Ícone mundial de eficiência, o Toyota Prius deu origem à família de híbridos que já soma milhões de unidades produzidas. Importada oficialmente pela Toyota, a terceira geração foi exibida no Salão do Automóvel de 2012 e começou a carreira integrando frotas de táxis nas grandes capitais.
Seu maior atrativo foi o trem de força formado pelo 1.8 a gasolina trabalhando em conjunto com um motor elétrico. O quatro cilindros de 16 válvulas e comandos variáveis funciona em ciclo Atkinson e gera 99 cv. A aerodinâmica apurada também ajuda o Prius a superar os 20 km/l de gasolina, na cidade ou estrada.
A potência combinada é de 138 cv, transmitida ao eixo dianteiro por um câmbio eCVT, pois é dentro dele onde estão os dois motores elétricos. A maior diferença de consumo para um carro convencional é na cidade, onde o motor elétrico mais potente costuma atuar sozinho enquanto houver carga na pequena bateria.
Não precisa plugar o Prius na tomada: a bateria é recarregada pelo próprio motor a gasolina, em situações de freio motor e pela função de regeneração da energia cinética das frenagens. Também é possível rodar só com o motor elétrico, no EV Mode, por até 2 km.
Com 2,70 metros entre os eixos, há espaço para cinco adultos e um porta-malas de 445 litros. A versão única trazia sete airbags, partida sem chave, piloto automático, ar digital, couro, som JBL, central multimídia com câmera de ré e head up display.
A redução no imposto de importação para híbridos fez o preço do Prius reduzir consideravelmente na linha 2015, o que colaborou para a forte queda no preço dos seminovos.
Hoje já é possível encontrar exemplares da terceira geração por valores bem abaixo da tabela: verifique apenas se o Prius oferecido não integra o primeiro lote duramente castigado como táxi.
Em 2016, maior e mais baixo e com design polêmico, a quarta geração ganhou plataforma global TNGA e potência combinada de 123 cv, dando mais representatividade ao uso dos motores elétricos. Virou sucesso de vendas no segmento antes do lançamento do Toyota Corolla Hybrid com o mesmo conjunto mecânico.
Após o lançamento do Corolla Híbrido, a quarta geração do Prius ainda recebeu uma reestilização no Brasil. A linha 2019 chegava com faróis espichados, lanternas com formato horizontal e novas calotas aerodinâmicas de duas cores foram introduzidas às rodas de liga leve.
Além disso, o pacote de equipamentos ficou mais recheado, com direito a tela de sete polegadas com função pinça e projeção de celulares. Ainda trazia ESP, ar bizona, faróis e luzes diurnas de led, sensor de chuva, bancos aquecidos e carregador de celular sem fio. Mas não havia grandes vantagens frente ao Corolla, que custava menos.
Com a mesma mecânica, os Toyota Corolla e Corolla Cross híbridos fizeram muito mais sucesso que o Prius, com seu design diferente. Com isso, a Toyota tirou seu híbrido mais famoso do mercado brasileiro em 2021. A desconfiança dos interessados está na durabilidade da bateria e do motor elétrico, mas todas as unidades ainda estão cobertas pela garantia de oito anos para o conjunto.
Além do custo de manutenção similar ao do Corolla, pode haver incentivos fiscais: a cidade de São Paulo isenta o Toyota Prius do rodízio e reduz o IPVA em 50%. Mas como chegou ao Brasil dois anos antes do Corolla Híbrido, pode ser encontrado a partir de R$ 85.000 – preço de carro compacto 1.o manual, como um Hyundai HB20 2024.
Problemas e defeitos do Toyota Prius
TRANSMISSÃO CVT – O fluido do câmbio deve ser inspecionado a cada 48.000 km e substituído obrigatoriamente aos 190.000 km sob condições ideais de uso, mas a troca é altamente recomendada depois da compra de um modelo usado.
Cabeçote 1 – Embora não seja recorrente, há relatos de consumo excessivo de óleo no motor 2ZR-FXE, problema que leva à carbonização das válvulas e a danos ao catalisador. Na dúvida, peça que um profissional verifique o estado das velas de ignição e a compressão dos cilindros.
Cabeçote 2 – A troca de óleo fora dos intervalos recomendados compromete a vida útil da corrente responsável pelo acionamento dos comandos de válvulas. Ruídos anormais podem indicar desgaste em outros componentes como tensionador, engrenagens e outros componentes.
Suspensão – Por ser robusta, ela é quase sempre negligenciada: amortecedores vazando e coifas rasgadas são indícios de problemas à vista. A quarta geração pede atenção pelo maior número de componentes na suspensão traseira.
Recalls – Um é de 397 unidades fabricadas de julho de 2012 a junho de 2013 por falha no módulo do inversor do sistema híbrido. O outro é para 5.547 carros produzidos de 2015 a 2018, cujo atrito no chicote elétrico pode levar a curto-circuito e até incêndio.
A voz do dono
Nome: Marcus Manfrini
Idade: 59 anos
Profissão: engenheiro mecânico
Cidade: Indaiatuba (SP)
O que eu adoro
“Estou no segundo Prius: além da economia de combustível e do silêncio, é ótimo saber que colaboro com a qualidade do ar. Todos os itens são de excelente qualidade, o que gera um baixo custo de manutenção.”
O que eu odeio
“Faltam porta–objetos e itens compatíveis com o preço, como teto solar, freio de estacionamento eletrônico e fechamento automático de portas e vidros. Também faz falta a versão plug-in.”
Preço médio dos Toyota Prius usados (KBB)
Modelo | 2016 | 2017 | 2018 | 2019 | 2020 | 2021 |
Toyota Prius | R$ 85.000 | R$ 89.300 | R$ 96.864 | R$ 119.500 | R$ 150.000 | R$ 160.000 |
Preço das peças
Peças | Original | Paralelo |
---|---|---|
Para-choque (dianteiro) | R$ 880 | R$ 800 |
Farol completo (cada um) | R$ 4.999 | R$ 2.100 |
Discos de freio (par dianteiro) | R$ 832 | R$ 490 |
Pastilhas de freio (par dianteiro) | R$ 285 | R$ 280 |
Amortecedores (os quatro) | R$ 1.814 | – |
Kit de embreagem | R$ 651 | R$ 500 |
O que nós dissemos
dezembro de 2015 “A cabine ficou mais espaçosa devido ao aumento da largura interna em 1,5 cm, do avanço da coluna dianteira e do deslocamento das baterias para debaixo dos assentos. (…) O novo Prius melhorou 60% em rigidez torcional. (…) A nova arquitetura incluiu uma nova suspensão independente, do tipo duplo A, na traseira.”
Pense também em um…
Ford Fusion Hybrid Une a eficiência do Prius a um estilo mais sóbrio. O consumo de 19,2 km/l na cidade e 16,8 na rodovia é mérito do conjunto híbrido com potência combinada de 190 cv que o leva até 100 km/h em 10,2s. Oferece maior espaço e itens exclusivos como bancos elétricos e oito airbags, mas o porta-malas cai para 392 litros (são 412 do Prius).