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Porsche 918 Spyder, o híbrido recordista de velocidade da QUATRO RODAS

A pista de testes ficou pequena para o 918 Spyder, um carro de corrida que também pode rodar nas ruas

Por Paulo Campo Grande
Atualizado em 23 dez 2020, 10h43 - Publicado em 11 mar 2016, 15h14

918 Spyder

Spyder tem três motores e quase 900 cv de potênciaA reta da pista usada por QUATRO RODAS mede 1.800 metros, cerca de 18 campos de futebol enfileirados. Do início não se enxerga o fim. Ao volante do Porsche 918 Spyder, porém, levei menos de 20 segundos para arrancar e chegar ao ponto em que deveria me preparar para a tomada da curva.

Exatamente 18,2 segundos depois de partir, já havia percorrido 1.000 metros (ou dez campos de futebol). Faltavam 800 metros, mas antecipar a frenagem me pareceu mais prudente. Era a primeira vez que estava pisando fundo no superesportivo e, após percorrer 1.000 metros, eu já atingia 290,3 km/h (e acelerando).

A alta velocidade estreitava meu campo de visão. Eu via o horizonte como se ele se aproximasse em um rapidíssimo zoom. Para me localizar, contava com um cone deixado à margem da pista na marca de 1.000 metros. Eu mal conseguia olhar para o velocímetro. Só conferi os números do teste quando voltei para a garagem. Quer saber o tempo de 0 a 100 km/h? 2,6 s – o recorde na história da revista.

Aerofólio automático se ajusta à velocidade
Aerofólio automático se ajusta à velocidade (Marco de Bari/Quatro Rodas)

O 918 é um carro de corrida (que pode rodar nas ruas) e, pelo que demonstrou em nosso teste, apto a vencer todas as provas que disputar, na maioria das categorias de turismo do mundo. Para fazê-lo, a fábrica se inspirou em dois campeões: o 917, vencedor da 24 Horas de Le Mans (1970 e 1971), e o RS Spyder, colecionador de vitórias nas American Le Mans Series e European Le Mans Series (2005).

O 918 é híbrido. Ele tem três motores. Na dianteira, é tracionado por um motor elétrico e na traseira por um elétrico e um V8 a gasolina. Juntos eles somam quase 900 cv de potência (899,3 cv mais precisamente). E 130,56 mkgf de torque.

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Os motores são centrais, instalados entre os eixos
Os motores são centrais, instalados entre os eixos (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Os motores trabalham em conjunto ou separadamente, dependendo das condições de uso e da disponibilidade de energia das baterias. O funcionamento é controlado por centrais eletrônicas que comandam também a distribuição do torque entre as rodas.

Escapamentos elevados liberam espaço para o V8
Escapamentos elevados liberam espaço para o V8 (Marco de Bari/Quatro Rodas)

A estratégia da eletrônica é fazer o 918 se comportar da forma mais adequada possível nas diferentes situações, seja nas ruas ou em uma pista. Mas o motorista pode sinalizar suas preferências por meio de um seletor no volante com cinco modos de uso: E-Power, Hybrid, Sport Hybrid, Race Hybrid e Hot Lap.

Console central é dominado por um painel touchscreen
Console central é dominado por um painel touchscreen (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Cada opção habilita um pacote de ajustes que regulam não só o funcionamento dos motores, mas também de outros sistemas como transmissão, suspensão e direção. Eles ajustam as respostas do carro privilegiando consumo e conforto,  desempenho e esportividade ou uma combinação intermediária dessas características.

Botão (redondo) no volante seleciona modos de condução
Botão (redondo) no volante seleciona modos de condução (Marco de Bari)

Sempre que o motorista gira o seletor, desempenho e a esportividade se tornam cada vez mais presentes. O modo Hot Lap (Volta Quente), como o nome diz, é para ser usado ocasionalmente, para a tomada de tempo de uma volta, por exemplo, porque nele todo o esforço é dedicado à tração e o V8 é dispensado de sua função secundária que é recarregar as baterias.

Alavancas de câmbio e freio ficam no painel
Alavancas de câmbio e freio ficam no painel (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Para medir o consumo na pista, usamos o Hybrid, na simulação de uso rodoviário, e o Sport Hybrid, no ciclo urbano (porque no modo Hybrid, em nosso ciclo urbano, o carro permanecia o tempo todo tracionado apenas pelos motores elétricos, sem consumo de combustível). Dessa forma, conseguimos as médias 7,7 km/l, na cidade, e 19,9 km/l, na estrada. A Porsche divulga a média de 30 km/l em um circuito de uso misto, com ativação dos motores elétricos.

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Os três mostradores (redondos, como manda a tradição) reúnem todas as informações do carro
Os três mostradores (redondos, como manda a tradição) reúnem todas as informações do carro (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Nas provas de desempenho, optamos pelo modo Race Hybrid e conseguimos fazer o mesmo tempo de aceleração divulgado pela fábrica. Pelos números oficiais, o 918 vai de 0 a 100 km/h em 2,6 s e atinge 345 km/h de velocidade máxima – marca que, por falta de pista adequada, nós não pudemos conferir.

Como todo Porsche, o 918 freia tão bem quanto acelera. Em nossa avaliação, vindo a 120 km/h, ele precisou de apenas 51,4 metros para frear. Um sedã médio, como o Toyota Corolla, por exemplo, precisa de 68,7 metros na mesma condição.

Os freios são do tipo regenerativo
Os freios são do tipo regenerativo (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Como os Fórmula 1, o Spyder é construído com chassi separado da carroceria. As duas partes são feitas de composto de fibra de carbono e plástico reforçado. O chassi de elevada rigidez torcional tem a função estrutural, enquanto a carroceria extremamente leve foi desenvolvida como uma pele do carro, unicamente com as funções de estilo e aerodinâmica.

Na prática, isso se traduz em estabilidade, controle direcional e interação direta do carro com o asfalto e do motorista com o carro. O Spyder conta com suspensão do tipo duplo A, na dianteira, e multilink, na traseira. Sua direção é eletromecânica, sendo que o eixo traseiro também é direcional.

O teto de fibra de carbono é retirado manualmente
O teto de fibra de carbono é retirado manualmente (Marco de Bari/Quatro Rodas)

O 918 Spyder foi fabricado em tiragem limitada de 918 unidades. Este mostrado aqui pertence à Stuttgart, concessionária da marca e é um dos três que vieram para o Brasil. Ele é o exemplar de número 155. Toda a produção (18/9/2013 – 19/2/2015) já foi vendida, ao preço básico de US$ 845.000 (hoje, no Brasil, com impostos, câmbio, custos de importação e margem do vendedor, o preço estimado é de R$ 6.000.000).

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O modelo da foto está equipado com o kit Weissach, que na verdade mais retira do que acrescenta ao carro, uma vez que foi desenvolvido para reduzir o peso total do esportivo. Sem pintura (o acabamento é adesivado) e dispositivo de carga rápida para as baterias, com fibra de carbono exposta na cabine e menos isolamento acústico, o 918 Spyder Weissach emagreceu 41 quilos.

Faróis de led na dianteira dão ar futurista
Faróis de led na dianteira dão ar futurista (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Mesmo assim, a versão é bem-acabada. Tem bancos de couro e um console touch que reúne os comandos do ar-condicionado e da central multimídia, entre outros. O sistema de som da marca Burmester é item opcional e segundo a Porsche teve boa aceitação. Mas é possível imaginar que esse é o último recurso que o motorista vai lembrar de usar quando estiver acelerando o 918.

AVALIAÇÃO DO EDITOR

Motor e Câmbio – Em conjunto, os três motores e o câmbio PDK conseguem entregar desempenho de superesportivo e consumo frugal.

Dirigibilidade – O 918 se mantém sob controle, mesmo a 290 km/h de velocidade.

Segurança – São oito airbags (dois frontais e seis laterais, nas portas e nos bancos) e controles eletrônicos de tração, torque e suspensão.

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Seu bolso – Custa caro, mas é mais barato que outros superesportivos exclusivos, como Pagani Zonda e Bugatti Veyron.

Conteúdo – O sistema de som é opcional, mas ele tem ar-condicionado, central multimídia, bancos de couro, fibra de carbono na cabine e volante multifuncional de série.

Vida a bordo – A posição de dirigir é perfeita. Os instrumentos estão à mão e todas as informações, no painel.

Qualidade – Ele tem chassi em fibra de carbono reforçada e acabamento esmerado.

VEREDICTO QUATRO RODAS

Violento no desempenho, mas ao mesmo tempo dono de um comportamento equilibrado, obediente e previsível, o 918 agrada pilotos profissionais e amadores.

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Teste de pista – Porsche 918 Spyder

ACELERAÇÃO
de 0 a 100 km/h: 2,6 s
de 0 a 1000 m: 18,2 s – 290,3 km/h
VELOCIDADE MÁXIMA: 345 km/h (dado de fábrica)
RETOMADA
de 40 a 80 km/h: 1,4 s
de 60 a 100 km/h: 1,5 s
de 80 a 120 km/h: 1,6 s
FRENAGENS
60 / 80 / 120 km/h: 13,2 / 22,8 / 51,4 m
CONSUMO
Urbano: 7,7 km/l
Rodoviário: 19,9 km/l
RUÍDO INTERNO
Neutro / RPM máximo: 62 / 74 (dBA)
80 / 120 km/h: 77 / 79 (dBA)
AFERIÇÃO
Velocímetro / real: 100 / 99 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em D: 2.000 rpm
Volante: 2,5 voltas
SEU BOLSO
Preço: US$ 845.000

Ficha Técnica

Motor: três motores centrais, sistema híbrido paralelo, V8 gasolina, 32V, 4.598 cm³, 95 x 81 mm, 616 cv a 8.700 rpm, 55 mkgf a 6.700 rpm, dois motores elétricos AC síncronos, 131 cv (diant.) e 158 cv (tras.), potência total 899,3 cv, torque total 130,5 mkgf
Câmbio: (V8) automatizado PDK, sete marchas, tração traseira (integral com o acionamento elétrico)
Direção: eletromecânica, 12,7 m (diâmetro de giro)
Suspensão: Duplo A (diant.), multilink com sistema direcional elétrico (tras.)
Freios: discos cerâmicos ventilados
Rodas e pneus: magnésio, 265/35 R20 (diant.), 325/30 R21
Peso: 1.634 kg
Peso/potência: 1,8 kg/cv
Peso/torque: 12,5 kg/mkgf
Dimensões: comprimento, 464 cm; largura, 194 cm; altura, 117 cm; entre-eixos, 273 cm; porta-malas, 110 l; tanque de combustível, 70 l
Equipamentos de série: central multimídia, bancos de couro, volante multifuncional, faróis e lanternas de led e adesivos Martini Racing (kit Weissach).
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