O que acontece quando um veículo com câmbio automático vai para trás em Drive, como em uma ladeira íngreme? – Thiago Lopes, São Paulo (SP)
Geralmente nada. Nesse tipo de transmissão, as diferenças de rotação entre motor e câmbio são compensadas pelo próprio conversor de torque.
A arquitetura do engrenamento planetário e o conversor de torque permitem que o veículo, quando em D, desça a ladeira íngreme sem complicações críticas à transmissão.
Se a velocidade for elevada, porém, alguns carros podem desligar automaticamente o motor para evitar danos no conjunto. Em subidas leves, muitos veículos automáticos são capazes de ficar parados em Drive usando apenas a força do motor. Mas não é recomendável fazer isso para evitar superaquecimento do conversor de torque.
Pelo mesmo motivo, em manobras de ré (ou vice-versa) é recomendado parar completamente o carro usando somente o freio para só depois mover a alavanca de câmbio para inverter a marcha.
Embreagem muda a história
Veículos com a caixa automatizada de uma ou duas embreagens lidam melhor com essa situação, mas são menos resistentes a abusos.
Quando este tipo de modelo está em Drive em uma ladeira e começa a ir para trás sem que o pedal do acelerador seja acionado, a embreagem fica desacoplada e ele se comporta como se estivesse em neutro.
Isso ajuda a preservar o conjunto, mas se você decidir acionar o acelerador antes de parar o veículo o estrago é maior. Ao contrário do conversor de torque, a embreagem não usa um fluido para transmitir a força do motor ao câmbio.
Se o carro estiver indo no sentido contrário ao selecionado no câmbio, o disco vai estar girando no sentido contrário ao do platô. Isso aumentará exponencialmente o desgaste da embreagem, além de levar o conjunto ao superaquecimento.
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