Se o velho ditado diz que a primeira impressão é que fica, o Compass parece ter começado com o pé direito. Moderno e bem equipado, o SUV também agradou no preço: as versões flex partem de R$ 101.990 e as opções movidas a diesel começam em R$ 134.990. Parece muito, mas está abaixo da concorrência, como veremos a seguir.
A versão Longitude a diesel (acima dela, há a Trailhawk, por R$ 151.990) sai de fábrica sempre equipada com tração 4×4. O carro se comportou com desenvoltura na cidade, graças ao bom desempenho do motor 2.0 de 170 cv associado ao câmbio automático de nove marchas – mesmo conjunto do Renegade. O novato é mais dócil de guiar e tem uma suspensão mais macia, capaz de filtrar melhor as irregularidades.
Houve um equilíbrio entre os SUVs na pista de testes: o Compass foi em média 0,5 segundo mais lento nas acelerações e ficou quase 1 segundo abaixo do Renegade (que é 43 kg mais leve) nas retomadas de 60 a 100 km/h e 80 a 120 km/h. A disparidade foi ligeiramente maior nas frenagens, a favor do Renegade.
Já nas medições de consumo houve um empate técnico: enquanto o SUV menor fez 11,9 km/l na cidade e 14,5 km/l na estrada, o Compass registrou 11,7 km/l e 15,1 km/l, respectivamente. Outra igualdade ocorreu nas medições de ruído, contrariando a sensação que tivemos anteriormente de o Compass ser mais silencioso.
Mesmo sendo bastante confortável para o uso urbano, o Compass não declina um convite para sair do asfalto. Aí entra em ação a tração 4×4, com quatro ajustes de condução. Nem é preciso contar com os acessórios da Trailhawk: o carro vence a maioria dos obstáculos sem dificuldades.
Sem concorrentes diretos na mesma faixa de preço (R$ 134.990), o Compass é competitivo mesmo contra modelos mais caros. Considerando apenas os SUVs movidos a diesel, o rival mais próximo é a Chevrolet Trailblazer LTZ, recheada de equipamentos, mas que sai por R$ 199.990 – uma diferença de nada menos que R$ 64.200.
Já o Audi Q3 Attraction 1.4 TFSI parte de R$ 142.990 e tem porte semelhante, mas bebe apenas gasolina e oferece uma lista bem menor de equipamentos de série. Sendo assim, seu grande inimigo pode ser justamente o Compass Longitude Flex.
Se você não faz questão de dirigir um SUV a diesel e dispensa a tração 4×4, não há motivos para bancar a diferença de R$ 26.000 que separa dois modelos recheados com os mesmos equipamentos. Mas se a autonomia do diesel e as aptidões off-road forem um diferencial importante, a escolha está feita.
VEREDICTO
Gostoso de dirigir, o Compass é uma das melhores opções do segmento: é bonito, encara trilhas, anda bem e ainda bebe pouco.
Teste (com diesel)
- Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,4 s
- Aceleração de 0 a 1.000 m: 33 s – 155 km/h
- Retomada de 40 a 80 km/h: 5,1 s (em D)
- Retomada de 60 a 100 km/h: 6,8 s (em D)
- Retomada de 80 a 120 km/h: 8,9 s (em D)
- Frenagens de 60/80/120 km/h a 0: 17,4/30/69 m
- Consumo urbano: 11,7 km/l
- Consumo rodoviário: 15,1 km/l
Ficha técnica
- Preço: R$ 134.990
- Motor: diesel, diant., transv., 4 cil., 1.956 cm3; 16V, 170 cv a 3.750 rpm, 35,7 mkgf a 1.750 rpm
- Câmbio: automático, 9 marchas, 4×4
- Suspensão: McPherson (diant. e tras.)
- Freios: discos ventilados (diant.)/sólidos (tras.)
- Direção: elétrica, 11,3 m (diâmetro de giro)
- Rodas e pneus: liga leve, 215/65 R16
- Dimensões: comprimento, 441,6 cm; altura, 164,4 cm; largura, 182 cm; entre-eixos, 263,6 cm; peso, 1.717 kg; tanque, 60 l
- Equipamentos de série: ar-digital bizona, central multimídia, ESP, piloto automático