Luis Alfredo, Jaboticabal (SP)
O etanol no Brasil permite que haja até 7,5% de água na sua composição, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e isso não ocorre com a gasolina, mesmo com os 27% de álcool anidro na sua formulação.
De acordo com o engenheiro Fábio Ferreira, diretor de produtos da Bosch, essa característica exige que os componentes sejam desenvolvidos e aplicados de forma especial, pois a água pode causar desgaste prematuro ou corrosão. Dessa forma, isso fica mais crítico para as altas pressões de trabalho dos motores a injeção direta.
“Assim, somente componentes liberados para esse combustível devem ser usados nos motores”, afirma. Vale destacar ainda que existe adulteração de combustíveis, o que pode levar a um teor maior de água que o permitido ou até mesmo misturas com outros agentes que agridem os materiais, podendo gerar falhas.
José Luiz Salvador, por e-mail
Na verdade, os veículos com injeção direta (incluindo todos os motores a diesel modernos) possuem menos tendência à carbonização das válvulas. Nesses sistemas, o combustível é injetado diretamente na câmara de combustão e não passa pelas válvulas de admissão.
A maneira mais eficaz de prevenir a carbonização das válvulas é manter a manutenção em dia, trocar filtros e óleo de motor sempre dentro do prazo e utilizar o mesmo grau de viscosidade e qualidade (API) recomendado pelo fabricante.
O preço do desleixo
A carbonização das válvulas pode ocorrer de duas maneiras. A mais comum é o acúmulo de resíduos provenientes do combustível não queimado.
Esse é o tipo do qual os motores de injeção direta estão quase imunes, pois o líquido vaporizado não passa pela válvula antes de entrar no cilindro.
Outra situação é quando o óleo escorre pelo retentor da válvula ou se acumula a partir do excesso de vapor na recirculação. Essa situação é muito comum quando o proprietário se descuida da manutenção ou opta por um óleo mais barato (e fora da especificação recomendada).