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Fiat Fiorino foi a picape do Uno e abriu caminho para o sucesso da Strada

Tecnicamente superior, a picapinha lançou tendências que consolidaram a Fiat no segmento de utilitários leves

Por Felipe Bitu
Atualizado em 11 dez 2022, 11h20 - Publicado em 11 dez 2022, 11h19

A autonomia e capacidade técnica da filial brasileira da Fiat foi responsável por inúmeras primazias do mercado nacional.

Entre os pioneirismos da engenharia de Betim merece destaque o segmento de picapes compactas derivadas de automóveis de passeio, inaugurado em 1978 pelo 147 Pickup e sucedido dez anos depois pela moderna Fiorino Pickup.

O utilitário pegava carona no moderno Fiat Uno, que estabeleceu novos parâmetros de conforto e ergonomia.

A capacidade de carga e o volume da caçamba eram os maiores da categoria: 620 kg e 967 litros, ganho considerável frente à antecessora Fiat City. A distância entre os eixos era a mesma do Uno, mas as portas com maçanetas comuns vinham do luxuoso Prêmio CSL.

Fiat Fiorino Pickup
Suspensão traseira independente e entre-eixos mais curto foram mantidos até 1993 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A perua Elba colaborava com as lanternas traseiras e o acesso à caçamba era semelhante, com o vão de acesso da tampa até o nível do assoalho. O estepe continuava dividindo espaço com o motor quatro-cilindros de 1,3 litro e 58 cv (gasolina).

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A versão movida a álcool ganhava 2 cv mas estava longe de empolgar: a picapinha acelerava de 0 a 100 km/h em longos 18,5 segundos e sua máxima estancava nos 135,7 km/h. Opcional, o câmbio de cinco marchas colaborava para aumentar a economia: as médias de consumo eram de 7,31 km/l na cidade e 9,91 km/l na estrada.

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A Fiorino incorporava a barra estabilizadora dianteira do Uno e continuava sendo a única picape compacta com suspensão traseira independente, reforçada por um feixe de molas transversal de quatro lâminas (contra apenas três dos outros modelos). Eficientes, os freios exigiam cautela  quando a caçamba estava vazia.

Fiorino Pickup
A melhor ergonomia entre as picapes compactas. Cinzeiro que deslizava no painel era característico da família Uno (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Seus pontos fracos eram o câmbio duro e impreciso, o acabamento espartano e o painel incompleto, sem conta-giros, termômetro do líquido de arrefecimento e manômetro de pressão do óleo.

A lista de opcionais oferecia ainda pintura metálica, ignição eletrônica, protetor de cárter, protetor do tanque de combustível, lavador do para-brisa elétrico, ar quente e filtro de ar para serviços pesados.

Fiorino Pickupv
Câmbio duro contrastava com acionamento leve de outros comandos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Lançada em 1989, a versão LX melhorava a apresentação e o desempenho da picape: a cilindrada do motor era ampliada para 1,5 litro, resultando em 71 cv a 4.700 rpm na versão movida a etanol. A velocidade máxima saltava para 146,7 km/h, mas o foco estava nas retomadas e acelerações: bastavam 16 s para ir de 0 a 100 km/h.

O acabamento interno exibia o mesmo padrão do Uno CS e o painel finalmente recebia o útil termômetro. O visual ganhava apelo esportivo com adoção de faróis de neblina, calotas integrais, frisos laterais e adesivos nas colunas B.  O elevado nível de ruído era mérito exclusivo do novo motor: o rádio não existia nem como opcional.

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Fiorino Pickup f

Em 1990, a versão LX recebeu o motor argentino Sevel de 1,6 litro, com potência variando de 82 cv (gasolina) a 88 cv (etanol).

A principal novidade no ano seguinte foi a dianteira reestilizada, com faróis afilados e grade pintada na cor da carroceria. A suspensão dianteira voltou a ser aprimorada e surge a versão Heavy Duty, com santantônio atrás da cabine.

Avaliada em setembro de 1991, a Fiorino Pickup LX acelerou de 0 a 100 km/h em 13,3 s e alcançou a máxima de 156,4 km/h: fazia VW Saveiro, Ford Pampa e Chevrolet Chevy 500 comerem poeira. Além disso, ainda era mais barata, econômica, espaçosa e com maior capacidade de carga que as concorrentes.

A Fiat Fiorino Pickup ficaria ainda mais robusta em 1994, com 21 cm a mais entre os eixos e uma nova suspensão traseira com eixo rígido e molas semielípticas longitudinais. Curiosamente neste ano foi adotado o motor de 1 litro do Uno Mille, o último ainda alimentado por carburador.

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Fiorino Pickup
Caixas de roda pouco invasivas e estepe no cofre do motor colaboravam para uma caçamba imbatível em volume (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em 1995, surge a versão Trekking, com pneus 175/80 e suspensão mais alta: fez tanto sucesso que deu origem a uma versão mais simples, a Working. Foram as precursoras das versões Adventure.

A Fiorino envelheceu com a chegada da Chevrolet Corsa Pick-up e da Ford Courier, ambas com o mesmo esquema mecânico de motor transversal, tração dianteira e eixo traseiro rígido.

O lançamento da VW Saveiro de segunda geração foi a pá de cal sobre a Fiorino, que passou o bastão para a Fiat Strada na linha 1999.

Fiorino Pickup
Emblema 1600 indicava o motor Sevel de 1,6 litro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ficha Técnica – Fiat Fiorino Pickup LX 1991

Motor: longitudinal, 4 cilindros em linha, 1.581 cm³, comando de válvulas simples no cabeçote, alimentação por carburador
Potência: 82 cv a 5.700 rpm
Torque: 13 kgfm a 3.250 rpm
Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira
Carroceria: picape fechada, 2 portas, 2 lugares
Dimensões: comprimento, 395 cm; largura, 155,5 cm; altura, 147,5 cm; entre-eixos, 236,5 cm; peso, 835 kg; pneus, 165/70 SR 13

Quatro Rodas Ed 374
(Reprodução/Quatro Rodas)

Teste

Setembro de 1991
Aceleração: 0 a 100 km/h: 13,29 s
Velocidade Máxima: 156,4 km/h
Consumo: 13,1 km/l (média)
Preço: Cr$ 2.900.000,00 (agosto de 1991)

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