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Land Rover Discovery: leveza de espírito para romper tradições

Agora monobloco e com design que você já viu antes, terceira geração do Discovery prova que continua capaz de ir a qualquer lugar

Por Henrique Rodriguez, de Saint George (EUA)
Atualizado em 1 Maio 2017, 16h48 - Publicado em 1 Maio 2017, 16h04
Defletores sob o carro e desenho de roda baixaram arrasto aerodinâmico: o cx caiu de 0,40 para 0,35
Defletores sob o carro e desenho de roda baixaram arrasto aerodinâmico: o cx caiu de 0,40 para 0,35 (Nick Dimbleby/Quatro Rodas)
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Gostou do Namib Orange? No Brasil, a cor será exclusiva da série First Edition
Gostou do Namib Orange? No Brasil, a cor será exclusiva da série First Edition (Nick Dimbleby/Quatro Rodas)

Quem hoje vê o Land Rover Discovery pode não identificar aquele carro que surgiu em 1989 com duas portas e estepe pendurado na traseira. O mundo muda, os carros também. Mas não quer dizer que o Discovery tenha perdido suas qualidades no fora de estrada.

O test-drive para conhecer a terceira geração do SUV, que desembarca no Brasil em junho por R$ 354.000, mais pareceu uma miniexpedição. Em dois dias foram mais de 600 km entre Utah e Arizona, nos Estados Unidos, onde o Discovery encarou dunas, ambientes desérticos e caminhos com neve, terra, lama e pedras.

Tamanha variação de condições foi providencial. O Discovery deveria provar o quanto é capaz nesta que é a primeira vez que ganha estrutura monobloco, em vez da cabine sobre chassi de travessas. Isso deu rigidez e refinamento à estrutura, composta por 85% de alumínio. Exceções são a seção frontal de magnésio e a tampa do porta-malas, de aço.

Só a plataforma está 450 kg mais leve, quase 20% do peso do Discovery anterior.

A placa traseira deslocada para a esquerda é herança dos tempos em que o Discovery tinha o vidro traseiro assimétrico
A placa traseira deslocada para a esquerda é herança dos tempos em que o Discovery tinha o vidro traseiro assimétrico (Nick Dimbleby/Quatro Rodas)

Em termos de estilo, bebeu na fonte de Evoque e Discovery Sport (ambos menores), mas sem perder o longo capô e o degrau na parte traseira do teto. Apesar de manter a tradicional placa deslocada (só um pouco), a traseira ficou estranha, com o vidro traseiro mais alto e estreito.

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Diretor de design externo da Land Rover, Massimo Frascella conta que tão desafiador quanto manter os elementos tradicionais foi tirar dele o aspecto grandalhão. Só mesmo a ilusão de ótica das colunas pintadas de preto, que integram visualmente os vidros, e o fato de a carroceria ficar mais estreita na traseira para disfarçar os 4,97 metros de comprimento, 2,07 de largura e 1,89 de altura.

O Discovery deixou de ser um carro quadradão, mas de certos ângulos é quase tão desproporcional quanto a primeira geração. A tradição foi mantida.

Defletores sob o carro e desenho de roda baixaram arrasto aerodinâmico: o cx caiu de 0,40 para 0,35
Defletores sob o carro e desenho de roda baixaram arrasto aerodinâmico: o cx caiu de 0,40 para 0,35 (Nick Dimbleby/Quatro Rodas)

Uma mudança radical está na tampa traseira. Em vez de ser dividida entre a tampa e uma plataforma de apoio, agora é uma peça única. A plataforma, útil para apoiar cargas ou para sentar sem sujar a roupa, agora está embutida no piso do porta-malas e também tem abertura automática.

Rebater todos os bancos eletronicamente leva 14 segundos e cria uma área plana com capacidade de até 2.500 litros
Rebater todos os bancos eletronicamente leva 14 segundos e cria uma área plana com capacidade de até 2.500 litros (Nick Dimbleby/Quatro Rodas)
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Exclusividade robótica

A automatização chegou aos assentos: este é o primeiro carro com todos os bancos controlados eletricamente. Basta alguns toques na central InControl ou em aplicativo para smartphones exclusivo da Land Rover para deixar cada um dos cinco assentos traseiros como você bem quiser.

Rebater todos leva 14 segundos e cria área plana com capacidade de 2.500 litros. Pena que no Brasil o sistema será opcional nas versões HSE – na First Edition, que terá apenas 55 unidades importadas, são de série. Armados, os bancos traseiros são bastante úteis. Todos eles têm Isofix e os da terceira fileira (que será opcional para as versões SE, HSE e HSE Luxury) não são de enfeite: adultos têm conforto ali.

A terceira fileira foi elevada em 6 cm para que uma criança sentada lá atrás consiga enxergar o painel
A terceira fileira foi elevada em 6 cm para que uma criança sentada lá atrás consiga enxergar o painel (Nick Dimbleby/Quatro Rodas)

Além de ser o Land Rover mais espaçoso, é o mais capaz no off-road. Créditos para os excelentes ângulos de ataque, de 34°, e de saída de 30°, e para o Terrain Response 2. Esse sistema lê o terreno a cada milésimo de segundo e interfere nas respostas de acelerador, direção, suspensão pneumática e controle de tração, para melhorar o comportamento do veículo.

O modo automático bastou quase sempre: apenas na areia e nas pedras foi necessário um modo específico ou a ativação da reduzida. No Brasil, só não será opcional no Discovery First Edition. A suspensão pneumática, porém, estará em todas as versões.

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Há 21 porta-objetos espalhados pelo carro. Um deles está escondido por trás dos comandos do ar-condicionado
Há 21 porta-objetos espalhados pelo carro. Um deles está escondido por trás dos comandos do ar-condicionado (Nick Dimbleby/Quatro Rodas)

Em movimento, o isolamento acústico é comparável ao dos Range Rover. É uma sensação diferente ver o carro numa situação caótica como a de ultrapassar rochas irregulares sem ouvir quase nada. E olha que qualquer um de seus V6 3.0 rugem forte.

No fora de estrada, o conhecido V6 3.0 turbodiesel conquista. Atualizado, agora tem 258 cv (2 cv a mais) e 61,2 mkgf de torque, entregues de forma bem controlada.

Já o V6 3.0 Supercharged a gasolina, que será oferecido por encomenda, é mais explosivo e deixa o Discovery ágil na estrada – mas a forte rolagem da carroceria em curvas fica mais evidente. Vindo do F-Type, tem 340 cv e 45,8 mkgf de torque. O câmbio automático ZF de oito marchas foi mantido.

Atrás, há ajustes de ar e duas entradas USB e HDMI
Atrás, há ajustes de ar, controle remoto para o sistema de infotainment e duas entradas USB e HDMI (Nick Dimbleby/Quatro Rodas)
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O lançamento no Brasil será em junho, mas os preços estão definidos. Já com faróis full led, a versão SE custa R$ 359.000, enquanto a HSE, com ar-condicionado trizona e porta-malas elétrico, sai por R$ 385.000. Por R$ 425.000, a HSE Luxury traz teto panorâmico e rodas aro 20. A First Edition, com sete lugares e teto preto, custará R$ 465.000.

O motor a gasolina será oferecido em todas as versões por R$ 5.000 a menos.

Veredicto

O novo Discovery representa tudo que um Land Rover deve ser: espaçoso, confortável e competente no 4×4.

 

Ficha técnica – Land Rover Discovery HSE Luxury V6 3.0 TdV6

  • Preço: R$ 425.000
  • Motor: diesel, diant., longit., 6 cil. em V, 2.993 cm3, 12V, 84 x 90 mm, 16,1:1, 258 cv a 3.750 rpm, 61,2 mkgf entre 1.750 e 2.250 rpm
  • Câmbio: automático, 8 marchas, tração 4×4 permanente
  • Suspensão: duplo A (diant.), independente integral link (tras.)
  • Freios: discos ventilados
  • Direção: elétrica
  • Rodas e pneus: 255/55 R20
  • Dimensões: comp., 497,0 cm; largura, 207,3 cm; altura, 184,6 cm; entre-eixos, 292,3 cm; peso, 2.223 kg; tanque, 85 l; porta-malas, 258 l
  • Desempenho: 0 a 100 km/h em 8,1 s, vel. máx., 209 km/h
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