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Vistoria prévia: o raio x de um carro usado

Antes reservada a financeiras, ela pode ser uma grande aliada na hora de comprar um usado

Por Gustavo Henrique Ruffo
Atualizado em 22 abr 2021, 16h59 - Publicado em 6 jan 2014, 15h28
Vistoria prévia
 (Jonatan Sarmento/)
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Financeiras e administradoras de consórcio não se arriscam a colocar dinheiro em carros sem que eles tenham passado por uma vistoria. Por meio dela, podem-se evitar todos os possíveis riscos legais de um veículo.

A boa notícia é que esse tipo de serviço – chamado de perícia cautelar – está disponível para qualquer pessoa, inclusive as físicas, como você, e não é tão caro: na média, entre 150 e 300 reais. É uma ótima alternativa, portanto, para quem está comprando ou vendendo um carro. A má notícia é que ela não avalia os riscos mecânicos do automóvel.

A vistoria geralmente consiste de duas partes. A primeira é a checagem em bases de dados públicas e privadas. São mais de 40 informações, como identificação exata do veículo, procedência, numeração de motor e chassi, se o carro já sofreu algum sinistro, se está com alguma restrição judicial, histórico de leilão e até se já fez algum recall ou ainda está pendente.

Nessa checagem, são identificados inclusive os carros “salvados” – veículos que sofreram perda total e que, depois de leiloados, são reformados e colocados novamente no mercado, muitas vezes sem a menor condição de segurança para isso.

A segunda fase de uma vistoria pericial é a verificação de gravações de motor e chassi, teste de pintura, lacração e autenticidade de placa. São mais de 76 itens que o profissional verifica, como por exemplo se as mangueiras do motor são originais.

Algumas empresas também avaliam a parte estrutural do carro, como emendas ou cortes na carroceria e danos de monta (batidas e reparos). No fim, com o cruzamento dos dados do dossiê, é gerado um certificado em nome do cliente ou do dono do carro.

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Entrega em domicílio

Uma das vantagens da vistoria é poder fazê-la onde for mais conveniente, tando em casa quanto na concessionária ou loja em que esteja o automóvel no qual ele tem interesse. Existe a possibilidade de o serviço ser realizado na hora, se houver pessoal para atendê-lo, mas o ideal é fazer um agendamento.

Além do veículo, também é necessário ter em mãos o documento original, o CRLV [Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo]. A vistoria leva em média 1 hora.

O mais interessante, no entanto, é que um carro vistoriado fica garantido caso apresente qualquer tipo de embaraço legal futuramente. As empresas de inspeção oferecem um seguro de responsabilidade civil por erro profissional com valores médios na faixa dos 300.000 reais.

Quando aprovado, o automóvel entra para o banco de dados para consulta e ganha um certificado válido por três anos – ou pelo tempo que o carro estiver com o mesmo proprietário, dependendo da empresa. Se surgir um problema, como o veículo já estar clonado, o cliente é indenizado.

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Mecânica em segredo

O problema é que essa vistoria não é capaz de detectar defeitos mecânicos. Muitos clientes ficam tranquilos de comprar em lojas ou concessionárias por causa da garantia de três meses para motor e câmbio. Essas empresas são obrigadas por lei a assegurar essa condição, mas recomenda-se que a compra só seja feita depois de um test-drive, mesmo que a vistoria pericial mostre que ele não tem problemas legais.

Um simples desalinhamento, por exemplo, pode-se dever a rodas fora de centro graças aos buracos que infestam nossas ruas e estradas. Mas, para fazer o balanceamento, é preciso colocá-las no centro novamente, um conserto que não custa menos que 200 reais por roda.

Para esse tipo de problema, o jeito é mesmo dar uma volta no carro, ou levar seu mecânico de confiança, mas não só. Existe outro tipo de checagem que pode ajudar nessas situações: a inspeção de segurança veicular. Mas isso já é assunto para o texto mais abaixo.

 

Checagem de segurança

É muito comum confundirem vistoria e inspeção. A primeira, chamada de perícia cautelar, é feita pelas Empresas Credenciadas para Vistorias (ECV). A segunda, cujo nome oficial é Inspeção de Segurança Veicular, é feita pelas Inspeções Técnicas Licenciadas (ITL).

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Essa modalidade de inspeção se preocupa com as condições do carro que podem oferecer risco de acidente. Ela verifica os principais componentes do automóvel que, em caso de falha, possam provocar situações de risco ao motorista ou passageiro. São inspecionados mais de 120 itens, como equipamentos obrigatórios de segurança, sistema de iluminação, de freios, de direção, eixos, suspensão, pneus e rodas.

Na prática, essa checagem analisa o alinhamento de carroceria, a tendência dos freios a puxarem mais para um lado que para o outro, falhas em amortecedores, uma bandeja quebrada, qualquer coisa que possa provocar um acidente quando o automóvel estiver rodando. Portanto, não cobre possíveis defeitos no motor ou câmbio – por isso, sua realização é menos comum.

Para fazer a inspeção, que custa entre 200 e 300 reais, só são necessários o próprio carro e o documento. Mas neste caso não há cobertura se um problema surgir depois: a inspeção reporta as condições do veículo no ato de sua apresentação e não pressupõe uma garantia do veículo no futuro. Mesmo porque quebras e desgastes podem ocorrer causados por diversos fatores externos, como falta de manutenção ou a forma de condução do veículo.

Empresas de vistoria

  • dekra.com.br
  • terceiravisao.com
  • toppericias.com.br
  • supervisao.com
  • plenavisao.com
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