Depois das gigantes chinesas GWM e BYD anunciarem que irão produzir veículos elétricos por aqui, agora é a vez da JLR entrar no jogo. De acordo com o CEO da filial brasileira, João Oliveira, o braço nacional da Jaguar Land Rover está certo de que fabricar modelos elétricos na fábrica do Rio de Janeiro é a sacada da vez.
Segundo João, a intenção é produzir em Itatiaia (RJ) as novas gerações do SUVs Range Rover Evoque e Discovery Sport, que serão puramente a baterias a fim de cumprir a meta da montadora, que, a partir de 2025, abandonará motores a combustão de vez. Para que o martelo seja batido, basta que a matriz aprove a ideia. “Estamos discutindo bastante com a matriz o próximo ciclo de investimento porque nossa visão é que conseguimos produzir os carros elétricos da próxima geração no nosso país”, disse o executivo, segundo a Automotive Business.
A fábrica fluminense possui uma capacidade anual de produção de 20 mil unidades, mas opera bem abaixo de sua capacidade. Atender ao mercado nacional, entretanto, não bastaria para resolver a ociosidade da planta, que atualmente opera em apenas um turno e produz carros flex — com os dias contados. Dessa forma, é possível que os EVs brasileiros também sejam exportados a mercados importantes, como o norte-americano. “Temos estudo grande sobre a possibilidade de nossa fábrica alimentar o mercado dos Estados Unidos”, acrescentou.
“O custo-benefício da produção no Brasil não é tão diferente de outros mercados mais maduros. E quando a matriz olha índices de qualidade, de eficiência da planta, custo por veículo produzido, fica nítido que podemos ter papel maior do que o que temos hoje. Por isso, temos a possibilidade de ser uma base exportadora além da América Latina”.
No momento, apenas a Jaguar tem um carro elétrico em seu portfólio, o I-Pace, enquanto a irmã prepara seu primeiro modelo para 2024, mas ainda não definiu qual será. O plano da JLR para suas marcas é tornar a Land Rover totalmente elétrica até 2030 e a Jaguar até 2025.
João Oliveira também confirmou que a única intenção é de produzir os novos veículos elétricos, não havendo interesse por parte dos brasileiros em modelos híbridos flex: “Não vamos apostar em uma tecnologia de transição”.
Enquanto os modelos produzidos aqui no Brasil ainda não chegaram à era da eletricidade, o caminho é a importação. O CEO confirmou a estreia de um carro elétrico por ano para o nosso mercado, que envolvem ambas as marcas. Quanto aos híbridos, o próximo lançamento será o Defender PHEV, marcado para estrear em novembro.