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Clássicos: Chevrolet Chevette foi ápice da indústria nacional dos anos 70

Primeiro compacto da GM no Brasil, o Chevette foi aprovado pelo público e pela crítica por duas décadas

Por Felipe Bitu
Atualizado em 6 nov 2022, 15h46 - Publicado em 6 jan 2020, 07h00
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  • Chevette
    A primeira fase do Chevette (de 1973 a 1977 ) foi apelidada de Tubarão (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    A GM não poderia ter sido mais feliz quando anunciou o Opala como “o carro certo”: estrela do Salão do Automóvel de 1968, o Chevrolet consolidou-se na preferência do público com sua variedade de versões, carrocerias e motores.

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    Essa boa impressão pavimentou o sucesso do Chevette, primeiro compacto do fabricante norte-americano no Brasil.

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    O pequeno Chevrolet era o resultado do projeto 909, desenvolvido em conjunto com a alemã Opel, com a japonesa Isuzu e com a colaboração de engenheiros brasileiros.

    Apresentado em abril de 1973, o Chevette chegou ao nosso mercado quatro meses antes do Opel Kadett C alemão e um ano e meio antes do Isuzu Gemini.

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    Chevette
    (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    “Os protótipos do Chevette foram testados em estradas sem pavimentação para submetê-lo a uma severidade maior”, conta Pedro Manuchakian, engenheiro com 41 anos dedicados à General Motors.

    “Superconfidenciais, os testes eram realizados na inóspita localidade de São Simão, em Goiás, onde não fomos visitados pelos caçadores de segredos de QUATRO RODAS.”

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    Produzido na fábrica de São José dos Campos (SP), o Chevette era o que havia de mais moderno no mercado nacional.

    A preocupação com a segurança era evidente: o pequeno sedã de duas portas inovou com zonas de deformação programada na carroceria, coluna de direção retrátil e tanque de combustível isolado logo atrás do encosto do banco de trás.

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    Chevette
    (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Sua concepção era clássica, com tração traseira e motor dianteiro de quatro cilindros, 1,4 litro e 68 cv. Ainda em ferro fundido, o cabeçote tinha fluxo cruzado de gases e comando de válvulas acionado por correia dentada, primazia na época.

    A direção era rápida e precisa e o câmbio manual de quatro marchas tornou-se referência pelos engates curtos e secos.

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    “Quem tem prazer em dirigir vai gostar do Chevette”, escreveu na época o jornalista Expedito Marazzi, cativado pelas arrancadas violentas e pela facilidade com que o motor chegava aos 6.000 rpm.

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    O já bicampeão de F-1 Emerson Fittipaldi elogiou os freios a disco e a estabilidade: “Pode-se entrar forte nas curvas que ele se mantém equilibrado”.

    Chevette
    (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O desempenho era muito bom para a época: 0 a 100 km/h em cerca de 19 segundos e máxima em torno dos 140 km/h.

    Nenhum concorrente tinha uma dirigibilidade tão apurada: o Ford Corcel era totalmente voltado ao conforto, enquanto a Volkswagen Brasília não escondia as limitações do Fusca, projeto com mais de 40 anos.

    Mas o Chevette tinha seus defeitos: a suspensão era considerada dura demais para nosso piso e o largo túnel da transmissão deslocava os pedais e a direção para a esquerda, comprometendo a ergonomia.

    O banco traseiro era adequado apenas para crianças e o isolamento precário de ruído e vibrações do motor dificultavam qualquer conversa a bordo.

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    Chevette
    (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    A versão esportiva GP surgiu em 1975 em comemoração ao Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Recebeu faróis de neblina, enormes faixas pretas, rodas com 6 polegadas de largura e sobrearos de aço inox.

    O volante esportivo aumentava e a empolgação frente ao inexpressivo acréscimo na performance: a taxa de compressão aumentada de 7,8:1 para 8,5:1 fez o motor chegar a 72 cv.

    As mesmas rodas de tala larga seriam usadas na série especial País Tropical, vendida apenas em 1976. O exemplar das fotos é um dos raros remanescentes e integra o acervo do colecionador Luiz Martins.

    “Era o único automóvel nacional a oferecer rádio/toca-fitas como item de série, um caríssimo Nissei. Trazia até uma fita cassete com o hit de Jorge Ben Jor”, diz Martins.

    Chevette
    (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    A primeira reestilização do Chevette ocorreu em 1978, adotando as mesmas linhas básicas do Chevette americano de 1976. A família logo cresceu com a versão quatro portas e com o hatch no modelo 1980.

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    A primeira geração despediu-se em 1982, pouco depois da chegada da perua Marajó e da versão esportiva S/R.

    O Chevette ainda viveria mais dez anos de sucesso: tornou-se campeão de vendas em 1983, deu origem à picape Chevy 500, recebeu câmbio manual de cinco marchas, ar-condicionado e até um câmbio automático de três marchas.

    As versões populares Júnior (motor 1 litro) e “L” (motor 1.6 litro) encerraram uma história de 20 anos e 1,6 milhão de unidades vendidas.

    Ficha técnica:

    Chevrolet Chevette País Tropical 1976
    Motor: Longit., 4cil. em linha, 1.398 cm3, 8 válvulas, comando de válvulas simples no cabeçote, carburador simples; 68cv a 5.800 rpm; 9,8 mkgf a 3.200 rpm
    Câmbio:  Manual de 4 marchas, tração traseira
    Dimensões:  Compr., 412 cm; larg., 157 cm; alt., 132 cm; entre-eixos, 239 cm; peso, 860 kg
    Pneus: 6.45 – 13

    Teste:

    Janeiro de 1976
    0 a 100 km/h 137,4 km/h
    Consumo 12,26 km/l a 100 km/h
    Preço Cr$ 50.000 (maio de 1976); R$ 89.000 (atualizado, IGP-DI/FGV)

     

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