O mesmo motor três cilindros 1.0 turbo de 130 cv e 20,4 kgfm que surgiu no Pulse e acabou de estrear Fiat Strada é a resposta para todo mundo que implorou por um Peugeot 208 Turbo. Ele estreia agora por R$ 99.990.
O motor 1.0 GSE Turbo está nas versões Allure e Griffe, e também na versão Style Turbo, que terá produção por tempo limitado, com o objetivo de colocar o compacto de origem francesa em pé de igualdade com Chevrolet Onix, Volkswagen Polo e Hyundai HB20.
Preços do Peugeot 208 Turbo 2024:
- Peugeot 208 Allure Turbo – R$ 99.990
- Peugeot 208 Style Turbo – R$ 109.990
- Peugeot 208 Griffe Turbo – R$ 114.990
Os motores antigos permanecem. O 1.0 aspirado de 75 cv, lançado há um ano e que hoje responde por 70% das vendas, está nas versões Like e Style e o 1.6 aspirado, com câmbio automático de seis marchas, tem sobrevida garantida pela nova versão Active AT, pois o 208 Roadtrip sairá de linha no fim de 2023. E ainda tem o elétrico e-208 GT, com 136 cv, completando a linha 2024 do compacto com a maior variedade de motores no Brasil e tem preços entre R$ 75.990 e R$ 235.990.
O preço de lançamento é atraente. O Peugeot 208 Allure Turbo custa R$ 99.990 e tem central multimídia, vidros elétricos nas quatro portas, piloto automático, sensor de ré e câmera traseira e rodas de liga leve de 16 polegadas, mas quatro airbags.
O pacote opcional Excellence, de R$ 5.000, soma teto panorâmico, bancos, parte das portas e volante em couro, carregador por indução e chave presencial. Prova de que mesmo na linha 2024 o Peugeot 208 continua preocupado com o visual (que não muda, a não ser pela plaqueta “Turbo 200” na tampa do porta-malas).
Os Hyundai HB20 Sense AT (R$ 98.390) e Onix AT Turbo (R$ 97.750) custam menos, mas são básicos nem sequer têm central multimídia, mas ambos têm seis airbags. O Polo Comfortline é o automático mais barato, custa R$ 110.990, e tem quatro airbags. Está mais para ser rival da versão intermediária do 208 1.0 turbo.
O Peugeot 208 Style Turbo, de R$ 109.990, soma faróis full-led, rodas aro 17, quadro de instrumentos digital 3D, acabamento interno escurecido, pedaleiras em alumínio e escape cromado.
Já a versão topo de linha, 208 Griffe Turbo, é mais racional. Custa R$ 114.990 e tem rodas aro 16 mesmo, mas é o único com seis airbags, alerta de colisão, frenagem de emergência, farol alto automático, reconhecimento de placas, detector de fadiga e assistente de faixa, e ainda tem sensores de chuva e luminosidade. Só faltou o piloto automático adaptativo.
Desafio para a engenharia
O Peugeot 208 1.0 Turbo só existe porque a PSA se fundiu com a FCA, formando a Stellantis, há quase três anos. E porque a engenharia da empresa conseguiu superar algumas dificuldades.
Não há nada de errado com a plataforma CMP, que é bem moderna. Tanto que com a formação da Stellantis foi eleita a base padrão dos próximos compactos do grupo (como o substituto do Fiat Argo), enquanto os motores da FCA impulsionarão os carros – pelo menos na América Latina. Mas o capô baixo do 208 limita o espaço no cofre, a ponto do 1.6 ter recebido um cárter menor para caber ali, ainda nos tempos da PSA.
No caso do 1.0 GSE Turbo, não precisaram mudar o motor em si, mas alguns periféricos foram reposicionados ou reprojetados, caso do corpo do compressor e colocaram um intercooler por trás da grade. A caixa do filtro de ar foi escondida atrás do motor, por baixo da por baixo da calha do para-brisa, o que vai exigir um trabalho extra dos mecânicos.
Pode ser culpa do cabeçote Multiair, um pouco mais alto por usar solenoides para comandar a abertura das válvulas. O que vai sobre o motor agora é uma espuma que ajuda a filtrar o barulho da injeção direta. Mesmo assim tem fio do chicote do motor que encosta na manta acústica do capô.
Como anda o Peugeot 208 1.0 Turbo
Nem sempre é fácil tirar um motor e colocar outro mais potente, como colocar no Peugeot 106 o motor 1.6 do 206, como muita gente faz. Mas a recompensa é a mesma: pisar e sentir mais força, talvez além daquilo que o carro precisaria para alcançar suas expectativas.
Na verdade, durante as primeiras impressões no Autódromo da Capuava, foi realmente difícil não se empolgar na aceleração para sentir o novo motor e os ajustes que fizeram nos amortecedores e na direção especialmente para esta mecânica.
A estabilidade ainda é algo que surpreende no 208, mesmo após três anos. É confortável, mas também muito assentado e, por mais que você force uma escapada, quando ela ocorre é discreta e igual nos dois eixos. O modo Sport (não há modo Eco no 1.0 turbo) deixa o hatch um pouco mais permissivo e a direção só um pouco mais pesada.
A proposta é de esportividade, mas o cambio é CVT, já conhecido dos Fiat mas inédito nos Peugeot – que no Brasil sempre esteve fiel ao câmbio automático. Ele simula as sete marchas quase o tempo todo, mas a qualquer aceleração mais forte ele vai aos 4.000 rpm para combinar o torque (que surge a 1.750 rpm) com mais potência. Colocando no modo Sport, passa a explorar ainda mais a rotação.
Trocas sequenciais só podem ser feitas na alavanca, pois não tem borboletas. Fazem falta, mas trocaria isso por um tempo de resposta menor entre pisar no acelerador e sentir a resposta do motor e do câmbio.
Essa demora provoca um pequeno tranco no anda-e-para e não deixa o Peugeot 208 Turbo parecer tão rápido quanto promete. A Peugeot declara tempo de 0 a 100 km/h em 9 segundos com álcool e 9,2 segundos com gasolina. Com esses números, é mais rápido que qualquer outro hatch 1.0 turbo.
Para efeito de comparação, em nosso último teste o 208 1.6 precisou de 12,2 segundos para chegar aos 100 km/h. São 3 segundos de diferença!
E o motor 1.0 até poderia ajudar nas sensações, pois assim como no Pulse é possível sentir alguma vibração e até ouvir o alívio de pressão do turbo ao aliviar o pé.
Quanto aos números de consumo do Peugeot 208 1.0 turbo, eles também são melhores que os do 1.6 nos testes do Inmetro. Confira a tabela:
1.6 aspirado | 1.0 turbo | |
Cidade (km/L) | Etanol: 7,7 | Gasolina: 11,1 | Etanol: 8,8 | Gasolina: 12,5 |
Estrada (km/L) | Etanol: 9,1 | Gasolina: 12,9 | Etanol: 10,0 | Gasolina: 14,1 |
A impressão que fica deste primeiro contato com o Peugeot 208 1.0 turbo, ainda em pista fechada, é que há uma clara evolução frente ao 208 1.6
Mas se era desempenho absoluto o que faltava ao Peugeot 208, agora não há motivos para reclamar.
Ficha técnica – Peugeot 208 Style Turbo 200 2024
Motor: flex., diant., transv., três cilindros, 999 cm³, 130/125 cv a 5.750 rpm; 20,4 kgfm a 1.750 rpm (etanol/gasolina)
Câmbio: CVT., 7 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
Pneus: 205/45 R17
Dimensões: comprimento, 405,5 cm; largura, 196 cm; altura, 145,3 cm; entre-eixos, 253,8 cm; porta-malas, 265 l; tanque de combustível, 47 litros