O notável projetista Colin Chapman era tão fascinado pela leveza que fez da Lotus — fabricante e equipe de Fórmula 1 — sinônimo de esportivos ágeis e de pouco peso. Mas o futuro é elétrico, e houve quem duvidasse que a Lotus (agora com outro dono) conseguiria manter seu mantra mesmo com as inevitáveis (e muito pesadas) baterias automotivas.
A resposta veio com o Eletre, um superesportivo de 608 cv que não apenas é o primeiro SUV da marca como pode indicar o caminho para que outros elétricos não sejam tão pesados, como de costume.
Fabricado na China a partir de 2023, o modelo não economiza em alumínio e fibra de carbono ao redor da carroceria. Mas o grande diferencial do Eletre é a estratégia de design da Lotus, que buscou tornar o modelo “poroso”.
Há entradas e saídas de ar do para-choque dianteiro ao traseiro, passando pelas portas e aerofólios. Isso favorece não só a aerodinâmica, mas, claro, reduz a quantidade de materiais, ou seja, peso.
Por dentro, todas as superfícies rígidas são de fibra de carbono, enquanto o revestimento premium utiliza um híbrido de algodão e tecido sintético 50% mais leve que couro.
Ironicamente, mesmo com tanto esforço, o Lotus Eletre tem tudo para ser o modelo mais pesado da história da marca: em torno de 2.000 kg. Assim como o preço, essa é a única informação que segue guardada.
Não obstante, o SUV do tamanho de uma Ford Maverick pesará tanto quanto uma Ford Ranger.
Devidas proporções
Um pouco maior que o Tesla Model X (5,07 m), Lotus Eletre (5,10 m) deverá pesar cerca de meia tonelada a menos que o SUV americano
A ergonomia dos ocupantes foi pensada sempre considerando a economia de peso e, além do console central, os encostos de cabeça também são vazados. Para que o excesso de fibra de carbono não ficasse muito rústico,
a Lotus usou restos de fibras para criar uma resina com efeito de acabamento black piano.
Winglets
Para reduzir peso, o aerofólio traseiro teve sua porção do meio removida, restando um par de pequenas asas.