Nissan Santana: sedã foi fabricado no Japão e vendido junto com o Sentra
Conhecido no resto do mundo como Volkswagen Santana, sedã foi fabricado no Japão a pedido da Nissan
O Volkswagen Santana fez grande sucesso no Brasil e ajudou a motorizar a China, onde foi fabricado por décadas. Mas o sedã derivado do Passat chegou até mesmo ao mercado japonês, onde era fabricado e vendido pela Nissan.
Sim, existiu um Nissan Santana e era muito parecido com a primeira geração do VW Santana fabricado no Brasil. A iniciativa partiu do então presidente da Nissan, Takashi Ishihara, após observar que importar carros da Alemanha era caríssimo e, claro, impactava no preço dos Volkswagen.
Por que não fabricar e vender o Santana como um Nissan? Isso começou em fevereiro de 1984, dois meses antes do lançamento do VW Santana no Brasil.
Os Nissan Santana fabricados em Kanagawa tinham poucas mudanças além da direção do lado direito, como grade e nos faróis levemente modificado. O mais curioso foi terem deixado a carroceria apenas 5 mm mais estreita só para evitar um imposto cobrado de carros com mais de 1,69 m de largura.
Existia interesse, principalmente, no requinte do Volkswagen Santana. Tanto que o VW Santana só teve este nome na Europa em 1984, quando a VW tentava posicionar o sedã acima dos Passat Variant e hatch. Deu certo? Não.
Além dos Mercedes 190 e do BMW Série 3, havia o Audi 80 na mesma faixa de preço. Então em 1985 o sedã passou a ser vendido como Passat (exceto na Espanha). Mas a imagem luxuosa do Santana vingou no Brasil e em outros muitos países.
Ainda que tenha criado seu próprio código interno, M30, para identificar o filho adotivo, a Nissan fazia questão de deixar claro que o Santana era um Volkswagen, pois manteve todos os logotipos da fabricante alemã. O Santana dividia as concessionárias com os Sentra (Sunny) e March de primeira geração, além dos sedãs Stanza e Silvia.
A mecânica do Nissan Santana não tinha nada de japonesa: usava os motores 1.8 de 100 cv e 2.0 de 110 cv, ambos a gasolina e o mais potente com opção de câmbio automático de três marchas, além de um 1.6 turbodiesel com 72 cv. Mais tarde, ainda recebeu o cinco cilindros 2.0 20V DOHC, que desenvolvia 140 cv e tinha freios a disco nas quatro rodas.
O marketing do carro forçava sua origem germânica, com versões chamadas Meisterwerk e Autobahn. Além disso, a publicidade do Nissan Santana mantinha escritos em alemão.
Se o objetivo da Nissan era vender no Japão um carro alemão mais barato que os importados da Alemanha, conseguiram. Mas as vendas passaram longe de alcançar a estimativa da fabricante japonesa, que era vender entre 48.000 e 60.000 unidades: de 1984 a 1990 venderam cerca de 50.000 Nissan Santana no Japão.
Encalhou tanto que a produção foi encerrada em outubro de 1989 e o estoque só acabou em maio de 1990. A partir daí, a Nissan passou a vender a geração seguinte do VW Passat, importado. Mas o acordo foi encerrado em 1991, quando a Volkswagen se juntou com a Toyota. Na China, porém, essa geração do Santana seguiu à venda até 2013.