil inclui não apenas a fabricação de veículos, mas também um robusto plano de desenvolvimento tecnológico e sustentável, alinhado às diretrizes do Programa MOVER e ao compromisso com a transição energética do setor automotivo.

A BYD acredita que um ambiente regulatório equilibrado e previsível é fundamental para garantir a competitividade e a inovação no setor, permitindo que novas tecnologias e soluções sustentáveis cheguem aos consumidores brasileiros. A eletrificação da frota é uma tendência global e o Brasil tem a oportunidade de ser exemplo e se consolidar como um polo estratégico para a produção e comercialização de veículos eletrificados.

Com mais de 160 concessionárias em operação – também geradoras de milhares de empregos – e a meta de alcançar 250 até o final de 2025, a BYD segue investindo no Brasil para oferecer aos consumidores produtos inovadores, sustentáveis e acessíveis. A empresa reitera seu compromisso de longo prazo com o país e com o fortalecimento da indústria nacional, promovendo um ecossistema automotivo mais eficiente, moderno e competitivo.

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