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Teste: Mercedes-Benz GLA 200, SUV e jovem?

A marca jura que ele é um SUV e busca trazer um novo público para suas lojas. Será que ele cumpre suas promessas?

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 20 abr 2018, 18h02 - Publicado em 4 set 2017, 13h58
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    Não parece, mas está na dianteira a maior parte das alterações do GLA 2018 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O GLA é um dos responsáveis pela renovação da imagem da Mercedes-Benz em todo o mundo. Junto do hatch Classe A e do sedã CLA, o SUV busca um público mais jovem para juntar-se aos compradores mais tradicionais da marca.

    Para reforçar toda essa ideia, o modelo passou por algumas alterações estéticas na linha 2018.

    Para apresentá-las, escolhemos a versão intermediária e mais vendida do modelo, a GLA 200 Advance, que sai por R$ 175.900. É equipada com motor 1.6 turbo, entre a Style (R$ 158.900) e a Enduro (R$ 203.900).

    No entanto, as mudanças são discretas e, muitas, difíceis até mesmo de serem descritas.

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    Na traseira, a novidade fica para o arranjo interno das lanternas – estas com controle automático de luminosidade (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A maior parte das alterações está na dianteira: a grade perfurada (exatamente a mesma do grandalhão GLS) e o aplique metalizado na base do para-choque. Já os faróis redesenhados e full led são o chamariz tecnológico. As rodas também são novas, com desenho esportivo – têm 18 polegadas e pneus 235/50.

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    Na traseira as novidades são menores. Apenas a lanterna tem novo arranjo interno, com um interessante (e bonito) efeito brilhante causado por pequenos cristais. O visual se une à função de controle automático do brilho da iluminação das lanternas. Durante o dia, a luz emitida é mais forte.

    À noite, a luminosidade é reduzida. Já quando o carro permanece aceso, mas parado, a emissão de luz atinge seu menor nível. Tudo para não ofuscar quem vem atrás.

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    Embora muito parecidos com os antigos, os faróis full led também passaram por alterações (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Por dentro, as alterações seguem o ritmo do exterior. Os materiais utilizados no acabamento, como os tecidos dos bancos e a porção central do painel em alumínio escovado, são novos.

    A versão Advance ganha ainda a opção de revestimento dos bancos na cor cinza, além do tradicional preto, sem custo adicional. Permanecem os bancos em concha e os pontos de luz indiretos por diversas partes do habitáculo.

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    O que também não muda é a iluminação amarelada dos botões, que dá aspecto de carro dos anos 90 e destoa completamente da proposta jovem do GLA, além de não conversar com o quadro de instrumentos mais moderno, com luz branca e visor digital ao centro. Os diversos botões no centro do painel, com comandos de telefone, também parecem vindos de algumas décadas atrás.

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    Por dentro, além dos novos padrões de acabamento, o GLA ganha central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay. Iluminação amarela, porém, destoa da proposta jovem do modelo (Mercedes-Benz/Divulgação)

    Para compensar, a central multimídia – embora de visual polêmico por estar destacada do painel, como um tablet – está mais moderna. Agora é possível conectar um smartphone com Apple CarPlay e Android Auto, com comandos de voz, leitura de mensagens, conexão com streaming de áudio, como Spotify, e os sistemas de navegação Waze e Google Maps.

    Além da modernidade e da praticidade, a integração com as plataformas corrige (ou minimiza) mais um deslize do GLA: a falta de interatividade do sistema de entretenimento.

    O sistema tem navegação e manuseio complicados, com funções espalhadas e a falta de seleção por toques na tela. Tudo é feito por botões físicos.

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    Nada práticos também são o câmbio e o botão do freio de estacionamento do GLA. O primeiro fica em uma alavanca na coluna de direção, normalmente onde ficam os comandos para os limpadores de para-brisa dos demais modelos. Já o segundo, fica à esquerda, próximo do joelho do motorista.

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    Comandos para ajustes dos bancos fazem parte da tradição dos Mercedes (Mercedes-Benz/Divulgação)

    Mas e as funções dos limpadores? Bom, estes vão para a alavanca esquerda, a qual usamos para seta e faróis altos. Para faróis baixos e lanternas, há um seletor logo abaixo, abaixo do volante, como nos Volkswagen. Complicado? Sim! Porém, nada fora dos padrões utilizados há anos pela Mercedes-Benz.

    Com exceção da configuração AMG, todos os GLA têm pacotes de equipamentos fechados, sem opcionais. No caso da Advance (lembrando, R$ 175.900), a lista é grande, mas tem seus poréns.

    Câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, faróis automáticos full led, leds diurnos, rodas aro 18, partida do motor por botão, sistema multimídia completo, banco do motorista com ajustes elétricos e assistência de partida em rampas são de série.

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    O modelo passou a ter a mesma grade do GLS, SUV topo de linha da marca (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Entre os itens de segurança, ele traz sete airbags, controles de estabilidade e tração, Isofix, pré-carregamento dos freios para situações onde o veículo identifica uma frenagem de emergência e secagem automática dos discos de freio quando os limpadores do para-brisa estão ligados.

    Contudo, alguns mimos fazem falta, como ar-condicionado digital e teto solar (algumas pessoas se frustram ao entrar, olhar para cima e não se deparar com um tet0 envidraçado). Estranho também é o fato de que a chave é presencial apenas para ligar o motor, não para entrar no veículo.

    UTILITÁRIO? ESPORTIVO?

    A resposta para ambas as perguntas acima é sim. O modelo é o um caso raro de SUV que honra a sigla. Equipado com motor 1.6 turbo flex de 156 cv e 25,5 mkgf, o GLA tem boa disposição em circuitos urbanos e rodoviários, com retomadas e saídas ágeis.

    Isso também graças ao câmbio de dupla embreagem com sete marchas, com bom escalonamento e trocas rápidas e suaves. Com gasolina, o modelo foi de 0 a 100 km/h em 9,6 segundos. Consumo também é seu forte: as médias ficaram em 11,4 km/l em ciclo urbano e 15,3 km/l no rodoviário.

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    Em curvas o modelo também tem comportamento exemplar – e raramente você precisará dos sistemas de segurança descritos há pouco. Além da boa rigidez da carroceria e da direção firme, a suspensão traseira multilink ajuda a manter o carro grudado ao chão até mesmo em altas velocidades, como em rodovias a 120 km/h.

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    Mantendo o formato, as lanternas ganharam novo arranjo interno com efeito cristalizado (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Mais do que um carro urbano com desempenho satisfatório, o GLA faz jus ao visual aventureiro. A suspensão off-road, que equipa os GLA 200 e 250, tem bom acerto para trechos com buracos e desníveis, tanto no asfalto, quanto na terra batida.

    Firme, porém sem ser duro, o conjunto absorve as imperfeições sem que os ocupantes sofram com os impactos. Os pneus de perfil alto (235/50) também reforça o conforto a bordo.

    Mas é bom pensar antes de se aventurar em lamaçais ou areia, são grandes as chances de o Mercedes de tração dianteira atolar. Apenas a configuração mais cara, GLA 45 AMG de R$ 359.900, tem tração nas quatro rodas – e, mesmo assim, focada em alto desempenho.

    Todas as aptidões do GLA podem ser reforçadas com os quatro diferentes modos de condução: Sport, Eco, Comfort e Individual.

    Sua mistura de utilitário e esportivo também pode ser vista no espaço interno. O porta-malas de 421 litros é bom, embora menor em relação a Audi Q3 (460 l) e BMW X1 (505 L), que dispensam o lado esportivo presente no GLA. Isso também se reflete no espaço para os ocupantes traseiros – apenas suficiente.

    VEREDICTO

    O GLA Advance tem duas missões no mercado: ser um SUV e conquistar os jovens. Se ele cumpre muito bem e honra as promessas da primeira missão, fica devendo na segunda. O visual, as lista de equipamentos e o desempenho conquistam, mas ainda há tradições que precisam ser deixadas de lado para atrair um novo público.

    TESTE DE PISTA (GASOLINA) – MERCEDES-BENZ GLA 200 ADVANCE

    FICHA TÉCNICA – MERCEDES-BENZ GLA 200 ADVANCE

    VERSÕES – MERCEDES-BENZ GLA 200 ADVANCE

    Além das alterações visuais e de equipamentos, o GLA ganhou uma nova versão: a Enduro, com aparência ainda mais aventureira. Com isso, a gama 2018 do modelo fica assim:

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