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O melhor SUV do Brasil

Alinhamos as versões intermediárias dos SUVs novatos, veteranos e no meio do ciclo de vida. Veja quem levou a melhor

Por Paulo Campo Grande
Atualizado em 22 mar 2024, 15h31 - Publicado em 21 Maio 2015, 11h24
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    Escolher um SUV compacto era uma tarefa simples. Havia o Ford EcoSport, o Renault Duster, o Hyundai Tucson. De uma hora para outra, porém, surgiram praticamente de uma só vez Honda HR-V, JAC T6, Jeep Renegade e Peugeot 2008, quatro novidades tentadoras e cada uma com características bastante distintas. Para mostrar como o mercado ficou, reunimos nesta edição os novos e os antigos rivais em confrontos em duas faixas de preço. Começamos com Ford EcoSport 2.0 SE, Honda HR-V LX, Hyundai Tucson GLS, JAC T6, Jeep Renegade Sport, Peugeot 2008 Griffe e Renault Duster 2.0 Dynamique. Todos automáticos e na faixa dos R$ 75 000, com exceção do JAC, que só tem câmbio manual e custa R$ 71 990 (mas que equipado chega a R$ 75 670). Agora a decisão de compra será mais difícil e trabalhosa. Mas as chances de acertar e se sentir mais satisfeito com a decisão ficaram maiores. A seguir, acompanhe como foram os confrontos.

    Honda HR-V LX AT

    Reunindo características de SUV, cupê e minivan, o Honda consegue trilhar o caminho do meio entre a robustez e a suavidade dos principais rivais

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    A principal virtude do HR-V é conseguir transitar entre os dois mundos, on e off-road, com equilíbrio. Ele não é tão robusto quanto o Renegade nem tão dócil quanto o 2008. O HR-V é confortável e ao mesmo tempo esportivo. Em relação ao conforto, suas qualidades são reveladas pelo espaço interno. O HR-V tem posição de dirigir elevada, como em uma minivan, mas sem abrir mão da esportividade típica dos cupês. E consegue isso oferecendo o volante alinhado e o painel voltado para o motorista, o que cria um cockpit envolvente. Na parte de trás da cabine, ele é o que proporciona mais espaço para os ocupantes em todas as dimensões, para pernas, ombros e cabeça. A modularidade dos bancos, que podem ser rebatidos e dobrados, é um recurso exclusivo. O acabamento interno também influencia no bem-estar a bordo. O HR-V não chega a ser luxuoso, mas conta com materiais de boa qualidade, bem confeccionados e encaixados.

    Ao volante, o HR-V tem direção obediente e suspensão firme. E, comparando os números de desempenho, ele foi o mais rápido desta avaliação.

    O HR-V tem seus defeitos, como o uso de limpadores de vidro articulados, enquanto a maioria dos rivais adota as modernas palhetas planas, e o estepe provisório. Como o nome diz, esse pneu reserva tem uso limitado e não pode virar titular. Se por azar o motorista pegar um buraco e danificar um dos pneus ainda novo, ele terá obrigatoriamente que comprar outro. Também peca por ter apenas os dois airbags (exceto na top EXL, que tem quatro). Mas ele não está sozinho. Entre os rivais do HR-V alinhados aqui, apenas o 2008 traz seis airbags de série. Os demais também possuem dois e só o EcoSport pode ter até seis airbags, nas versões mais caras. Nesse aspecto da segurança, o HR-V se redime ao frear bem, no entanto. Na pista de testes, ele foi o que parou nos menores espaços, entre os concorrentes.

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    2º Renegade Sport 1.8 AT

    O DNA da marca Jeep, tradicional fabricante de veículos off-road, se manifesta não só no visual mas também no comportamento do Renegade

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    O Renegade é um SUV bem diferente de seus pares. Começa pelo design, que parece saído das mesmas pranchetas que fizeram modelos originais como Mini Cooper e Kia Soul, citando apenas dois exemplos recentes. Além disso, em razão do DNA da Jeep, que sempre fabricou carros para qualquer tipo de terreno, o Renegade tem uma vocação off-road bem acima da média.

    A cabine do Renegade Sport mostrada aqui tem várias referências às trilhas e aos primeiros jipes da marca, em sinais gravados no console, nos mostradores e no para-brisa. Mas esses desenhos são apenas indicações da vocação do carro e vêm acompanhados do acabamento bem-cuidado, incomum nos jipes. Além do visual moderno, o painel do Renegade é de material espumado e enriquecido por frisos e equipamentos interessantes como o computador de bordo, com diversas informações (entre elas, pressão dos pneus, temperatura de óleo e de radiador e tensão da bateria). O Renegade só diz ao que veio em movimento. Ao volante, o motorista percebe que ele é um utilitário bem-assentado, que exige esforço acima da média para movimentar o volante e que tem uma suspensão firme, quase dura. A rigidez da carroceria também é algo fácil de notar.

    Considerando que a maioria dos compradores de SUVs usa o carro na cidade, o Renegade poderia ser um pouco mais suave e confortável, sem prejuízo para sua imagem. As versões a gasolina herdaram menor carga genética off-road. Mas ainda assim são mais robustas que a maioria dos SUVs do mercado.

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    Em razão de sua estrutura parruda, o Jeep ficou entre os mais pesados do comparativo. Com 1 432 kg,

    a versão Sport automática só pesa menos que o T6 e o Tucson, que são SUVs de maior porte. A esse peso superior juntou-se o fato de seu motor a gasolina ser um dos mais fracos do teste. Com 130 cv, ele só é mais potente que o motor 1.6 do 2008.

    3º Peugeot 2008 1.6 AT

    Sem compromisso com o fora de estrada, 2008 revela bom comportamento no asfalto e pacote de equipamentos completo, com boa relação custo-benefício

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    Apesar de também ser um SUV, o 2008 é conceitualmente oposto ao Renegade. Enquanto o Jeep é parrudo, o 2008 é suave. Isso também tem a ver com a tradição da marca. Ao contrário da Jeep, a Peugeot sempre esteve mais ligada ao asfalto. Ao volante do 2008, a sensação é de estar no controle de uma perua derivada do 208. Sua direção é leve e sua suspensão, macia. A única coisa que exige força no 2008 é o acionamento do freio de mão, cuja alavanca estilizada é pequena. Assim como o 208, o 2008 é um carro gostoso de dirigir. Há motoristas que não conseguem se encontrar ao volante, pelo fato de os mostradores estarem posicionados em um nível acima do volante. Mas os que gostam, adoram essa construção. A principal vantagem do 2008, que o fez estar à frente de outros SUVs mais típicos, como o EcoSport, por exemplo, é seu pacote de equipamentos. Por R$ 74 900, é possível comprar um 2008 1.6 automático, na versão mais completa, Griffe.

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    Nessa versão, o 2008 vem com itens que só estão disponíveis nas versões mais caras dos rivais, como ar-condicionado digital e automático bizona, teto solar, seis airbags e sensores de luz, de chuva e de estacionamento dianteiro e traseiro. O acabamento também é bem-cuidado, incluindo bancos com revestimento parcial de couro e pedais de alumínio. O 2008 1.6 AT Griffe tem ainda o câmbio automático com trocas manuais no volante. São apenas quatro marchas, com o motor 1.6 mais fraco deste comparativo (115 cv). Mas, ainda assim, o 2008 se saiu melhor que o Renegade na pista de testes.

    O espaço interno do Peugeot é apertado, na comparação com os concorrentes. Em sua cabine, sobra pouco espaço entre o ombro do motorista e a porta. Pessoas mais altas raspam a perna nos puxadores. Atrás, os joelhos viajam mais alto que o quadris. E seu porta-malas, com capacidade de apenas 355 litros, é um dos menores do segmento.

    4º Ford EcoSport 2.0 SE AT

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    Pioneira e líder do segmento, a Ford lançou a nova versão 2.0 FreeStyle Plus 2.0 automática, mais completa e por R$ 82 900, para reforçar suas posições no mercado diante do aumento de concorrentes. Mas na faixa dos R$ 75 000, considerada aqui, a configuração que entra na disputa é a 2.0 SE automática, menos equipada. Ela não tem recursos presentes em rivais como o Renegade, como sensor de estacionamento, repetidores de setas nos retrovisores, GPS e vidros elétricos com acionamento de um toque nem para o motorista. Seu câmbio automático tem opção de trocas manuais por meio de um botão +/- na alavanca, enquanto no 2008 essas mudanças são no volante. Seu ponto forte foi o desempenho, colado no HR-V. Mas, com freio a tambor na traseira, ele percorreu espaços maiores durante as provas de frenagem.

    5º Renault Duster 2.0 Dynamique

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    O Duster passou por uma reestilização leve e ganhou novos faróis e lanternas, mais bonitos e modernos. No interior, o painel também recebeu novos contornos, mas as mudanças foram muito discretas. O conjunto continua sendo predominantemente de plástico duro e simples. Na versão avaliada, 2.0 Dynamique automática, uma das mais completas da linha, o Duster recebeu um banho de loja, com bancos revestidos de imitação de couro, acabamento preto brilhante no console e frisos com tinta metálica ao redor do velocímetro e das saídas de ar. Mas isso não disfarçou antigas falhas do modelo, como os parafusos aparentes nas maçanetas, as marcas da bolsa do airbag no centro do volante e as misturas de cores na cabine iluminada (branco nos mostradores, azul no computador de bordo e de diversas cores na central multimídia). É dele o quinto lugar.

    6º Hyundai Tucson 2.0 GLS

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    O Tucson está fazendo hora extra em nosso mercado. De qualquer modo, ele ainda tem atrativos,

    principalmente para quem pensa em uma compra racional. O fato de ser veterano dá algumas garantias ao proprietário, como facilidade de manutenção e revenda. Foi isso que o deixou à frente do T6, que é novo demais, de uma marca que ainda se consolida no Brasil. Além disso, ele tem porte maior que a maioria dos SUVs na mesma faixa de preço, o que resulta em maior espaço interno para as pessoas e a bagagem. O lado ruim é o visual defasado e o acabamento descuidado, com a supressão de requintes que os carros têm quando são novos. É a saída para manter o preço competitivo. No caso do Tucson, partes que um dia já tiveram materiais emborrachados hoje são de plástico duro, como as manoplas do câmbio e do freio de mão.

    7º JAC T6

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    Com linhas que lembram estilos consagrados como os dos Audi e Hyundai, o T6 é um SUV bonito e de porte maior que os concorrentes. Mas, na cabine, a fábrica pesou a mão no acabamento. Há frisos cromados, partes que imitam madeira e tecido que simulam couro. A lista de equipamentos inclui central multimídia e câmera de ré, na versão completa, a R$ 75 670. Mas as virtudes do T6 se resumem a isso. O JAC tem um comportamento dinâmico que seria bem-vindo em um cupê esportivo, mas não em um SUV. Sua direção e suspensão são muito diretas e devolvem todos os estímulos que recebem da via para a cabine. A carroceria tem pouca rigidez, característica percebida pelos ruídos nos bancos e nos componentes de acabamento. E as peças estruturais, como os moldes do painel e das colunas, ainda são de plástico duro e de visual pobre.

    VEREDICTO

    Com propostas bastante diferentes entre si, cada SUV tem suas características marcantes. Pelo conjunto da obra, o HR-V leva a melhor. O Renegade vem em seguida, com sua modernidade. O 2008 se destaca pela relação custobenefício, embora tenha comportamento de automóvel. Menos equipado, o EcoSport ficou em quarto, enquanto o Tucson se garante pelo espaço interno e o T6, pelo visual que remete aos Audi.

    Confira a ficha dos modelos

    Confira o teste comparativo

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