Quem tem menos de 40 anos dificilmente entenderá a mística que envolve a primeira geração do Passat, apresentada há quase 50 anos. O médio da VW estava tão à frente de seu tempo que manteve sua popularidade por mais de uma década.
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Novidade para 1984, o Passat LS Village ostentava o mesmo visual do ano anterior, com quatro faróis retangulares inspirados nos Audi exportados para os EUA. Era impulsionado pelo motor MD 270 de 1,6 litro e seus 82 cv chegavam às rodas dianteiras através do câmbio de quatro marchas: o escalonamento bem espaçado mascarava a falta da quinta.
“A relação final desse câmbio longo era satisfatória, mas o intervalo maior entre as marchas comprometia a agilidade natural do Passat”, recorda o jornalista Emílio Camanzi. “Era uma ideia muito boa, que funcionava, mas dava a impressão de improviso, numa época em que a quinta marcha era associada a uma pegada esportiva.
Seus principais concorrentes eram o revitalizado Ford Corcel II e o atualíssimo Chevrolet Monza, único a contar com motor na posição transversal. Mais leve que os dois, o Passat mostrava sua superioridade nas provas de consumo urbano e desempenho: percorria 8,46 km para cada litro de etanol, acelerando de 0 a 100 km/h em 14,6 segundos e com máxima de 155,8 km/h.
Avaliado por Ayrton Senna em março de 1984, o LS Village agradou pelo baixo nível de ruído e pelo comportamento dinâmico, com bom acerto das suspensões e freios eficientes. O interior também mereceu destaque: o jovem piloto elogiou o acabamento interno, mas criticou o painel de instrumentos.
Sua dirigibilidade era favorecida pela direção que, mesmo sem assistência, conseguia ser leve em manobras e precisa em altas velocidades. Entre os opcionais oferecidos havia desembaçador do vidro traseiro, rodas de liga leve e bancos Recaro com regulagem de altura, que colaboravam de maneira essencial para a ergonomia ao volante.
O modelo 1985 recebeu os últimos retoques externos na linha Passat: lanternas traseiras com frisos horizontais e para-choques envolventes de poliuretano. O rádio passou a ser instalado abaixo do painel, o novo painel de instrumentos era inspirado no do novíssimo Santana e vinha acompanhado de um enorme volante de quase 40 cm.
A melhor alteração era de ordem técnica: o Passat finalmente recebeu um câmbio de cinco marchas. No modelo 1986, o motor MD-270 cedeu lugar ao AP-600 de 85 cv, também com cilindrada de 1,6 litro, mas muito superior em eficiência e suavidade, graças a bielas mais longas, pistões maiores e virabrequim de curso mais curto.
Os 85 cv trouxeram melhora sensível no rendimento: a aceleração de 0 a 100 km/h passou a ser realizada em apenas 11,8 segundos e a velocidade máxima saltou para 166 km/h. O Passat LS Village era tão veloz e ligeiramente mais rápido que o festejado VW Gol GT com motor de 1,8 litro e 99 cv do VW Santana.
“O desempenho era tão bom que chegamos a suspeitar de um motor 1.8 colocado por engano”, conta o jornalista Douglas Mendonça, responsável pelo teste. O fato é que, meses mais tarde, a potência declarada subiu de 85 para 90 cv.
As virtudes do Passat faziam dele o terceiro automóvel mais vendido do país: a produção superava 6.000 unidades por mês, ficando atrás apenas de fenômenos de vendas como o Chevrolet Monza e o VW Gol. Seu notável comportamento dinâmico também era reconhecido nas pistas: o Passat conquistou o Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos por cinco anos consecutivos.
Em 1987, o Passat seguiu os passos da família Gol e mudou o nome de sua versão intermediária: tornou-se o GL Village. A popularidade inesperada atrapalhava o sucesso do irmão mais novo Santana: as últimas unidades receberam apenas novas rodas de liga leve antes de deixarem a fábrica de São Bernardo do Campo (SP), em dezembro de 1988.
Passat GL Village 1987
0 A 100 km/h | 12,45 s |
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Velocidade máxima | 159,4 km/h |
Consumo Médio | 11,77 km/l (álcool) |
Preço (dezembro de 1972) | Cz$ 150.922 |
Preço (atualizado) | R$ 163.438 |
Painel inspirado no do Santana surgiu em 1985. Câmbio de cinco marchas deu a agilidade que faltava ao Motor AP-600 de 1,6 litro, que rendia 90 cv
Motor | long., 4 cil. em linha, 1.596 cm3, comando de válvulas simples no cabeçote, carburador de corpo duplo, 90 cv a 5.600 rpm; 13 kgfm a 2.600 rpm |
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Câmbio | manual de 5 marchas, tração dianteira |
Suspensão | independente com barras de torção transversais em feixe (diant.) / independente, semi-eixos oscilantes, barras de torção(tras.) |
Freios | tambor nas 4 rodas |
Pneus | 175/70 SR 13 |
Dimensões | comprimento, 426,2 cm; largura, 160 cm; altura, 135,5 cm; entre- -eixos, 247 cm; peso, 950 kg |
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