F-Pace: a aposta da Jaguar no segmento dos SUVs de luxo
Marca britânica faz sua estreia no segmento mais competitivo da atualidade. Utilitário oferece esportividade e o mesmo nível de conforto dos sedãs da empresa
Até alguns anos atrás, a Jaguar tinha presença discreta no Brasil. Desde a chegada do XF, porém, a história mudou. Novos modelos foram incorporados ao portfólio da empresa, que não apenas viu suas vendas crescerem, como começou a incomodar os prestigiados rivais alemães. Isso ocorreu por três motivos: modelos com pegada esportiva, design atraente e preço competitivo. São os mesmos pilares em que se sustenta o F-Pace.
O SUV está em pré-venda no mercado brasileiro desde julho, nas versões Prestige (partindo de R$ 309.300), R-Sport (R$ 360.500) e S (R$ 405.900). Há também a série de lançamento First Edition (de R$ 416.900), identificada pela cor exclusiva batizada de Azul Caesium e itens diferenciados, como soleiras iluminadas e bancos revestidos em couro da grife inglesa Connolly.
São duas opções de motorização: 2.0 diesel de 180 cv (o primeiro motor da família Ingenium, desenvolvida pela própria Jaguar) e 3.0 V6, de 340 cv ou 380 cv – esta última disponível apenas na configuração R. Todas são combinadas a uma transmissão ZF de oito velocidades com opção de trocas sequenciais, a mesma utilizada no XE. Dele também vem vários elementos de acabamento, incluindo o console central e a maioria dos botões internos.
Todas as versões saem de fábrica com tração integral, faróis de neblina, bancos com ajustes elétricos, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro e revestimento de couro. Dependendo da versão, o F-Pace ganha tecnologias como painel digital em TFT (tela de 12 pol.), suspensão adaptativa, oito airbags, head-up display e a central multimídia InControl Touch Pro – com tela widescreen de 10,2 polegadas, navegador em 3D e sistema de som com 17 alto-falantes.
Avaliamos todas as versões do F-Pace em um percurso diversificado, com trechos urbanos, rodoviários, fora-de-estrada e de serra, com curvas fechadas. Ao volante, a impressão é de estar dirigindo um XE, tanto pelo excesso de componentes em comum entre os modelos (o que está longe de ser um problema, dada a sofisticação do XE) quanto pela dirigibilidade semelhante a de um sedã.
Salvo pela posição elevada de dirigir, nada lembra um SUV. O volante tem ótima empunhadura e os principais comandos de som, piloto automático e ajustes de computador de bordo ficam ao alcance dos dedos. A direção direta oferece respostas rápidas, principalmente em velocidades altas. E há espaço de sobra para quatro adultos e uma criança viajarem confortavelmente, inclusive em distâncias longas.
A suspensão tem amortecedores com curso curto e calibragem dura, maltratando os ocupantes mesmo em buracos pequenos. Mesmo assim, não faz feio no off-road, conforme pudemos comprovar. Embora não tenha ajustes específicos para tipos variados de terreno, o SUV conta com um sistema que identifica a perda de tração em uma das rodas e distribui a força adequada entre elas para tirá-lo de uma situação adversa. No entanto, é bom lembrar que o F-Pace não nasceu para radicalizar: esse papel cabe aos modelos da Land Rover, marca “irmã” da Jaguar.
Com o F-Pace, a fabricante espera atingir clientes na faixa de 35 a 45 anos, sendo a maioria deles do sexo masculino e com filhos. A empresa não fala em números, mas a expectativa é que o SUV repita o fenômeno ocorrido na Land Rover quando a marca lançou o Evoque. Quando aquele modelo foi lançado, clientes de outros fabricantes foram atraídos pela novidade.
A Jaguar aponta Porsche Macan (a partir de R$ 333.000) e BMW X4 (R$ 299.950) como seus principais rivais. Mas o F-Pace claramente tem conteúdo e exclusividade para brigar com modelos um degrau acima dos citados, como o X5 e o Cayenne.