Do frotista ao casal sem filhos, todos podem se beneficiar com a versatilidade da Fiat Strada da primeira geração, que se destaca das outras picapes por oferecer três opções de cabine (simples, estendida e dupla).
Hoje o ideal é priorizar os modelos fabricados a partir de 2006, que se tornaram flex. A mais simples dessa safra é a Fire 1.4, simples ou estendida. Rústica, tinha só protetor de caçamba como item de série, o resto era opcional. Por isso é a indicada para frotistas ou quem busca um veículo de trabalho.
A Strada Trekking 1.4 tem direção hidráulica, tampa da caçamba removível (o que por um tempo fez dela presa fácil para ladrões), faróis de neblina e protetor nos para-lamas. Se precisar de mais força, há o motor Powertrain 1.8 (112/114 cv), da GM, mais um opcional na lista que inclui cabine estendida, ar-condicionado, vidros e travas elétricos, rodas de liga e som.
Topo de linha, a Fiat Strada Adventure 1.8 trazia visual off-road e cabine estendida ou dupla. Mas em todas as Strada os airbags e ABS eram opcionais pelo menos até o final de 2012.
Em 2009 a Strada Adventure ganhou o bloqueio eletrônico de diferencial Locker, além de visual mais agressivo, suspensão mais alta, enormes pneus 205/70 R15 e ar-condicionado de série. Surgiu também a cabine dupla, para quatro pessoas, e a Working 1.4, posicionada entre a Fire e a Trekking.
Na linha 2011 veio a Sporting, com suspensão recalibrada, rodas aro 16, visual externo próprio e itens como direção, ar e vidros e travas elétricos, além do motor E.torQ 1.8 16V, que substituiu o Powertrain com potência maior (130/132 cv) e consumo menor.
Por sinal, a partir do lançamento da reestilização para a linha 2013, lançada ainda em 2012, a Strada Trekking não só ganhou opção de cabine dupla como passou a ser equipada com o motor 1.6 16V E.torQ (116/117 cv). Entrega desempenho quase tão bom quanto o do motor 1.8, com algum ganho de suavidade. Mas é uma versão rara e saiu de linha em 2016.
Virtudes em todas as Strada são a posição de dirigir elevada, a robustez e a facilidade de manutenção proporcionada pelo compartilhamento de peças com outros grandes sucessos de vendas: os Fiat Palio e Siena.
Entre os defeitos, destaque para o acabamento interno, com plásticos de baixa qualidade. O comportamento dinâmico não é unanimidade: o que o eixo traseiro rígido com molas semielípticas ganha em robustez perde em qualidade de rodagem e estabilidade.
Entre os usados, a Fiat Strada da primeira geração é um cheque ao portador: é anunciar que vende logo. Sem problemas mecânicos crônicos, é unanimidade entre donos, mecânicos e lojistas.
Mas atenção ao comprar peças de reposição, cujo preço varia muito nas autorizadas, que costumam dar descontos só para quem pechinchar. E muitas peças paralelas custam quase o mesmo que as originais.
Principais defeitos da Fiat Strada
Nas Strada Adventure com transmissão automatizada Dualogic, pode haver trancos nas trocas de marcha. Em alguns casos será preciso reprogramar o sistema, serviço que só deve ser feito na rede autorizada.
- Embreagem – De acionamento hidráulico, algumas unidades apresentaram vazamento no cilindro mestre, tornando o sistema inoperante. Peça barata e de fácil substituição, seu reparo não deve custar mais que 500 reais
- Luz do tanquinho – Comum em todos os Fiat é a luz-espia do reservatório de partida a frio, que se recusa a apagar após o reabastecimento. O problema pode estar na boia do reservatório ou na borracha de vedação da tampa, que podem não ser encontrados para pronta-entrega
- Corpo de borboleta e potenciômetro – Os motores GM Powertrain 1.8 podem apresentar falhas causadas por defeito no potenciômetro que aciona o corpo de borboleta. Muitas peças foram trocadas em garantia, mas quem não conseguir terá de desembolsar 300 reais pela peça
Fuja da roubada
Há quem abuse da Strada, carregando muito além dos 705 kg de capacidade máxima. o descuido é evidenciado por molas traseiras arriadas e pode vir acompanhado de outros problemas, como amortecedores gastos e eixo desalinhado. Seu uso com peso acima do indicado ainda pode provocar rachaduras no assoalho.
Preço das Fiat Strada 2015-2020 usadas
Versão | 2015 | 2016 | 2018 | 2018 | 2019 | 2020 |
Strada Working 1.4 CS | R$ 48.540 | R$ 50.100 | R$ 52.620 | R$ 56.839 | R$ 59.430 | R$ 62.439 |
Strada Hard Working 1.4 CD | – | – | R$ 65.739 | R$ 69.499 | R$ 70.430 | R$ 72.439 |
Strada Trekking 1.6 CD | R$ 59.430 | R$ 60.696 | – | – | – | – |
Strada Adventure 1.8 CD manual | R$ 65.980 | R$ 68.131 | R$ 72.320 | R$ 75.649 | R$ 78.965 | R$ 84.390 |
O que dizem os donos da Fiat Strada
“Além de muito bonita, ela é robusta, confortável, macia e silenciosa. Também acho que oferece ótima dirigibilidade, boa estabilidade e transmite segurança, principalmente nas frenagens. Minha única reclamação vai para o motor Powertrain 1.8: poderia andar mais e gastar menos. Sinto que falta torque, principalmente nas retomadas”.
Cleber Barbosa Navas, 69 anos, investigador de polícia, São Paulo (SP)
O QUE EU ADORO
“O melhor dela é a versatilidade: aguenta os piores caminhos e faz bonito quando vai para o asfalto. Não dá manutenção e o consumo do motor E.torQ é ótimo.”
Tião Amaral, 43 anos, autônomo, São Pedro (SP)
O QUE EU ODEIO
“O consumo do 1.8 Powertrain é alto e compromete a autonomia no etanol. O acabamento poderia ser melhor e a tampa traseira removível é vulnerável a furtos.”
Luis Alberto Christofolletti, 49 anos, comerciante, Piracicaba (SP)
NÓS DISSEMOS Julho de 2009
“A tampa traseira é facilmente removível e você não encontrará problemas para amarrá-la na caçamba, repleta de ganchos e protegida por um plástico resistente. (…) O estepe da cabine dupla vai junto à janela traseira, no centro, enquanto na estendida ele fica à esquerda. No interior, o inclinômetro traz apenas o desenho da estendida. para finalizar, a cabine dupla oferece duas alças de segurança no teto, enquanto a estendida oferece porta- óculos no lado do motorista. (…) Entre saltos e depressões, raramente a suspensão revelou o fim do curso, proporcionando uma direção precisa e proteção às partes vitais da picape.”
PENSE TAMBÉM EM UMA… VW Saveiro
Lançada em 2012, a atual geração da Volkswagen Saveiro tem uma pegada mais urbana e agrada pela dirigibilidade típica de automóvel, com direção, suspensão e freios muito bem acertados, fora os engates do câmbio, que são referência. Seu acabamento interno é caprichado, com destaque para a ergonomia dos comandos. O motor EA-111 de 1.6 8V com potência de 104 cv e torque de 15,6 kgfm é o mais comum, mas a versão Cross recebeu o 1.6 16V a partir de 2014, motor este que se tornou padrão em 2022.