Fazia 13 anos que o Renault Master não ganhava uma renovação profunda. Mas a espera valeu a pena, pois o furgão não só ganhou um novo visual, como também receberá uma versão movida a hidrogênio, para complementar a gama que já tem versões elétricas e a diesel.
O novo visual do Renault Master impressiona de cara. O design tem elementos compartilhados com os novos lançamentos da Renault, como as luzes diurnas em forma de C na dianteira. A grade também é mais larga e tem uma forma mais retangular e ostenta o novo logo na Renault ao centro. Na traseira, as mudanças foram bem singelas, sendo a mais perceptível a mudança no formato do vidro traseiro.
O maior destaque está no novo design de carroceria, batizado pela Renault de Aerovan. Segundo a marca, o novo Master tem um coeficiente de arrasto 20% menor que o antecessor, atingido graças a pequenos detalhes como um capô mais curto, uma para-brisas mais avançado e inclinado, novas entradas de ar no para-choque e uma linha de teto mais inclinada.
O resultado dessas mudanças pode ser visto em mais eficiência. Para os modelos elétricos, a Renault declara uma economia de até 20% em energia. Já nos modelos a combustão, não foi dito nada sobre consumo de combustível, mas a montadora disse que o design Aerovan reduz as emissões em 39 g/km, ficando abaixo dos 200 g/km.
Para garantir a eficiência, a Renault precisou primeiro testar protótipos da van em escala 83% em seu túnel de vento, já que elas são muito grandes. Posteriormente, os modelos de tamanho real precisaram ser testados em um outro túnel de vento, projetado para testes em aeronaves.
Do lado de dentro, a cabine oferece o “maior espaço da categoria”, como diz a montadora. São 135 litros de espaço de armazenamento na cabine, um aumento de 25%, graças aos novos porta-objetos que prometem ser bem úteis para quem usar o furgão para o trabalho. Outro acessório bem útil é a mesa, localizada no encosto do assento central, que pode ser usada para apoiar notebooks e tem fácil acesso a entradas USB e carregadores sem fio.
Para a carga, a Renault estará disponibilizando cerca de 40 versões com diferentes combinações de altura, comprimento e capacidade de carga. O volume do compartimento varia entre 11 e 22 metros cúbicos, enquanto a carga útil chega a 4 toneladas.
Quanto aos motores, agora o Master tem duas opções de trens de força elétricos. O mais simples tem bateria de 40 kWh com 180 km de autonomia e um motor de 130 cv. Na versão mais potente o motor rende 143 cv e é alimentado por um bateria de 87 kWh e alcance de 410 km.
O Master elétrico pode ser carregado em carregadores rápidos de corrente contínua com 130 kW de potência, que recarrega 229 km de autonomia em 30 minutos. As duas versões também são compatíveis com carregamento V2L (Vehicle to Load), que permite usar a energia da bateria para alimentar aparelhos eletrônicos, e V2G (Vehicle to Grid) onde é possível vender energia do furgão para a rede elétrica.
O principal anúncio é a versão movida a hidrogênio, mas pouca coisa foi dito. Apenas que ele funcionará com um motor elétrico e uma célula de energia, mas não teve data de lançamento ou mesmo uma potência divulgada.
Já o modelo a combustão tem quatro versões, todas com o motor a diesel Blue dCi. O que muda é a potência, tendo variantes com 106 cv, 131 cv, 152 cv e 172 cv.
Quanto à tecnologia, o Master traz uma nova central multimídia de 10’’ com o sistema OpelR Link, que já vem com Google integrado. Há também um novo quadro de instrumentos digital e o mesmo volante que encontramos nas linhas de carros de passeio da Renault.
Para a segurança, a Renault trouxe mais de 20 sistemas ADAS, entre eles assistente de estabilidade lateral, assistência à estabilidade do reboque e controle de cruzeiro adaptativo. A principal novidade é o novo controle dinâmico de frenagem, que mantém a eficácia da frenagem e a sensação do pedal, independentemente do peso que a van carrega. O freio autônomo também é acionado até duas vezes mais rápido, segundo a marca, e, no caso dos elétricos.
O novo Master chega ao mercado europeu no segundo trimestre de 2024 e terá uma forte concorrência por lá. Além da Ford Transit, da Mercedes-Benz Sprinter e da VW Crafter, ele também enfrentar os vários furgões da Stellantis, como Fiat Ducato, Peugeot Boxer, Citröen Jumper e do Toyota ProAce Max, que embora não pertença ao conglomerado, é baseado na mesma estrutura dos demais.