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Volkswagen Crossblue

Ele terá a missão de substituir o Touareg e fzer a VW ganhar dinheiro com um SUV de luxo

Por Joaquim Oliveira
6 jan 2014, 16h06
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    A Volks já tem data para aposentar o Touareg. Deve ocorrer até 2016, com a substituição do seu utilitário topo de linha pelo CrossBlue. Apresentado como conceito no Salão de Detroit, em janeiro, o novo SUV terá a missão de abrir espaço em mercados nos quais a participação da VW anda abaixo do esperado, como Estados Unidos e China, além de reforçar as vendas na Europa, América Latina e outros países da Ásia. Para a Volks, o CrossBlue marca o encerramento de uma fase de alto custo e baixa rentabilidade, já que o Touareg divide componentes caros com o Audi Q7, sem atingir os volumes esperados pela marca do “carro do povo”, basicamente porque era caro demais para um SUV de uma marca sem prestígio no segmento de luxo. O novato tem o trunfo de utilizar a plataforma MQB, a mesma do novo Golf, o que reduzirá drasticamente o custo de produção. Essa base foi anunciada como a mais flexível já desenvolvida mundialmente e, nos planos da empresa, a estrutura será o ponto de partida para todos os seus produtos equipados com motor transversal dianteiro.

    Gastando menos para fabricar, a ideia é oferecer o novo SUV a um preço mais competitivo e dividir terreno com os coreanos. Por ora, nem o nome nem preço estão definidos, já que o modelo final será lançado em até três anos, ao menos nos EUA. Lá, espera-se que custe 25% menos que o Touareg. Além disso, o CrossBlue também tem a missão de orientar o desenho dos futuros SUVs da marca.

    Embora não pareça, o jipão é enorme.Tem quase 5 metros de comprimento e sete assentos. Suas dimensões avantajadas (19 cm de comprimento e 7 cm de largura a mais que um Touareg), revelam a flexibilidade da plataforma MQB. O Golf VII tem entre-eixos de 2,63 metros. O CrossBlue tem 2,98.

    Apesar de ainda ser um conceito, suas formas e especificações estão perto do que será o modelo definitivo. O primeiro indício está no design, semelhante ao que conhecemos hoje nos carros de produção. Aliás, se fosse colocado num estante de vendas, ele não se destacaria tanto dos demais, já que compartilha elementos comuns ao resto da família.

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    O console central funciona como uma continuação do painel, assim como no modelo atual, mas há novos comandos. O CrossBlue tem ar-condicionado de quatro zonas e tração 4×4. Seus botões ficam camuflados no console, e sobem à posição de uso quando a ignição é acionada. Telas de alta resolução atrás dos bancos dianteiros fazem parte de um sistema de entretenimento que promete criar um novo padrão. No painel, a tela sensível ao toque tem 10,2 polegadas. Esse display ainda é usado para monitorar os motores elétricos e a tração. Os assentos centrais hoje têm só dois lugares, mas até o lançamento serão substituídos por um banco convencional de três, instalado sobre trilhos para facilitar o acesso à fileira do fundão, onde há mais dois assentos. Com sete a bordo, cabem 335 litros no porta-malas, mas o volume sobe para até 812 quando a terceira fila não está em uso. Rebaixando os assentos, é possível carregar até uma prancha, pois o comprimento interno é de 3,11 metros.

    O sistema de propulsão é híbrido do tipo plug-in (que pode ser conectado a uma tomada para recarregar as baterias). No entanto, haverá opções a gasolina de quatro e seis cilindros. No nosso test-drive em Frankfurt, avaliamos o mais caro, com 2.0 diesel que trabalha em conjunto com um motor elétrico de 55 cv e 18,35 mkgf no eixo dianteiro e outro elétrico de 115 cv e 27,5 mkgf no eixo de trás. Combinados, rendem 306 cv e 71,38 mkgf.

    Ao ser ligado, o CrossBlue não faz barulho. O motor a combustão só entra em ação quando o acelerador é pressionado com vigor. Entretanto, é possível acionar a função EV, que permite rodar apenas com os motores elétricos. Nesse caso, somente a tração traseira funciona, mantendo a velocidade máxima limitada a 120 km/h – porém a autonomia nessa configuração cai para meros 33 km.

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    Auxiliares eletrônicos controlam todo o funcionamento do conjunto mecânico. No modo Eco, o acelerador e o ar-condicionado têm rendimento parcial, já que o intuito é poupar energia. É o oposto do Sport, no qual toda a potência fica disponível. No modo Off-road, o motor a gasolina alimenta o elétrico dianteiro, que passa a funcionar como um gerador de energia para o traseiro. Este, por sua vez, se encarrega de distribuir a tração. Segundo a VW, o CrossBlue pode ir de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos. Os números de consumo divulgados são igualmente generosos: 47,6 km/l, quando os motores elétricos estão em ação, ou 20,4 km/l, quando a tração está a cargo exclusivamente do 2.0 diesel. São números ousados e animadores, mas que não estarão disponíveis nas versões comerciais. Uma pena.

    VEREDICTO

    A VW quer corrigir os defeitos do Touareg, com um carro que tem preço menor e eficiência energética maior. Assim, o comprador – e o planeta – só tem a ganhar

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