Carros elétricos

BYD anuncia três fábricas no Brasil para produção de veículos elétricos

Marca chinesa aproveitará estrutura deixada pela Ford na Bahia e será a primeira montadora a produzir carros elétricos no Brasil

Por Eduardo Passos
Atualizado em 5 jul 2023, 13h16 - Publicado em 4 jul 2023, 12h19

Após muitas especulações e tratativas com o Governo Federal e da Bahia, a BYD finalmente anunciou, de modo oficial, que terá o que será o primeiro complexo para a fabricação de carros elétricos do Brasil.

A maior fabricante de automóveis da China pretende aproveitar a antiga estrutura da Ford em Camaçari, na região metropolitana de Salvador, que ainda está em sendo negociada.

Antiga fábrica da Ford em Camaçari BA — Abandonado pela Ford em 2021, complexo de Camaçari (BA) empregará 25% mais pessoas do que antes (Reprodução/Internet)

Atualmente, há marcas como a BMW, Toyota e Caoa Chery que montam carros híbridos e híbridos leves no país. A BYD, entretanto, será pioneira ao realizar todos os processos de fabricação em solo nacional.

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Além de produzir os carros localmente, também haverá dois outros complexos fabris: um voltado para a produção de caminhões e ônibus elétricos e outra destinada ao processamento de lítio e ferro-fosfato.

BYD tem fábricas em Campinas (SP) e Manaus (AM) destinadas à montagem de ônibus elétricos, módulos fotovoltaicos e baterias de fosfato de ferro-lítio (Divulgação/BYD)

Essa última é especialmente útil para a produção de baterias, que utilizam tais matérias-primas. A BYD já havia anunciado investimentos na extração de lítio no Chile, então é provável que o elemento alcalino atravesse a América do Sul e, aproveitando a estrutura portuária local, siga de navio para Europa e Oriente.

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BYD Yuan Plus, já testado por nós. — Marca já tem cinco carros elétricos e um híbrido à venda no Brasil (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A fábrica de carros elétricos e híbridos terá capacidade para 150 mil unidades anuais, mas esse número, em fase posterior, pode dobrar. O investimento total chega a R$ 3 bilhões, e estima-se a contratação de 5.000 trabalhadores, aproximadamente.

BYD Dolphin (1) — Chineses querem tomar a dianteira na popularização de elétricos no país (Guilherme Fontana/Quatro Rodas)

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A BYD pretende priorizar mão de obra local, se dispondo a dar os treinamentos necessários aos baianos. Além disso, a chinesa dará prioridade para fornecedores locais, seja em relação a suprimentos ligados à produção veicular ou à construção civil.

A fabricante também acredita que a nacionalização dos seus produtos permitirá redução significativa no preço dos carros. Se isso acontecerá, de fato, saberemos a partir do segundo semestre de 2024, quando o complexo fabril deve ser inaugurado.