Brasileiro escolhe gasolina pelo preço e não pela qualidade, diz pesquisa
Brasileiro é apaixonado por carro. Mas, na hora de abastecer, o bolso fala mais alto
O brasileiro sabe que o combustível interfere no desempenho, no consumo e na durabilidade do motor, mas, na hora de abastecer, a única exigência que faz é que o motor funcione.
Isso foi demonstrado em uma pesquisa da Vibra (ex-BR Distribuidora), feita por ocasião do desenvolvimento das gasolinas Grid e Podium com novos aditivos, lançadas em fevereiro deste ano. “Gasolina boa é aquela que bate na chave e liga”, declarou um dos entrevistados.
Segundo o estudo, esse descaso se deve ao desinteresse do consumidor pelo assunto, à falta de conhecimento técnico e ao descrédito (por conta de experiências ruins com combustíveis de má qualidade). E explica por que a gasolina comum é a mais vendida.
De acordo com o levantamento, a principal motivação de compra da gasolina comum, que é a mais barata, é o preço, embora seja o tipo de combustível que mais atraia desconfiança em relação à qualidade.
A aditivada, que por especificação técnica é a mesma gasolina comum com a mistura de aditivos (para redução de atrito, acúmulo de resíduos etc.), é a mais bem avaliada, por conta de combater uma das grandes preocupações de quem abastece, que é a sujeira no motor.
A gasolina premium (Podium, na Petrobras) é vista como um produto distante do consumidor comum, embora seja bem avaliada pelos que a conhecem. O pior combustível no conceito dos motoristas é o etanol.
Ele foi apontado como um produto de baixa qualidade, que piora o rendimento do motor. “Para muitos, o uso contínuo do etanol (comum ou aditivado) pode até prejudicar o motor”, diz o estudo.
“Seu único atrativo é o preço, desde que a diferença de valor não seja menor que 20%”, aponta a pesquisa. E o diesel também tem boa imagem, embora a maioria dos entrevistados desconheça as variações de diesel aditivado. Em geral, o consumidor considera que o diesel S500 é o diesel comum, e o S10 é o aditivado.
A pesquisa da Vibra ouviu 5.000 pessoas em 12 cidades das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil, em sessões online e presenciais.
O universo de pesquisados foi composto por consumidores (do sexo masculino e feminino, classe A, B e C, entre 25 e 55 anos), responsáveis pelo abastecimento de seus carros; profissionais do ramo (frentistas, gerentes de postos); e especialistas (mecânicos, vendedores e entusiastas).
O objetivo foi conhecer os hábitos de compra de combustíveis, tanto sob o aspecto emocional quanto racional, entender as necessidades dos consumidores e avaliar o conhecimento e a percepção sobre as categorias de combustíveis e as marcas do mercado.