Ferrari FF
Manter a visibilidade em toda a área envidraçada é apenas o primeiro dos cuidados que o motorista precisa tomar com a bagagem no veículo. Algumas situações podem colocar em risco os ocupantes do automóvel e exigem precauções, mesmo que não causem infrações ao código de trânsito. Confira a lista que preparamos, e não deixe que sua bagagem vire uma mala sem alça.
Perigo à solta
No caso de um acidente, todos os objetos soltos dentro do carro serão arremessados pela inércia, multiplicando o seu peso. Nessa situação, malas e recipientes carregados representam um grande risco aos ocupantes, ainda que eles estejam utilizando cinto de segurança, principalmente em impactos fortes ou capotagens. Coloque no porta-malas tudo o que puder, e não dispense a tampa que isola o compartimento.
Contudo, não subestime os objetos pequenos e leves: um simples estojo de óculos largado sobre o painel pode ser o causador de uma catástrofe. Basta que ele caia no assoalho, próximo aos pedais do motorista – dificultando ou impedindo o acionamento dos mesmos.
Peso pesado
Ao carregar vários passageiros e suas respectivas bagagens, o motorista precisa ficar atento. Nesta condição, a calibragem dos pneus recomendada pela fábrica é diferente, e deve ser checada no manual do proprietário. Dependendo do peso carregado, vale a pena conferir o índice de capacidade de carga dos pneus, que está gravada nas laterais dos mesmos, ao lado do código de velocidade. Para mais informações, consulte esta página.
Não se esqueça de fazer a calibragem com os pneus ainda frios, nos primeiros quilômetros após sair de casa. Com o aumento da temperatura da carcaça o ar se expande, causando um aumento de pressão que levará a uma calibragem incorreta.
Com muita carga, a atitude ao volante também deve sofrer mudanças: um grupo de cinco adultos representa quase 50% do peso de um compacto de entrada. O potencial de aceleração, frenagem e contorno de curvas é reduzido drasticamente, requerendo maior planejamento nas manobras de ultrapassagem e atenção triplicada nas descidas de serra.
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Nestas condições, o condutor deve estar atento ao primeiro sinal de superaquecimento nos freios: o pedal começa a ficar mole e com curso cada vez mais fundo. Caso isso aconteça, o carro deve ser parado por alguns minutos no primeiro recuo seguro que for avistado; e o fluido de freio precisará ser substituído assim que possível.
Com tanta massa a bordo, a distribuição de peso sobre os eixos também muda bastante. O comportamento do carro fica diferente, e até o alinhamento dos faróis sofre alterações. Alguns modelos possuem regulagem vertical do facho, normalmente localizado no painel, à esquerda do volante.
Melancia sobre a cabeça
Nem sempre é possível colocar toda a bagagem dentro do porta-malas. O compartimento externo de teto é uma opção típica e dentro da lei aos viajantes, embora não seja o ideal e exija precauções extras. Mas antes de mais nada, confira se a sua instalação não irá quebrar a garantia de fábrica do seu automóvel; para não ter surpresas desagradáveis e tardias.
Os bagageiros devem respeitar o limite de altura imposto pela legislação, de 40cm de altura – que vale também para pacotes improvisados com lona e cordões. A instalação de ambos deve ser rigorosa, pois a pressão aerodinâmica acima de 80 km/h é muito forte, e qualquer parafuso frouxo ou entrada de ar no pacote pode iniciar uma verdadeira bola de neve. O ideal é parar ocasionalmente para checar o aperto e a fixação da bagagem de teto, sempre em locais seguros e com circulação de pessoas, como postos de gasolina.
A concentração de peso no teto alterará o centro de gravidade do veículo, e fará o carro balançar mais em curvas e mergulhar mais em frenagens; exigindo uma direção ainda mais cautelosa do motorista. A conta do combustível também ficará mais salgada – 20% em média – pois o bagageiro é uma enorme barreira que reduz a eficácia aerodinâmica e assim aumenta o consumo.
Por isso, vale a pena revisar a bagagem que está sendo levada para decidir se vale mesmo a pena carregar tanto peso sobre a cabeça.