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Alfa Romeo 164: sedã inovador chegou ao Brasil por mais de R$ 1,1 milhão

Rápido, belo e veloz, o Alfa 164 uniu tradição e tecnologia para se destacar entre os melhores sedãs executivos de seu tempo

Por Felipe Bitu
Atualizado em 30 dez 2021, 17h28 - Publicado em 3 out 2020, 13h00
O 164 tinha duas grifes: Alfa Romeo e Pininfarina
O 164 tinha duas grifes: Alfa Romeo e Pininfarina (Xico Buny/Quatro Rodas)

A Alfa Romeo tem seus súditos no Brasil e uma história de amor e ódio no país. Já produziu por aqui, em 1960, com o FNM JK. À época, surpreendeu nossa incipiente indústria pela tecnologia e desempenho.

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Depois, em 1974, cobriu-se de aura e exclusividade com o modelo 2300, mas 12 anos depois deixamos de ter um Alfa nacional. Com a abertura das importações, em 1990, a Fiat começou a importar o modelo 164.

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Desenhado pelo estúdio Pininfarina, foi uma das atrações do Salão de Frankfurt de 1987. Era baseado na plataforma conhecida como Tipo 4, compartilhada com os patrícios Fiat Croma, Lancia Thema e com o notável Saab 9000. Foi o primeiro Alfa Romeo de grande porte dotado de tração dianteira, uma quase heresia para os alfisti mais conservadores.

alfa 164
Monobloco do 164 foi o primeiro a ser desenvolvido com ajuda do computador: tinha peso comedido e excelente rigidez torcional (Xico Buny/Quatro Rodas)

Seus 4,55 metros de comprimento e 2,66 metros entre os eixos não escondiam sua vocação executiva: o 164 veio para enfrentar os melhores sedãs europeus, como Ford Scorpio, Opel Omega, BMW Série 5 e Mercedes-Benz Classe E. O baixo coeficiente aerodinâmico de 0,30 permitia que alcançasse os 200 km/h, independentemente da motorização.

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O monobloco do 164 trouxe outra inovação à casa: foi desenvolvido com o auxílio de computadores, o que ajudou a obter peso comedido e excelente rigidez torcional, característica essencial para o bom trabalho das suspensões independentes nas quatro rodas. A frenagem era comandada por quatro discos de freio, gerenciados pelo sistema antitravamento ABS.

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Na grade dianteira o cobiçado logo da Alfa Romeo
Na tradicional grade dianteira triangular, o cobiçado logotipo da Alfa Romeo – hoje pouco visto no Brasil (Xico Buny/Quatro Rodas)

A versão de entrada vinha com o motor Twin Spark de quatro cilindros, dois-litros, duas velas por cilindro e oito válvulas com comando variável na admissão. Seus 148 cv levavam o sedã de 1.200 kg a 215 km/h, indo de 0 a 100 km/h em menos de 10 segundos. Era o preferido de muitos por ser um motor mais leve, colaborando com a distribuição de peso entre os eixos.

Design externo e interno era assinado pelo estúdio Pininfarina
Design externo e interno era assinado pelo estúdio Pininfarina. Acima, o atestado da grife italiana (Xico Buny/Quatro Rodas)

Havia também um quatro cilindros sobrealimentado por turbocompressor, similar ao motor utilizado no Brasil pelos Fiat Tempra Turbo/Stile. Entregava 175 cv e nada menos que 27 mkgf, fazendo com que a máxima subisse para 225 km/h. O turbo também era aplicado a um econômico motor diesel 2,5 litros e 116 cv.

Suavidade e sonoridade eram exclusivas do lendário V6 de 3 litros idealizado por Giuseppe Busso. Inteiramente construído em alumínio, trazia comandos simples nos cabeçotes e duas válvulas por cilindro, configuração que resultava em 192 cv e 25 mkgf – e que atingia 230 km/h.

Cortes retos marcam o design interno do sedã
Cortes retos marcam o design interno do sedã. À época, um painel repleto de botões era símbolo de status. Câmbio manual de cinco marchas (Xico Buny/Quatro Rodas)

Essa última versão foi a escolhida pela Fiat tanto para o mercado nacional quanto para o norte-americano: ganhou a capa da edição de agosto de 1990 da QUATRO RODAS e surpreendeu pelo desempenho e pela presença de recursos inimagináveis, como regulagens elétricas dos bancos, ar-condicionado digital e nivelamento automático da altura da suspensão traseira, itens presentes neste modelo 1991, do colecionador Alexandre Azevedo.

A estrela do Salão do Automóvel de 1990 tinha um preço salgado: US$ 135.000, equivalente ao do BMW Série 5 e superior ao do Saab 9000, Citroën XM e Volvo 960. O 164 só ficaria realmente competitivo no final de 1993, quando a redução da carga tributária e a otimização da logística baixaram seu preço para US$ 55.000.

135.000 dólares seria 32.130.000 de Cruzeiros no fim de março de 1991, o que corrigindo pelo IGP-M é equivalente a R$ 1.169.716 de agosto de 2020. 

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Com motor V6, o sedã chegava aos 230 km/h
Velocímetro marcava 260 km/h, mas a velocidade máxima era de 230 km/h, na versão equipada com motor V6 (Xico Buny/Quatro Rodas)

Reestilizado, o 164 agora tinha um rival nacional à altura: o Omega CD 3.0. A situação só seria revertida em 1995, com a chegada do 164 Super. Com duplo comando e 24 V, o 164 de 211 cv agora chegava aos 240 km/h.

O 164 teve outras versões que não chegaram ao Brasil, como a V6 2.0 turbo, a Quadrifoglio Verde (com 232 cv) e a Quadrifoglio 4 (AWD). Em dez anos, mais de 273.000 unidades deixaram a planta de Arese e só 6.277 unidades vieram oficialmente para cá. Pouco. Mas o bastante para manter acesa a paixão pelo cuore sportivo.

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Teste QUATRO RODAS – março de 1991

  • Aceleração 0 a 100 km/h: 8,7 s
  • Velocidade máxima: 201,6 km/h
  • Consumo: 8,3 km/l (cidade) / 12,5 km/l (estrada)
  • Preço: US$ 135.000

Ficha técnica – Alfa Romeo 164 1991

  • Motor: transversal, 6 cilindros em V, 2.959 cm3, comandos de válvulas simples no cabeçote, injeção eletrônica, 192 cv a 5.600 rpm, 25 mkgf a 3.000 rpm
  • Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira
  • Dimensões: comprimento, 405,5 cm; largura, 176 cm; altura, 140 cm; entre-eixos, 266 cm; peso, 1.310 kg
  • Pneus: 195/60 R 15

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