Não é segredo pra ninguém que a Volvo pretende eletrificar por completo, ainda em 2021, sua linha de modelos no Brasil. Para um passo importante como esse, a democratização da motorização híbrida é providencial e esse movimento começa pelo seu menor e mais barato SUV, o XC40.
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Na linha 2021, as versões de entrada Momentum e Inscription também passam a ter a combinação de motor 1.5 com um motor elétrico alimentado por baterias recarregáveis, como já estava disponível para a versão topo de linha R-Design.
O que também mudou foi o nome do modelo que agora adota o nome Recharge – como forma de reforçar o atributo de ser um híbrido recarregável – ou plug-in, alusivo à recarga da bateria em tomada.
E a Volvo fez bem em chamar atenção para essa característica pois é ela que torna o XC40 único no segmento dos SUVs Premium. Entre seus rivais diretos estão modelos como Toyota RAV4 e Lexus UX, também híbridos, mas não podem ser recarregados na tomada, só por meio da recuperação da energia cinética dos freios e do próprio motor a combustão.
E esse atributo traz uma vantagem significativa em termos de economia de combustível, que inclusive, é uma das principais bandeiras levantadas por qualquer modelo híbrido. Especialmente por ter bateria maior e poder rodar mais tempo sem acionar o motor a gasolina.
Ao compararmos os três modelos na nossa aferição de consumo em pista já é possível observar como o modelo sueco sai na frente. O XC40 Recharge Momentum registrou médias de consumo de 25 km/l na cidade e 22,3 km/l na estrada – enquanto o Lexus e o Toyota consumiram respectivamente 22,3 km/l e 12,5 km/l no ciclo urbano e 16,5 km/l e 15,3 km/l no rodoviário.
Portanto, uma diferença significativa e que justifica o trabalho de colocar o carro pra carregar em casa, no escritório ou mesmo nos vários postos de recarga rápida espalhados nas principais capitais do país. Outra vantagem do plug-in é a possibilidade de rodar até 47 quilômetros no modo 100% elétrico – portanto, sem gastar uma gota de gasolina. É autonomia suficiente para cumprir as tarefas do dia a dia.
Essa inscrição “Recharge”, inclusive, é exibida na coluna C e na soleira da porta, assim como na plaqueta na parte traseira. As novas rodas de 19 polegadas com novo design arrematam as mudanças de estilo da linha 2021.
0 a 100 km/h em 7 segundos
Nos nossos testes também pudemos constatar que o sueco entrega também mais potência e desempenho com o seu motor de 3 cilindros 1.5 de 180 cv somado ao elétrico que rende mais 82 cv – a potência combinada chega a 262 cv e 43,3 kgfm de torque. Enquanto a dupla japonesa rende uma potência combinada de 181 cv para o Lexus e 222 cv para o Toyota.
E no desempenho o XC40 sai da imobilidade e alcança 100 km/h em 7,6 segundos, enquanto o RAV 4 fez em 8,7 segundos e o Lexus em 11 segundos.
Sustentável e vigoroso
O Volvo XC40 tem cinco modos de condução e, devido a todo o desempenho já citado, o modo Pure já surpreende com o torque instantâneo, característica própria dos elétricos e torna qualquer ida ao mercado bem mais emocionante.
O motor 1.5 só acorda quando se pisa mais fundo no acelerador e o bom isolamento acústico da cabine tornam quase imperceptível o seu funcionamento. Só mesmo a vibração do tricilíntrico nas arrancadas é que destoa de toda a paz na cabine. E quando ele é acionado o modo Hybrid entra em ação automaticamente.
Mas é no modo Power que é possível ter a certeza de que se conhece melhor a face esportiva dos 262 cv. Os dois motores, em vez de se alternar, passam a trabalhar juntos em prol da máxima performance. O corpo gruda no encosto do banco a qualquer encostada no pedal do acelerador que se torna bem mais arisco e a direção, que até então priorizava o conforto, se torna mais direta e comunicativa transmitindo a mínima imperfeição do piso. Inclusive dá a impressão de que os pneus não sabem lidar com tanta força.
A relação das marchas da boa transmissão de dupla embreagem e sete velocidades torna-se mais dinâmica e as trocas, que no Hybrid aconteciam entre 1.500 ou 2.000 giros, passa a acontecer aos 3.000 rpm, tornando a tocada bem mais esportiva.
Conectividade, segurança e preço
Ao entrar no Volvo e se deparar com a tela na vertical de 9” confesso que a sensação é agradável e familiar, até mesmo por ser comum a todos os Volvo. Tem integração com Apple Car Play e Android Auto por cabo e a operação é intuitiva, porém as opções do espelhamento ficam na parte inferior da tela e não nela inteira aproveitando toda a área da boa interface touch.
O quadro de instrumentos em TFT de 12,3” também é fácil de operar e personalizável, conforme o modo de condução ou mesmo as preferências do condutor.
A boa ergonomia e conforto proporcionado pelos assentos revestidos em couro, aliado ao volante, ambos ajustáveis eletricamente, não é estendida aos ocupantes traseiros.
Lá atrás há o túnel central bem elevado, pois abriga as baterias e impede que um terceiro ocupante se acomode confortavelmente. Além disso, os assentos são mais curtos e os encostos são bem verticais.
A versão Momentum, mesmo sendo a mais básica, traz pacote de equipamentos de segurança bem completo. Há assistente ativo de manutenção em faixa, alerta de colisão frontal com frenagem automática, sensor de chuva, retrovisores eletrocrômicos e farol alto automático. A intermediária Inscription soma direção semi autônoma, leitor de placas, alertas de ponto cego e de colisão traseira e ACC.
A boa notícia da linha 2021 é que será necessário desembolsar menos para ter um XC40 híbrido na garagem, exatos R$ 244.950 – bem menos que os R$ 279.950 que você tinha que pagar pela versão topo de linha R-Design (até então a única com motorização híbrida).
Mas, esse preço ainda fica acima dos rivais que custam R$ 233.990 no caso do Lexus UX e R$ 241.990 para o Toyota Rav4 – lembrando que eles são híbridos puros. Em termos de conteúdo, a briga é boa. E nem colocamos aqui os SUVs alemães premium: ainda não são híbridos, mas devem acompanhar a Volvo em breve. Eu não queria estar na pele do XC40 nos próximos anos.
Teste – Volvo XC40 Recharge Momentum
Aceleração
- 0 a 100 km/h: 7,59 s
- 0 a 1.000 m: 28,6 s – 177,7 km/h
- Velocidade máxima: 180 km/h* (limitada eletrônicamente)
Retomadas
- D 40 a 80 km/h: 3,1 s
- D 60 a 100 km/h: 4,6 s
- D 80 a 120 km/h: 5 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 14/24,5/55,5 m
Consumo
- Urbano: 25 km/l
- Rodoviário: 22,3 km/l
Preço
R$ 244.950
Ficha técnica
Motor: gasolina, dianteiro, transversal, 3 cil., 1.477 cm3; 180 cv a 5.800 rpm, 43,3 kgfm a 1.500 rpm; motor elétrico, 82 cv; potência combinada, 262 cv
Câmbio: dupla embreagem, 7 marchas, dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (dianteira) / multilink (traseira)
Freios: disco ventilado (dianteiro) disco sólido (traseiro)
Pneus: 235/50 R19
Peso: 1.871 kg
Dimensões: comprimento, 442,5 cm; largura, 186,3 cm; altura, 165,2 cm; entre-eixos, 270,2 cm; tanque, 49 l; porta–malas, 460 l
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