Em janeiro de 2020, a Honda confirmou a primeira morte oficial registrada no Brasil devido à falha de projeto dos airbags da fornecedora japonesa Takata. O problema afeta mais de 100 milhões de veículos globalmente, produzidos entre o fim dos anos 90 e meados da década de 2010, e desencadeou a maior série de recalls da história da indústria automotiva global.
Nesta segunda-feira (12) o “airbag mortal” pode ter provocado a morte do policial civil Alexandrino Guilherme Ferreira Junior durante um acidente de trânsito em Belo Horizonte (MG), a bordo de um Honda Civic 2008.
O modelo, uma viatura descaracterizada, está na lista de reparos por conta do airbag defeituoso da fabricante japonesa, mas não há confirmação de comparecimento da unidade para substituição do item de segurança.
Como foi o acidente
Segundo reportagem do G1, imagens de circuito de segurança mostram um congestionamento de veículos sobre o viaduto. É possível notar, de acordo com a publicação, que o carro em que Alexandrino Junior estava não teria reduzido a velocidade, o que deveria fazer. O veículo só teria parado após atingir o carro da frente.
À polícia, testemunhas disseram ter ouvido um disparo de arma de fogo momentos antes da colisão. No entanto, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) diz não ter encontrado vestígios de projéteis no local ou no corpo da vítima. A PCMG diz que um processo investigativo por instaurado para apurar as causas e circunstâncias da morte do investigador.
Após o acidente, no entanto, foi constatado o rompimento da bolsa inflável (airbag). Não se sabe, ainda, se o problema foi um agravante ou o motivo da morte do policial.
Em um acidente, quando a bolsa inflável deveria se deflagrar para evitar o choque de motorista e passageiro contra o painel, um defeito de projeto leva o insuflador a se estilhaçar, projetando fragmentos contra os ocupantes do carro a uma velocidade aproximada de 300 km/h, causando ferimentos que podem ser fatais e já foram comparados a facadas.
É difícil estimar quantas vítimas do problema foram geradas, mas só nos Estados Unidos as autoridades contam 16 mortes oficiais e outros 200 casos de ferimentos leves ou graves.
No Brasil, 39 ocorrências de rompimento do insuflador teriam sido registradas apenas em automóveis da Honda, deixando 16 feridos. O defeito no airbag envolve mais de 2 milhões de carros, de 15 diferentes marcas.