Xiaomi firma parceria para iniciar exportação de carros elétricos
Xiaomi, que não pensava em exportar carros até 2030, muda de ideia para aproveitar a demanda internacional pelos seus carros

O início atribulado das vendas de carros da Xiaomi na China, com muita demanda e, inicialmente, poucos carros para entregarem, desmotivou a fabricante a pensar na exportação dos seus primeiros carros. Dizia que só pensaria em exportações depois de 2030. Mas as coisas mudam muito rápido na China.
Agora, a Xiaomi Auto anunciou um acordo com uma empresa chinesa que se encarregará de enviar os carros da Xiaomi, o sedã SU7 e o SUV YU7, para os principais mercados do mundo. O objetivo seria obter alguma rentabilidade vendendo carros, algo cada vez mais difícil na China.

A Xiaomi chegou a perder quase 10.000 dólares por carro vendido nos primeiros meses de venda, o que reduziu para 5.250 dólares por unidade quando ultrapassou a marca de 100.000 carros entregues. Vender fora da China, porém, dá esperança de lucro às fabricantes chinesas. A BYD consegue obter lucro até três vezes maior nos carros que vende na Europa, mesmo com pagando mais impostos.
Quem intermediará a exportação será a Hyperion Leasing (Tianjin), uma estatal chinesa subsidiária da China National Machinery Industry (Sinomach), presente em mais de 170 países. Mas as exportações de carros serão para mercados estratégicos. Aparentemente, a Hyperion comprará carros da Xiaomi para vender fora da China, se responsabilizando pela garantia e pela manutenção.

Demanda existe. Até agora, o Xiaomi SU7 já somou 139.487 carros entregues e ainda há entre 5 e 8 meses de espera para o seu sedã, enquanto o SUV será fabricado em uma segunda fábrica e logo terá encomendas. Uma parcela dos carros entregues nem sequer ficou na China.
O maior importador é a Rússia, que recebe os carros no mercado paralelo: são comprados na China e atravessam as fronteiras terrestres com a Rússia. Foram vendidos 179 na Rússia em 2024, o que corresponderia a 50% dos Xiaomi exportados. 30% deles teriam ido para o Oriente Médio e os 20% restantes estariam espalhados pelo mundo – há pelo menos um na América Latina, que testamos.