Xiaomi quer começar as exportações pela Europa em 2027
Exportação para outros mercados está dentro dos planos da Xiaomi, que preferiu conquistar o mercado local primeiro antes de partir para o ocidente

A restrição geográfica não impediu que outros mercados conhecessem o Xiaomi SU7. O CEO da Ford, Jim Farley, rasgou elogios ao carro chinês e afirmou usar o sedã em seu dia-a-dia. QUATRO RODAS também teve a oportunidade de testá-lo. Mas a chegada do carro no ocidente é difícil e depende apenas de importadoras independentes.
Foi decisão da própria Xiaomi vender o carro apenas na China e faz parte da estratégia da marca. “Nosso principal plano é criar uma posição forte no mercado chinês, pois sem ela seria difícil expandir para o exterior”, disse o CEO da Xiaomi, William Lu.
Ao que parece, a hora da expansão já está chegando. Em entrevista recente ao site chinês Jiemian durante o Mobile World Congress (MWC), na Espanha, Lu demonstrou interesse em começar a exportar seus carros dentro de dois anos.

“Após o MWC, visitarei vários países europeus para investigar o mercado e ver nossos dados globais no exterior. Tenho um objetivo: espero que possamos ir oficialmente para o exterior em 2027.”
Os EUA, segundo maior mercado automotivo do mundo, nem foi citado. Por lá, os impostos sobre veículos chineses chegam a 100% e, ainda no final do governo de Joe Biden, um decreto proibiu a entrada de carros com softwares chineses.
Entre os incentivos que fizeram a Xiaomi dar um passo à frente, Lu cita uma mudança no mercado. Antes do lançamento do SU7, os investidores até duvidavam do sucesso da marca no setor automotivo, mas os lançamentos fizeram com que essa visão mudasse.
“O mercado mudou muito após o lançamento [do SU7] em março do ano passado. Do SU7 ao SU7 Ultra, estabelecemos uma base muito boa nessas duas batalhas e dissipamos as dúvidas de todos sobre a entrada tardia da Xiaomi no mercado de fabricação de automóveis, então acho que o negócio automotivo ganhou uma posição no mercado chinês.”

Quando foi lançado, o SU7 chegou a ter uma fila de espera de sete meses para ser adquirido. Pouco depois, no mês de outubro, veio o SU7 Ultra, um hiperesportivo de 1.547 cv, e o sucesso se repetiu.
Em menos de duas horas de pré-venda, o modelo teve quase 3.700 pedidos em apenas 10 minutos. Já em fevereiro, quando foi oficialmente lançado na China, as vendas superaram a marca de 10.000 em menos de duas horas.
Isso porque o SU7 Ultra custa 529.900 yuans, cerca de R$ 421.682. É mais que o dobro do SU7 padrão, equipado com um conjunto mecânico mais singelo, que varia entre 300 cv e 673 cv, e parte dos 215.900 yuans (R$ 171.808).
Para aumentar ainda mais as chances de sucesso no exterior, até 2027 o SUV YU7 já terá sido lançado. Baseado no sedã, ele chega no meio deste ano com tração integral, 681 cv e autonomia de até 760 km, de acordo com o ciclo chinês CLTC.