Produzido entre as décadas de 1960 e 1980, o Scout foi um jipão off-road “raiz” feito pela International Harvester para concorrer com o Jeep CJ, e teve versões picape e SUV. Agora, quase 40 anos depois, o nome renasce para a indústria, mas como uma nova marca do Grupo Volkswagen (que obteve os direitos) para carros eletrificados de apelo off-road, e dedicados ao mercado norte-americano.
Assim como seus antepassados, a marca se apresenta com um SUV e uma picape: Traveler e Terra, respectivamente. Ambos são feitos sob chassi, têm aparências modernas, com extenso uso de luzes, mas também abusam das referências retrôs. Embora sejam carros-conceito, eles já estão bastante próximos de suas versões finais, que estrearão oficialmente em 207.
Na dianteira, essas referências são ainda mais fortes, com uma faixa retangular escurecida que abriga os faróis – como faziam as grades em modelos antigos. Também há o nome “Scout” em uma fonte cursiva. A borda da grade, que seria cromada há 40 ou 50 anos, é iluminada por leds nos novos modelos. Por fim, o para-choque separado da carroceria fecha os ares antigos e reforça a vocação fora-de-estrada.
As laterais do Traveler e da Terra são limpas em aparência, sem vincos marcantes, roubando as atenções, que ficam voltadas para os formatos mais quadrados dos modelos. As grandes rodas também são chamativas.
Na traseira, a picape Terra tem bastante luz. As lanternas vão de um lado a outro, cruzando a tampa traseira, com direito ao nome “Scout” iluminado. Já no SUV Traveler, algo bem à moda antiga para modelos off-road: um estepe pendurado na tampa. Para abri-la, é preciso deslocar o estepe para o lado. Você lembra do VW CrossFox? Então, exatamente igual.
A cabine dos Scout tem linhas predominantemente horizontais, com acabamento de alto nível mesclando materiais sintéticos, emborrachados, tecidos e imitações de madeira, a depender da versão. Os volantes de dois raios e as pequenas saídas de ar são bem retrôs, contrastando com as grandes telas.
Por falar em telas, o Grupo Volkswagen optou por não repetir um erro duramente criticado por seus clientes e manteve comandos físicos para os modelos. Embora em menor quantidade, eles ainda existem para tornar a vida dos passageiros mais prática.
Haverá como opcional um banco dianteiro inteiriço, para três pessoas, assim como uma abertura do teto batizada de Cabana Top. Nesse caso, o teto será de tecido e poderá ser aberto, como em um conversível, mas apenas em uma porção pouco maior que de um teto panorâmico (veja na imagem abaixo). Ainda assim, bem generosa. Quem quiser, porém, poderá permanecer com um teto panorâmico convencional de vidro.
Na mecânica, grandes promessas
Construídos sob chassi, os modelos terão uma arquitetura de 800V, ainda mais moderna do que a utilizada pela Rivian. Isso permite, entre outras coisas, maior eficiência do conjunto mecânico e recargas extremamente rápidas. No caso dos Scout, será possível realizar recargas a até 350 kW.
A marca ainda não divulgou o tamanho das baterias utilizadas nos modelos, mas apontou que as versões elétricas terão até 563 km de alcance projetado. Para as versões com extensor de autonomia, ou seja, um motor a combustão que gera energia para a bateria, mas não traciona o veículo, a autonomia pode chegar a 800 km com a bateria e o tanque cheios.
Também não há dados sobre potência do SUV e da picape, mas a Scout diz que o torque ficará perto dos 140 kgfm, permitindo que eles acelerem de 0 a 100 km/h em aproximadamente 3,5 segundos.
Apesar da vocação esportiva, os Scout focarão em capacidades fora-de-estrada. Feitos sob chassi, eles terão eixo traseiro rígido e tração nas quatro rodas com diferenciais dianteiro e traseiro com bloqueios mecânicos. A distância em relação ao solo tem promessa de ser boa o suficiente para valer os atributos mecânicos.
Tanto o SUV quanto a picape terão capacidade de carga de pelo menos 900 kg. Já a capacidade de reboque surpreende: 3,2 toneladas para o SUV Traveler e 4,5 toneladas para a picape Terra.