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Mitos e verdades sobre as proteções à pintura

Espelhamento é igual cristalização? Polimento estraga o verniz? Saiba o que é mito e fato nos cuidados com a pintura

Por Gustavo Henrique Ruffo
Atualizado em 22 abr 2021, 23h07 - Publicado em 22 jun 2015, 13h34

servicos

Uma boa medida para o carro resistir a longos períodos sem lavagem é apelar para tratamentos de proteção à pintura. O problema é acreditar em tudo que se fala sobre enceramento, polimento e espelhamento. Descobrir o que é verdade e o que é mito não é fácil.

Para isso, recorremos a Silvio Rivarolla, diretor do Sindirepa-SP (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios de São Paulo) e diretor técnico-operacional da oficina Evolution, a Edson Lemes, coordenador de atividades pedagógicas do Senai, e a Marcos Bresil, especialista avançado do serviço técnico da Divisão de Reparação Automotiva da 3M, que fornece produtos para muitos desses processos.

Veja a seguir no que acreditar e do que fugir.

Todo polimento elimina uma parte do verniz da pintura. MITO

Ainda que polimentos mais agressivos possam eliminar parte do verniz, dependendo do produto usado e da força empregada no processo, o polimento não necessariamente desgasta essa camada. Depende sempre do tipo de serviço.

Cristalização e espelhamento são a mesma coisa. FATO

São processos parecidos e, na prática, produzem o mesmo resultado. A diferença é que, enquanto a cristalização aplica uma resina para conseguir o efeito estético, o espelhamento usa uma cera especial. Por isso, eles têm preços parecidos. A média é de R$ 350 a R$ 550 para hatches e sedãs e de R$ 500 a R$ 700 para SUVs e picapes.

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Os dois processos exigem a lavagem do veículo, a proteção de borrachas e cromados, o lixamento fino (para corrigir imperfeições), o polimento (para buscar o brilho) e a aplicação da resina, no caso da cristalização, ou da cera especial, no espelhamento (que cria uma camada protetora) e da cera final (que impermeabiliza todo o conjunto).

Recomenda-se fazer tanto o espelhamento como a cristalização duas vezes ao ano em automóveis de cor escura. Em pintura clara, basta fazer uma aplicação anual.

Carro novo não deve passar por cristalização ou espelhamento. MITO

O receio sobre esses processos é que envolvem, em veículos usados, lixamento fino, polimento elustro. O lixamento é efetuado para corrigir a pintura, deixando-a tão lisa quanto possível. É isso que permite brilho máximo. O polimento é feito com um disco de espuma, muito leve, que não afeta a camada de verniz.

Nos carros novos, que não exigem nenhum tipo de correção e estão com a pintura em sua melhor forma, só são executados o polimento e o lustro, que é a fase em que o aplicador busca o brilho que dá nome aos processos. Portanto, a proteção extra oferecida pela cristalização ou pelo espelhamento é até mais recomendada do que em veículos usados, já que ela é preventiva e não corretiva.

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Conclusão: os dois tratamentos não retiram a camada protetora da pintura – ao contrário, acrescentam.

Cera de carnaúba é a melhor para encerar um automóvel. MITO

Ainda que a carnaúba seja um componente da maior parte das ceras de qualidade, isso não quer dizer que as chamadas “ceras puras de carnaúba” sejam as melhores para encerar a carroceria. O referencial não deve se basear nos ingredientes utilizados para formular o produto, mas sim no tempo de proteção que ele pode proporcionar.

Existem hoje no mercado ceras que oferecem um tempo mais curto de proteção, conhecidas como ceras hobby, para quem gosta de cuidar do carro nos fins de semana, e as profissionais. Enquanto as primeiras aguentam até duas lavagens, as profissionais podem suportar mais de dez, mas custam também significativamente mais do que as comuns. Elas podem ser até três vezes mais caras que os modelos básicos.

Polimento técnico é o melhor artifício para a eliminação de problemas na pintura. FATO

Esse serviço é o mais indicado para solucionar manchas e riscos leves. O polimento técnico (que varia de R$ 200 a R$ 250) é dividido em três fases. A primeira é o corte, na qual se avaliam as condições da pintura e se eliminam contaminantes, manchas e pequenos riscos, nivelando a superfície para melhor reflexão.

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A segunda é a de refino, que elimina microrriscos deixados pela fase de corte, chamados de hologramas. A final é a de lustro e proteção, quando se usam polidores de acabamento. Já o polimento comum (de R$ 100 a R$ 150) só tem a última fase.

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