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Chevrolet Calibra: cupê do Vectra veio da Alemanha com mecânica refinada

Desenvolvido em túnel de vento, o cupê reafirmou a competência da indústria automobilística alemã no final dos anos 1980

Por Felipe bitu | Fotos Fernando Pires
23 jul 2022, 10h26
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  • A década de 1980, no mundo, foi marcada pela consagração dos esportivos japoneses. Modelos como Nissan Silvia, Mitsubishi Starion, Honda Prelude, Mazda RX-7 e Toyota Supra consolidaram o prestígio da engenharia nipônica frente a concorrentes americanos e europeus. Foi neste contexto que o Opel Calibra surgiu para redefinir conceitos.

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    Desenvolvido sobre a plataforma do sedã Vectra de primeira geração, o Calibra foi uma das atrações do Salão de Frankfurt de 1989 em função do estilo idealizado por Erhard Schnell: linhas suaves que proporcionavam um coeficiente de arrasto aerodinâmico de apenas 0,26, o mais baixo entre todos os automóveis de produção em larga escala.

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    A baixa altura (1,32 metro) era um dos segredos para reduzir a área frontal do cupê de quatro lugares. A boa aerodinâmica facilitava a vida do motor C20NE de 2 litros, 2 válvulas por cilindro e 115 cv: a versão mais modesta 2.0i acelerava de 0 a 100 km/h em 10 segundos, alcançando a máxima de 205 km/h. Entre os opcionais estava o câmbio automático de quatro marchas.

    Opel Calibra
    Em nossa pista, ele acelerou de 0 a 100 km/h em 10 segundos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O desempenho melhorava muito na versão 2.0 i 16V: o motor C20XE com duplo comando de válvulas, quatro válvulas por cilindro e a injeção sequencial Bosch Motronic, gerava 150 cv, indo de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos e alcançando 223 km/h. A dinâmica era favorecida pela suspensão traseira independente, mais refinada que o eixo de torção do Vectra.

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    Os críticos da tração dianteira foram calados em 1990 com a oferta da tração 4×4, um sistema reativo com uma caixa de transferência de acoplamento viscoso para transmissão de torque para as rodas traseiras.

    A maior capacidade de tração só seria explorada ao máximo em 1992, com a chegada da versão 2.0 i 16V Turbo. Nela o motor C20LET era sobrealimentado por um turbocompressor KKK K16 com intercooler. Seus 204 cv eram transmitidos às quatro rodas por um câmbio manual Getrag de seis marchas. A aceleração de 0 a 100 km/h era de 6,8 segundos e a máxima, de 245 km/h. Diferenciava-se das outras versões pelas rodas de 16 polegadas e pneus 205/50.

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    No ano seguinte, o Calibra passou a contar com a versão 2.5 i V6, impulsionada pelo motor C25XE de 170 cv que já equipava o Vectra: acelerava de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos com máxima de 237 km/h.

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    Opel Calibra
    Motor, painel e computador de bordo iguais aos do Vectra (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Como no Calibra 2.0 i, a tração era apenas dianteira e havia opção por um câmbio automático de quatro marchas. Na Europa, seu principal concorrente era o VW Corrado, mas ele logo ganhou a companhia do Ford Probe (baseado no Mazda MX-6) e mais tarde do Peugeot 406 Coupé.

    O emblema na dianteira dependia do mercado: Opel Calibra na Alemanha, Vauxhall Calibra no Reino Unido, Holden Calibra na Austrália e Chevrolet Calibra na África do Sul e América Latina.

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    Avaliado por QUATRO RODAS em agosto de 1993, o Calibra decepcionou pela simplicidade do interior, idêntico ao do Vectra. Ainda em fase de acertos para a nossa gasolina, o motor C20XE acelerou de 0 a 100 km/h em 10,1 segundos, alcançando a máxima de 215,2 km/h. Sua oferta em nosso mercado foi breve, prejudicada pelo aumento repentino na alíquota de importação.

    Em 1993, a versão 2.0i 16V recebe o motor X20XEV da família Ecotec, com menor ângulo entre as válvulas, gerenciamento Siemens Simtec e 136 cv.

    Opel Calibra
    Motor CX20 que gera 136 cv (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A queda no desempenho era sensível: 0 a 100 km/h em 9,5 segundos, com máxima estancando nos 215 km/h. A versão 2.5 i V6 também recebeu o motor X25XE da família Ecotec, mas sem perder rendimento.

    A curiosa versão V6 4×4 foi desenvolvida exclusivamente para disputar os campeonatos Deutsche Tourenwagen Meisterschaft (DTM) e International Touring Car Championship (ITC).

    Neste mesmo ano, o Calibra passa a oferecer airbag duplo e barras de proteção contra impactos laterais nas portas. Em 1994, o emblema migrou do capô para a grade dianteira.

    O Calibra teve diversas edições limitadas como Young (de entrada), Classic (com revestimento de couro e alto-falantes Bose), DTM Edition, Keke Rosberg, Cliff Motorsport e Last Edition (as quatro com rodas BBS e suspensão mais baixa fornecida pela Irmscher). A carroceria conversível não saiu da fase de protótipo.

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    Opel Calibra
    Computador tinha 6 funções básicas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    No total, 144.669 unidades do Calibra deixaram a fábrica de Rüsselsheim entre 1989 e 1997, além de outras 93.978 unidades produzidas na Finlândia pela Valmet. O cupê só teve um sucessor à altura em 2000, ano em que foi apresentado o Astra G Coupé desenhado e produzido pela italiana Bertone.

    Ficha Técnica Chevrolet Calibra 2.0 i 16V

    Motor: transversal, 4 cilindros em linha, 1998 cm3, alimentação por injeção eletrônica sequencial; 150 cv a 6.000 rpm; 20 kgfm a 4.600 rpm
    Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira
    Carroceria: cupê, 2 portas, 4 lugares
    Dimensões: comprimento, 449 cm; largura, 168 cm; altura, 129 cm; entre-eixos, 260 cm; peso, 1.245 kg; pneus, 195/60 R15

    Edição Agosto de 1993

    Quatro RodAs 397
    (Reprodução/Quatro Rodas)

    Aceleração 0 a 100 km/h em 10,1 s
    Velocidade Máx. 215,2 km/h
    Consumo 11,4 km/l
    Preço US$ 50.000 (estimado)

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