BMW cobra assinatura para suspensão adaptativa que já está no carro
Recurso vem desativado e o cliente terá que pagar um valor mensal para ter acesso ao sistema ou comprá-lo como se fosse um opcional
As fabricntes continuam a procurar uma forma de conseguir mais um pouco de dinheiro dos clientes. Uma dessas maneiras é a cobrando uma assinatura mensal para ativar funções no veículo, mesmo que o carro já conte com o equipamento. É o que a BMW está fazendo com sua suspensão adaptativa M.
Usuários da comunidade r/cars no Reddit compartilharam imagens da situação na Eslovênia, onde a BMW está cobrando 30 euros por mês (R$ 179 pela cotação atual) para que alguns de seus veículos passem a usar a suspensão ativa. Toda a parte mecânica já está no veículo e o cliente paga apenas para ativar o sistema.
A BMW oferece um mês grátis para que os clientes possam experimentar a suspensão ativa e, caso queiram, um plano de assinatura mensal ou anual. Também é possível pagar uma taxa única para comprar o equipamento, como se fosse um opcional de fábrica que foi escolhido.
Este tipo de “serviço” vem sendo testado há um tempo pela BMW, que aplicou um sistema de assinatura para outros equipamentos como assistentes de condução ou bancos com aquecimento. Em setembro de 2023, a empresa havia desistido de cobrar pelos bancos aquecidos, dizendo que “não foi bem aceito pelos clientes” e que eles sentiam “que estão pagando o dobro”.
Felizmente, a BMW ainda não tentou implementar um sistema de assinatura pelos equipamentos aqui no Brasil, onde oferece os itens como opcionais, da mesma forma que outras fabricantes.
A marca bávara não é a única a adotar esta ideia. Em 2021, a Mercedes-Benz começou a cobrar uma assinatura para ter acesso ao sistema de esterçamento das rodas traseiras do sedã elétrico EQS. Era uma versão mais avançada, que elevava o ângulo de direção de 4,5 graus para 10 graus. Também cobrou por um aumento de potência do motor, ativado via internet após pagar a assinatura.
As duas empresas cobram por muitos outros itens separadamente. Itens como controle de cruzeiro adaptativo, rádio digital, destravamento e travamento remoto das portas e farol alto adaptativo costumam ser oferecidos por assinatura em diversos mercados da Europa.
O tema polêmico rendeu dois estudos nos Estados Unidos. A S&P Global Mobility realizou uma pesquisa e concluiu que os consumidores aceitariam pagar uma mensalidade por uma melhoria como navegação por GPS aprimorada ou updates para o assistente de condução. Porém, rejeitão assinar itens que deveriam estar no veículo como partida remota ou bancos aquecidos.
A Cox Automotive obteve um resultado semelhante após entrevistar 2 mil pessoas, afirmando que 53% dos consultados concordariam com uma assinatura se isso reduzisse o preço do carro – o que obtivamente não está acontecendo. Se algumas funções básicas ficassem travadas atrás de um plano de pagamento, quase 70% dos entrevistados afirmamra que iriam para uma outra marca.