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Mercedes EQG: já dirigimos o Classe G elétrico, que só estreia em 2024

A versão 100% elétrica do Mercedes Classe G está prevista para 2024, mas já fizemos uma primeira viagem a bordo do futuro EQG

Por Joaquim Oliveira /Press-Inform
26 mar 2023, 22h16

Desde 1979, quando foi lançado, o Mercedes-Benz Classe G vem conquistando fãs, e continua a ser uma referência (ao lado do Land Rover Range Rover) quando o assunto é aliar capacidade off-road, luxo e conforto. Agora esse quarentão de linhas retas está pronto para a eletricidade. O EQG 100% elétrico estreia no final de 2024, mas já tivemos a oportunidade de andar em um protótipo.

Há quatro anos, no Salão de Detroit de 2018, durante a revelação mundial da atual geração do Classe G, o ex-ator e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger pediu a Dieter Zetsche, então presidente da Mercedes-Benz, que fizesse um Classe G elétrico. Coincidência ou não, o fato é que a partir do pedido, o projeto começou a avançar. Embora em uma trilha repleta de desafios.

Uma das dificuldades foi instalar as baterias no chassi de longarinas (e não tranquilamente deitadas numa plataforma elétrica dedicada). Emmerich Schiller, presidente da posteriormente criada submarca Classe G, chegou a duvidar de que isso fosse possível, mas hoje admite que a missão não era impossível.

G Class Technology & Product Outlook, 2022, South of France
A instalação das baterias ajudou a reforçar a rigidez torcional do veículo. E o fato de ter quatro motores, um em cada roda, favoreceu a dirigibilidade no asfalto e a capacidade de vencer obstáculos, em pisos off-road (Divulgação/Quatro Rodas)

O primeiro conceito do EQG surgiu em 2021, no Salão de Munique, e chamou atenção por detalhes como a grade fechada, a estrela tridimensional iluminada e o enorme G no teto. Na época, o conceito foi apresentado como um “estudo próximo da produção”. Assim, não foi surpresa descobrir que, de fato, o carro já estava em fase de testes de validação.

Para ir além dos portões da fábrica, o EQG anda disfarçado com pinturas camufladas e placas que encobrem a maior parte de seu interior, mas descobrimos o que existe por baixo dos disfarces. Sob as coberturas negras que recobrem o painel, pudemos espreitar o suficiente para notar que tanto o layout quanto alguns elementos são iguais aos dos Classe G atuais. Mas, adicionalmente, há informações relativas à eletricidade, no menu “EQ” (com dados sobre carregamento, consumo, baterias e recuperação de energia).

Girando no próprio eixo

Mercedes-Benz G-Klasse, Offroad-Erprobung des vollelektrischen Prototyps. // Mercedes-Benz G-Class, off-road testing of the all-electric prototype.
(Divulgação/Quatro Rodas)

Quase tudo é conhecido, à exceção de dois botões no console central. Um ainda é segredo. Outro ativa a função “G-turn”, um inédito recurso que permite ao EQG dar uma volta sobre o próprio eixo sem necessitar de espaço adicional, graças a um movimento semelhante ao de tanque militar.

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Funciona assim: as duas rodas do lado esquerdo viram numa direção; as duas do lado direito na direção oposta (horário e anti-horário); um botão inicia o movimento e as hastes atrás do volante definem em que sentido o carro vai girar e durante quanto tempo. Por enquanto, a função está disponível só sobre pisos arenosos ou com pedriscos, já que as forças que atuam nos pneus seriam excessivas sobre asfalto. Mas há a esperança de, com o tempo, o sistema passar a ser compatível com todo tipo de superfície.

Mercedes-Benz Concept EQGMercedes-Benz Concept EQG
A grade com a estrela, assim como frisos laterais, rack e retrovisores iluminados chamam a atenção (Divulgação/Quatro Rodas)

A equipe liderada por Schiller retirou algumas travessas do chassi de longarinas para colocar mais módulos de baterias, mas como a própria bateria faz parte da estrutura do veículo, a rigidez é mais do que compensada. Depois, foram colocados painéis de kevlar-carbono na parte inferior, para proteger as baterias (semelhantes aos de outros modelos EQ). Pudemos comprovar a eficiência dessa solução quando o piloto de testes da fábrica forçou o nosso protótipo a bater a parte inferior – algumas vezes e de forma nada gentil – contra grandes pedras no piso. O EQG saiu ileso.

Batidas nas rochas

Ao longo desta singular experiência como copiloto ficou evidente que o EQG consegue superar qualquer terreno, por mais desafiador que seja, melhor até do que um G com motor a gasolina. Prova disso é que o G500 que seguia à nossa frente demonstrou mais dificuldade em passar por cima das rochas mais salientes ou crateras mais acentuadas, e também para prosseguir em pisos de lama mais profunda.

Tudo isso o EQG fez em silêncio, claro, o que serviu para evidenciar a integridade de sua construção, que não soltou nenhum ruído estrutural mesmo sob enormes esforços torcionais da carroceria.

Mercedes-Benz EQGMercedes-Benz EQG fg
Fotos sem disfarces mostram conceito apresentado em Munique, em 2021 (Divulgação/Quatro Rodas)

Outra vantagem que resulta da conversão do Classe G em elétrico tem a ver com o rebaixamento do centro de gravidade, que permite que este veículo, com mais de 3 toneladas, tenha estabilidade exemplar, mesmo em situações de forte inclinação lateral.

O EQG tem um motor para cada roda, solução que facilita controlar a eventual perda de aderência e equilibra a entrega de torque com maior precisão, em cada quadrante do chassi. Em vez de uma caixa de transferência, existem quatro, uma para cada motor. Não espantou, por isso, que o EQG pudesse continuar o seu caminho mesmo na mais íngreme e escorregadia das subidas. E isso quando estamos ainda a dois anos da sua chegada ao mercado.

Mercedes-Benz Concept EQGMercedes-Benz Concept EQG
Nem tudo deve ser igual na versão definitiva. A proteção do estepe quadrada, na traseira, é uma das coisas que devem mudar.
Isto é, se o futuro EQG tiver estepe, de tamanho real, como o protótipo avaliado trazia (Divulgação/Quatro Rodas)

Esse prolongado tempo de espera é, aliás, a razão pela qual não há ainda números de rendimento, capacidade e autonomia. Seja como for, podemos fazer algumas estimativas, mesmo sabendo que as fabricantes trabalham para aumentar a densidade energética de suas baterias em cerca de 20% até 2025. É certo que as baterias terão uma capacidade um pouco superior aos 108 kWh no EQS SUV, o que permitirá autonomia próxima dos 500 km.

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A potência máxima de carga não deverá ser inferior a 220 kW, o que pressupõe tempos de carga de 30 minutos (em potência máxima) para ir de 10 a 80% da carga máxima do acumulador de energia. Por outro lado, a potência de pico estará entre 600 e 650 cv.

EQG d

Até o final de 2024, o EQG ainda terá várias etapas a serem cumpridas. E uma das mais decisivas será o momento em que ele for levado ao mítico caminho off-road na montanha de Schöckl (em Graz, na Áustria), a 1.445 metros de altitude. Esta exigente trilha de 5,6 km, com inclinações de até 60%, é considerada por muitos como o mais difícil desafio que um automóvel pode superar.

Só depois de vencido, o EQG poderá ostentar o distintivo “Aprovado em Schöckl” e passar à produção em série. Não restam muitas dúvidas de que o EQG passará nesse teste. A maior incógnita é o preço, mas faz sentido pensar em algo acima dos 200.000 euros na Europa (R$ 1.110.000), não muito distante do que custa o atual topo de gama G63 AMG. A boa notícia é que, em algum momento, o jipão poderá chegar ao Brasil para reforçar a linha EQ.

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Veredicto – Se algum aficionado temia ficar sem o Classe G, na era da eletrificação, agora pode respirar aliviado

Ficha Técnica – Mercedes EQG

Preço: 200.000 euros (estimado)
Motor: 4 elétricos, um em cada roda. potência máxima estimada 650 cv
Câmbio: autom., 1 marcha, tração integral 4×4
Direção: elétrica
Suspensão:  duplo A (diant.), eixo rígido (tras.)
Freios: disco ventilado
Pneus: 275/50 R20
Dimensões: comprimento, 487,3 cm; largura, 198,4 cm; altura, 196,6 cm; entre-eixos, 289 cm; peso, n/d; porta-malas, n/d
Baterias: capacidade acima de 108 kWh; potência máxima de carga, 220 kW; autonomia, próxima de 500 km (dados estimados, tendo outros modelos da linha EQ como referência)

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