BYD faz três pedidos ao Governo para reduzir imposto de veículos CKD e SKD
BYD pede ao governo brasileiro para fixar imposto de importação para carros CKD e SKD em até 10%; pedido incomoda Anfavea

Visando viabilizar sua produção no Brasil, a BYD fez três pedidos ao governo federal, mais especificamente para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), para reduzirem os impostos de importação para os veículos elétricos e híbridos parcialmente ou totalmente desmontados, montados nos processos .
Em abril, o imposto de importação para veículos híbridos plug-ins SKD é de 20% e de 7% para CKD. Já os elétricos, têm alíquota de 18% e 5%, respectivamente. Porém, esse imposto terá um aumento gradual e chegará a 35% em julho de 2028 para todos os casos.
O pleito enviado pela BYD também abrange as picapes PHEV, visto que a montadora vende a Shark no Brasil. Para elas, o imposto já é de 35%, tanto para SKD, quanto para CKD.
O pedido da BYD é para que a alíquota de importação seja fixada em 10% para os SKD e 5% para o CKD até 30 de junho de 2028, para todos os casos (automóveis e picapes elétricas ou PHEV).
Segundo informado em nota oficial pelo MDIC, na última terça-feira, os pleitos foram enviados em datas diferentes. No dia 25 fevereiro, a BYD apresentou os pedidos referentes aos automóveis elétricos e híbridos. E no dia 17 março, foi a vez do da picapes PHEV.

Como argumento para o seu requerimento, a BYD defende que a redução dos impostos ajudaria na implementação da montagem nacional dos carros eletrificados, criando novos empregos para o Brasil. Além disso, também facilitaria a nacionalização dos componentes, uma vez que nem todas as peças precisam vir no kit.
“A estratégia inicial de montagem completa dos veículos no Brasil permite uma introdução rápida no mercado, maximizando a competitividade e contribuindo para o desenvolvimento da cadeia produtiva nacional. Em linha com esse objetivo de incremento da nacionalização de componentes e fortalecimento da indústria local, a BYD AUTO pretende inicialmente importar veículos no modelo SKD e, na medida em que os fornecedores locais estejam homologados e aptos a atender a demanda, passar a incorporar peças nacionais nesse SKD importado.”, disse a BYD em no pleito.
Anfavea não gostou
Antes da divulgação oficial, a Anfavea comentou o pedido de redução do imposto de importação. Sem citar o nome da montadora, o presidente da associação dos fabricantes, Márcio Lima Leite, criticou os pedidos feitos por “montadoras chinesas”.
“Esses pedidos não podem prosperar. O que queremos é produção no Brasil e, por isso, estamos atentos aos movimentos que representem prejuízos à indústria local”, disse Lima Leite.
A proposta da BYD é completamente oposta à da Anfavea, que defende a implementação imediata do imposto a 35% para os automóveis elétricos e híbridos plug-in.
“Se tais reivindicações avançarem, o impacto no setor – que já sofre com as ações de Donald Trump e com a falta de regulamentação do Mover – vão ser grandes”, criticou o presidente da Anfavea.