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Desmanches vendem peças de Kwid que concessionárias não têm

Enquanto pontos de venda da marca só terão estoque em setembro, lojas independentes já possuem vários itens de reposição para o compacto

Por Da Redação
Atualizado em 4 set 2017, 15h00 - Publicado em 29 ago 2017, 19h48
Quem comprar um Kwid corre a risco de ficar a pé se precisar de peças de reposição (Divulgação/Renault)

Há muito tempo um carro não despertava tanto interesse no consumidor como o Renault Kwid. Aliando design moderno a preços atraentes (de R$ 29.990 a R$ 39.990), o popular indica que pode virar um sucesso de vendas.

Diante do sucesso inesperado durante a pré-venda, a marca foi levada a aumentar o ritmo de produção na planta de São José dos Pinhais (PR) para frear as desistências e diminuir o tempo de espera pelo carro.

Já a concorrência faz o possível para não perder clientes. A Fiat, por exemplo, reduziu o preço do Mobi em quase R$ 4 mil.

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Faltam peças de reposição nas revendas – e algumas, como as rodas, são difíceis de achar no mercado paralelo (Divulgação/Renault)

A rede autorizada Renault também sofre com problemas. Além da longa fila de espera por um Kwid, quem precisar de peças de reposição corre o risco de ficar a pé por alguns dias – ou até semanas.

Isso porque as concessionárias só receberão a maioria dos itens a partir de setembro. Faltam até componentes básicos, como rodas (que só possuem três parafusos, impossibilitando a substituição por outro item genérico), vidros e partes de acabamento.

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Em contrapartida, basta fazer uma busca na internet para achar diversos itens do Kwid à venda. Há vários acessórios estéticos, incluindo soleiras, adesivos e pedaleiras. Causa estranheza, porém, a oferta de outros itens difíceis de encontrar, como chave de seta e até o para-choque dianteiro.

Neste segundo caso, não há apenas um anúncio, e sim vários. Alguns vendedores ressaltam que as peças são usadas e aparentemente foram recuperadas após sofrerem danos.

Danos nos para-choques foram feitos próximos à grade na tentativa de inutilizar a peça (reprodução/Internet)

Mas qual seria a procedência destes itens? Contatamos os desmanches responsáveis pelos anúncios e descobrimos que as peças pertenciam a veículos utilizados em testes de homologação – daí a variedade de cores.

Fontes ligadas à empresa afirmam que os para-choques são destruídos (possivelmente por uma prensa, explicando o fato de os danos serem feitos sempre no mesmo lugar) antes do descarte para evitar a revenda.

Preço das peças nos desmanches varia de R$ 250 a R$ 400 (Captura de tela/Internet)

Entretanto, alguém repassa as peças danificadas aos desmanches, que são devidamente reparadas antes de serem vendidas. O “esquema” foi revelado a nós pelo próprio anunciante, que admitiu ter adquirido o para-choque de uma concessionária.

Em um primeiro momento, aparenta ser apenas uma peça, se não fosse por um detalhe (Reprodução/Internet)
O adesivo no componente indica que ele é para o “Projeto XBB”, como o Kwid era chamado internamente na fase de desenvolvimento (Reprodução/Internet)

Consultamos duas revendas nos arredores do bairro do Ipiranga (onde ficam os desmanches), em São Paulo (SP), e ambas disseram não ter peças do Kwid à pronta-entrega. Mas ambas nos forneceram o valor da peça: R$ 1.313,40, sem os custos de pintura e mão de obra. Além disso, ainda seria preciso esperar pelo menos cinco dias úteis até a peça chegar à concessionária.

Concessionárias no Rio de Janeiro e São José dos Pinhais (PR) – inclusive uma a pouco mais de 11 km da fábrica que produz o Kwid no Brasil – também não tinham as peças em estoque.

Cliente precisará pintar peça se a cor do para-choque não for a mesma de seu carro (reprodução/Internet)

Enquanto isso, quem procurar um dos desmanches poderá levar a peça por um valor quase cinco vezes menor, desembolsando de R$ 250 a R$ 400 pela peça – e ainda conseguirá levá-la na hora para casa se for até o estabelecimento.

Procurada pela reportagem de QUATRO RODAS,  a Renault do Brasil se mostrou surpresa diante do fato. Segundo um porta-voz da empresa, a fabricante iniciou uma investigação interna para apurar a procedência das peças que estão à venda na internet.

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