Guia de usados: Nissan Frontier
Robusta e potente, a segunda geração da picape agrada dentro e fora da estrada, mas o custo de manutenção é alto
O segmento das picapes médias hoje é um dos mais aquecidos e tem opções para todos os gostos e bolsos. Veterana, a Nissan destacou- -se por oferecer uma das mais interessantes relações custo-benefício do mercado: a Frontier.
Fabricada no Brasil desde 2002, ganhou a segunda geração na linha 2007, vinda da Espanha, numa série de 200 unidades – a Limited Edition, com 174 cv e um generoso pacote de itens de série. Já como modelo 2008, viria importada da Tailândia na versão SEL.
Completas, no modelo 2008 ambas tinham 4×4 (de acionamento elétrico) com diferencial autoblocante, ABS com EBD, airbags frontais, laterais e de cortina, bancos de couro, ar automático bizona e câmbio automático de cinco marchas. Apesar da idade, são indicadas para quem deseja uma Frontier bem-equipada pagando pouco.
A produção nacional veio na linha 2009, em três versões: a XE trazia só direção hidráulica e travas e espelhos elétricos e foi mais vendida a frotistas, por isso ABS, airbags dianteiros, ar-condicionado e vidros elétricos eram opcionais.
A versão de sucesso SE incorporava os opcionais acima mais som, alarme e grade e para-choque traseiro cromados. A mecânica era a mesma: um 2.5 turbodiesel de 144 cv com câmbio manual de seis marchas. O 4×4 era opcional.
O antigo fôlego das importadas era exclusivo da versão LE, com 172 cv: incorporava o 4×4 e tinha cromado até nos espelhos. De opcionais, bancos de couro, xenônio, disqueteira de seis discos e câmbio automático de cinco marchas.
Para atender às normas de emissões, na linha 2013 as versões XE 4×2 e SE 4×2 passaram a ter 163 cv, enquanto a top LE (e qualquer 4×4) recebeu um motor de 190 cv. A XE adotou airbags frontais e ABS como itens de série.
Na linha 2014, as versões foram redefinidas: S (básica), SV e SL (top). Junto com isso, a SL ganhou equipamentos exclusivos, como ar-condicionado digital, câmera de ré, controles de estabilidade e tração e limitador de velocidade.
Robusta, potente e de consumo comedido, a Frontier também agrada pela dirigibilidade dócil e estável e pelo estilo único: ela é capaz de manter o conforto e silêncio até mesmo nas estradas mais acidentadas.
A maior queixa dos proprietários se refere ao acabamento rústico, à carência de equipamentos de série e ao elevado custo de manutenção, sempre agravado pelos altos valores cobrados pelas peças originais na rede autorizada.
Coma chegada da nova geração, cujas vendas começam no primeiro trimestre de 2017, a tendência é que os preços das usadas e seminovas caia sensivelmente – uma boa oportunidade para quem precisa de uma picape que encare o trabalho pesado sem perder o mínimo de comodidades.
Fique de olho
Cheque se ela tem os dois protetores, que nem sempre foram de série. O primeiro é o do cárter: caso não tenha, veja se não há danos na parte inferior do motor, em especial nas 4×4. Depois é a vez da caçamba: um protetor novo pode esconder amassados e riscos na pintura, sob risco de corrosão.
Onde o bicho pega
Turbo – Nos motores com 190 cv, a falta de potência e a luz de avaria acesa no painel indicam que o sensor de temperatura do turbocompressor realiza leitura incorreta, fazendo com que o módulo entre em modo de segurança. O assunto foi tema de um Autodefesa em setembro de 2014. Exija a troca do sensor em garantia, pois ele não sai por menos de R$ 1.400 na autorizada.
Cruzetas – Presentes no eixo cardã, podem sofrer desgaste prematuro por causa de trancos na transmissão. Atenção especial para as versões 4×4, que possuem cardã na frente e atrás.
Freios – Pesada e veloz, a Frontier exige bastante dos freios, ainda mais se tem câmbio automático. Vale investir numa revisão completa do sistema, com troca de fluido, discos e pastilhas, ao custo de cerca de R$ 1.500.
Câmbio automático – Verifique se a alavanca seletora desliza suavemente e se não há trancos ou retenções de marchas. Em alguns casos, é preciso reprogramar o software na concessionária.
Recall – Foram convocadas 35.280 unidades para a troca da junta da coluna direção e inspeção do torque aplicado nos parafusos da trava do capô. O recall envolve os números de chassi de 94DVCUD409J057792 a 94DVCGD40AJ448724.
A voz do dono
“O desempenho é excepcional: o motor tem fôlego de sobra para encarar os piores terrenos e também surpreende na estrada, sobretudo pelo baixo consumo. Estável, sua dirigibilidade é digna de um automóvel de passeio, mas ela peca pelo painel muito simples, acabamento espartano e poucos itens de série.” – Roman Thomas, 56 anos, engenheiro, São Paulo (SP).
O que eu adoro – “É um tanque de guerra para cidade, campo ou praia: valente como picape e confortável como carro de passeio. O rendimento impressiona: é rápida, mas tem um consumo baixo.” – Ednardo Zanetti, 29 anos, empresário, Belo Horizonte (MG).
O que eu odeio – “O curso da suspensão traseira é muito curto, chega ao batente com facilidade. A rede está abaixo do veículo: peças caras e pós-venda praticamente inexistente.” – Paulo Vargas, 44 anos, advogado, Porto Alegre (RS).
Preço médio dos usados (FIPE)
2013 | 2014 | 2015 | 2016 | |
Frontier S 2.5 diesel 4×4 MT | – | R$ 74.214 | R$ 83.510 | R$ 95.040 |
Frontier SV Attack 2.5 diesel 4×4 MT | R$ 73.909 | R$ 79.259 | R$ 95.650 | R$ 108.866 |
Frontier SV Attack 2.5 diesel 4×4 AT | – | – | R$ 96.758 | R$ 109.581 |
Frontier SL 2.5 diesel 4×4 AT | R$ 85.453 | R$ 90.077 | R$ 104.831 | R$ 121.759 |