A China se tornou oficialmente a maior exportadora de veículos do mundo, muito disso deve-se ao sucesso da BYD, que sozinha exportou 242.765 veículos em 2023. Para expandir ainda mais seus negócios além-mar, a montadora chinesa acaba de anunciar o seu primeiro navio cargueiro, que será usado para distribuir seus carros ao redor do mundo.
O navio, gerenciado pela Zodiac Maritime e construído pelo International Marine Containers Group, tem capacidade para transportar até 7 mil veículos por viagem e mede 199,9 metros de comprimento. Batizado de Explorer No. 1, a embarcação destaca-se não apenas pela sua capacidade, mas também pela autonomia de cruzeiro de 15.800 milhas náuticas, cerca de 25,4 mil km. Ele traz um inovador sistema de combustível duplo, podendo usar tanto combustível convencional como o gás natural liquefeito (GNL), que emite menos poluentes.
A ideia é que nos próximos dois anos mais sete embarcações juntem-se à frota da BYD. Essas, porém, terão tecnologia de bateria de armazenamento de energia da BYD e sistemas de gerador de eixo, que deixam os navios ainda mais ecologicamente corretos.
A sua primeira jornada será com destino à Europa, destacando a ambição da BYD de conquistar outros mercados importantes, além da China. Apesar de ter superado a Tesla nas vendas de veículos elétricos no último trimestre de 2023, a montadora chinesa persiste como a segunda maior fabricante deste segmento em todo o mundo.
Porém, ao que tudo indica, a BYD terá mais barreiras se quiser, de fato, conquistar o Velho Continente. É bem provável que os países europeus comecem a impor tarifas de importação às fabricantes chinesas, uma forma de proteger a indústria local. Além disso, também está sendo estudada a possibilidade da criação de novos subsídios para fortalecer as montadoras locais.
A viagem inaugural do navio inclui paradas estratégicas, como Yantai e Shenzhen, sede da BYD, antes de alcançar a Europa. O momento é crucial, visto que a escassez de navios, agravada pela desmontagem de embarcações mais antigas durante a pandemia, elevou os custos de exportação.
A BYD espera que consiga se destacar muito dentro do mercado global em 2024. Os números da fabricante chinesa são bem altos, levando em consideração o tempo que está em atividades, fato de não vender nenhum carro nos Estados Unidos, segundo maior mercado do mundo, já que as montadoras chinesas são proibidas de comercializar seus carros por lá devido à divergências políticas entre os dois países.