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Ford F-1 é ancestral da F-150 com mais de 70 anos de Brasil

Robustez, conforto e motores V8 formaram a receita do sucesso para a linha de utilitários que acaba de completar 75 anos no mercado

Por Felipe Bitu
24 mar 2024, 10h24
 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Poucos momentos foram tão importantes para a Ford Motor Company quanto a década de 1940: foi neste momento histórico que o fabricante de Dearborn perdeu seu presidente Edsel, em 1943, e seu fundador, Henry, em 1947. O período também marcou a ascensão de Henry II ao comando da empresa, em 1945, e a apresentação dos utilitários da Série F, em 1948.

A nova linha de utilitários foi a primeira a apresentar um chassi exclusivo, com soluções técnicas que não seriam compartilhadas com o novo automóvel de passeio a ser apresentado no modelo 1949. Ambos foram desenvolvidos para cativar um público sedento por novidades em uma época de grande prosperidade econômica.

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(Fernando Pires/Quatro Rodas)

A linha de utilitários se dividia em oito modelos diferentes, do F-1 ao F-8. A picape leve F-1 tinha capacidade de carga de meia tonelada, subindo para três quartos de tonelada nas F-2 e F-4 e 1 tonelada na F-4. O F-4 era um caminhão leve, com rodas de 18 polegadas e rodado traseiro duplo. Os F-5 e F-6 eram caminhões médios (que podiam ser encarroçados como ônibus) e os F-7 e F-8 entravam na categoria dos pesados.

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Sucessão de placas de uma F-1 que está no Brasil desde 0-km. (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Foram investidos mais de US$ 1 milhão (cerca de US$ 13 milhões em valores atuais) em uma cabine maior, mais espaçosa e com melhor acesso graças a portas mais largas. A visibilidade era favorecida por um aumento substancial na área envidraçada, sobretudo pelo para-brisa em peça única. Coxins de borracha garantiam o isolamento contra vibrações e ruídos.

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Grade na cor prata era exclusiva do pacote opcional Five Star Extra Cab. (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Para o F-1 havia duas opções de caçamba: uma inteiramente de aço (com contrapiso de madeira para reduzir os danos no assoalho, como na unidade de 1951 mostrada aqui) e outra de madeira. Mais uma opção popular foi o furgão comercial.

Os utilitários Ford estavam muito à frente da concorrência: Chevrolet Advance Design, International Harvester KB e Studebaker M-5 ainda traziam heranças técnicas do pré-guerra. Um de seus avanços mais importantes estava nas suspensões: a Ford foi a pioneira no emprego de amortecedores telescópicos, aposentando os antigos amortecedores a fricção.

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Caçamba com assoalho de madeira foi outra novidade em 1951 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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O F-1 era a única picape do mercado a oferecer um motor V8, o tradicional Flathead de 3,9 litros e 100 cv. Mais em conta, o seis-cilindros em linha de 3,7 litros oferecia 95 cv. A partir do F-6 era possível optar por um seis-cilindros de 4,2 litros e 110 cv. O V8 Flathead de 5,5 litros e 145 cv era exclusivo dos pesados F-7 e F-8.

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O câmbio era sempre manual e sem sincronização, com três marchas de série ou quatro marchas opcional (de série a partir do F-2). Os pesados F-7 e F-8 contavam sempre com câmbio manual de cinco marchas e opção de quinta marcha multiplicada (overdrive). O eixo traseiro era oferecido com duas relações de diferencial e a partir do F-2 era do tipo flutuante.

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V8 eram uma exclusividade da Ford e ainda hoje são oferecidos. (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Calotas, cinzeiro, porta-luvas e um inédito para-sol para o motorista eram itens de série. A lista de opcionais trazia ar quente, lanterna traseira do lado direito, lavador de para-brisa, limpador de para-brisa no lado direito, para-sol para o passageiro, buzina dupla, frisos na carroceria de aço inox e a tração 4×4 fornecida pela lendária Marmon-Herrington.

Em meados de 1950, o F-1 passou a ter o câmbio de três marchas com alavanca na coluna de direção. No ano seguinte ocorreu a primeira reestilização, com as  lâminas da grade dianteira substituídas por uma barra suspensa por três elementos verticais. O painel foi redesenhado, o vidro traseiro foi substituído por outro maior, o assoalho da caçamba passou a ser de madeira e o pacote opcional Five Star Extra Cab melhorava ainda mais o isolamento acústico da cabine.

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Alavanca do câmbio na coluna de direção melhorava o conforto do terceiro ocupante (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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O ano de 1952 foi o último da primeira geração da Série F, marcado pelo lançamento do novo motor Cost Clipper Six, com seis cilindros, válvulas no cabeçote e 101 cv. Para não abalar o status do V8 Flathead, ele foi recalibrado para render 106 cv. Os pesados F-7 e F-8 passaram a ser impulsionados pelos V8 Cargo King, com válvulas nos cabeçotes e 145/155 cv.

A primeira geração saiu de cena pouco antes do jubileu de ouro da Ford Motor Company, mas consolidou o caminho do sucesso para uma família de utilitários que paulatinamente conquistou seu espaço: é a picape mais vendida dos EUA desde 1977 e o “automóvel” mais vendido naquele mercado desde 1981.

Ficha técnica – Ford F-1 1951

  • Motor: longitudinal, 8 cilindros em V, 3.917 cm3, alimentado por carburador
  • Potência: 100 cv a 3.800 rpm Torque: 24,9 kgfm a 2.000 rpm
  • Câmbio: manual de 3 marchas, tração traseira
  • Carroceria: fechada, 2 portas, 3 lugares
  • Dimensões: comprimento, 480 cm; largura, 192 cm; altura, 192 cm; entre-eixos, 289 cm
  • Peso: 1.478 kg
  • Pneus: 6.50 x 16
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