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REO Flying Cloud The Mate é clássico raríssimo com 7 unidades existentes

Pouco conhecida, a REO surgiu como irmã caçula da Oldsmobile e tornou-se um dos fabricantes de maior prestígio no início do século 20

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
3 mar 2024, 11h04
REO
Carroceria phaeton é sempre aberta e com portas sem janelas (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Lançado em 1901, o Oldsmobile Curved Dash foi o primeiro automóvel fabricado em série no mundo (e não o Ford T, como muitos acreditam). Era produzido pela Olds Motor Works, fundada em 1897 pelo genial Ransom Eli Olds. Descontente com os rumos da empresa, Ransom se desliga dela em 1904 para fundar uma temida concorrente: a R. E. Olds Motor Car Company. Ciente do prestígio de seu fundador, a Olds Motor Works (mais conhecida como Oldsmobile) protesta e o novo empreendimento é rebatizado como REO Motor Car Company.

Em 1905, a REO apresenta o Touring Car no Salão de Nova York, com motor bicilíndrico de 16 cv. Pouco tempo depois, surge o Runabout: era quase 50% mais barato e trazia um motor monocilíndrico de 8 cv. Em 1906, a REO superava a Oldsmobile em vendas, mas ao final da década já não era mais possível competir em volume contra Ford, Buick, Willys-Overland, Studebaker e Cadillac. Foi nesse período que o fabricante de Lansing, capital do estado norte-americano de Michigan, decidiu investir na produção de caminhões, segmento em que consolidou seu sucesso com o utilitário Speedwagon em 1915.

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A REO tinha mais prestígio que as populares Ford e Chevrolet, mas não disputava mercado com as requintadas Packard e Cadillac (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O aguardado motor de quatro cilindros foi oferecido no modelo 1910: seus 30 cv eram capazes de levá-lo a impressionantes 80 km/h e estabeleceu o novo recorde entre as duas costas marítimas dos Estados Unidos. Para tanto, percorreu os 5.724 km entre Nova York e São Francisco em 10 dias, 15 horas e 13 minutos.

Em 1912, Ransom anunciava sua despedida das pranchetas com o modelo The Fifth, considerado por ele mesmo como o automóvel mais avançado que ele poderia ter criado. Seu motor de quatro cilindros rendia 35 cv e a campanha publicitária dizia que dos US$ 1.095 cobrados pelo modelo cerca de US$ 100 eram gastos em componentes de melhor qualidade.

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O modelo Six foi o primeiro a ser impulsionado por um motor de seis cilindros em linha, com válvulas de admissão no cabeçote, 5,0 litros e 45 cv. Foi apresentado em 1914, mesmo ano em que a REO figurou pela última vez na lista das dez marcas mais vendidas nos EUA.

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The Mate ostentava um padrão próprio nas aletas de ventilação do motor. Volante com comando do avanço de ignição e acelerador (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Apesar disso, o motor de seis cilindros em linha fez tanto sucesso que passou a ser o único oferecido nos automóveis REO, agora recalibrado para render 50 cv. Em 1927, surge um de seus modelos mais importantes: o Flying Cloud, primeiro automóvel norte-americano equipado com freios a tambor Lockheed com acionamento hidráulico.

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Foi também em 1927 que surgiu o modelo Wolverine, um REO mais acessível. Era impulsionado por um motor de seis cilindros e 3,2 litros fornecido pela Continental Motors Company e sua carroceria de estilo próprio era fornecida pela Murray Corporation of America. Equipado com rodas raiadas de madeira, foi produzido até 1928.

Os modelos 1929 foram separados em duas linhas: o Flying Cloud recebeu a denominação Flying Cloud The Master, com 3,07 metros entre os eixos e um motor REO de seis cilindros, 4,4 litros e 80 cv. O Wolverine foi sucedido pelo Flying Cloud The Mate, com 2,92 metros entre os eixos e motor Continental de 3,5 litros e 60 cv de potência.

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O exemplar das fotos é um The Mate com a raríssima carroceria phaeton. “Foi localizado em Osasco e exigiu várias viagens aos EUA para ser restaurado. Em pesquisas realizadas junto ao REO Club of America identificamos que foram fabricadas 50 unidades e que restam apenas sete em todo o mundo”, conta o proprietário André Gonzales.

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Pior e mais longa recessão econômica do século 20, a crise de 1929 afetou seriamente a participação da REO em todo o mundo. As dificuldades não a impediram de apresentar o modelo Royale em 1931, equipado com o novo motor de oito cilindros em linha, 5,9 litros e 125 cv. Dois anos depois, a REO apresenta o câmbio semiautomático de três marchas.

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Em maio de 1936, o conselho da empresa decide encerrar a produção de automóveis de passeio. A REO dedicou-se à produção de caminhões Studebaker durante a Segunda Guerra Mundial e em 1967 associou-se à Diamond T para formar a Diamond Reo Trucks, que permaneceu em atividade até 2013.

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Motor Continental foi usado por muitos fabricantes da época (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ficha Técnica – REO Flying Cloud The Mate 1929

Motor: longitudinal, 6 cilindros em linha, 3.518 cm3, alimentado por carburador
Potência: 60 cv a 3.800 rpm
Torque: não declarado
Câmbio: manual de 3 marchas, tração traseira
Carroceria: aberta, 4 portas, 6 lugares
Dimensões: comprimento, 432 cm; largura, 193 cm; altura, 172 cm; entre-eixos, 292 cm
Peso: 1.460 kg
Pneus: 5.5 x 18

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