Mercedes-Benz SL 400
O lendário conversível SL em versão V6 com desempenho de V8 e consumo de 4 cilindros, como manda a tendência
Descendente direto das lendárias Flechas Prateadas, os carros de competição da Mercedes, nos anos de 1950, o conversível SL foi o único esportivo da marca durante muito tempo. Mas, depois que a Mercedes, assim como outras fábricas premium, passou a fazer carros de diversos tipos e tamanhos, ele perdeu um pouco do prestígio que desfrutava. O SL virou carro de nicho, como dizem os especialistas em mercado. Felizmente, quem foi rei não perde a majestade, e ele segue em linha com todo seu carisma, como se pode ver ao lado, na versão SL 400, que está chegando agora ao Brasil. A grade, que atualmente enfeita a dianteira de quase todos os modelos da marca alemã, é a típica de um SL. E as tomadas de ar laterais são outro elemento herdado dos antigos SL, assim como a frente longa e a traseira larga. O painel também está cheio de referências, como os mostradores e a posição de dirigir baixa.
Quem dirige o novo SL usufrui de todas as características que fizeram dele um ícone. Só que a nova
versão estreia com um motor V6 3.0, que a princípio parece contrariar a tradição. Muitos fãs esperam que sob o capô do SL esteja um V8, mas os V6 já fazem parte de sua história há algumas gerações. De fato, a nova versão substitui o SL 350, que também tinha um V6, mas com 27 cv a menos. Se a história do carro ainda não o convenceu, talvez o preço o faça: US$ 222 900 (R$ 600 000), bem menos que os US$ 321 500 do SL 63 AMG com seu V8 de 564 cv. O novo motor recebe as bênçãos da tecnologia e entrega respostas próximas das de um V8 tradicional, com consumo de um quatro-cilindros. Ele tem dois turbos e sistema de injeção direta que lhe garantem 333 cv de potência a 5 250 rpm e 48,9 mkgf de torque máximo entre 1 600 e 4 000 rpm. Na pista de testes, essa força foi o que levou o SL a acelerar de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos e a conseguir as médias de 9,3 km/l na cidade e 12,9 na estrada. Justiça seja feita, o bom rendimento não pode ser creditado unicamente ao motor. A carroceria de alumínio também colaborou reduzindo o peso do carro, em sintonia com o significado da sigla SL, de Sport e Light.
No dia a dia, o SL 400 é um veículo confortável, acima de tudo. Sua direção adaptativa (que varia a assistência e a redução de acordo com a velocidade do carro e o ângulo de esterço do volante) é firme. Mas a suspensão é macia, mesmo tendo amortecedores adaptativos, que enrijecem quando solicitados – em uma curva de alta velocidade, por exemplo.
O câmbio de sete marchas tem quatro modos de uso: E (econômico), S (esportivo), S+ (mais esportivo) e M (manual). Mas as respostas da transmissão dependem mais do peso do pé do motorista no acelerador do que dos ajustes no câmbio, uma vez que a central eletrônica gerencia a caixa e reconhece a demanda por desempenho. Em resumo, o motorista pode também dirigir de modo agressivo, mas o SL vai melhor mesmo para quem prefere desfrutar a estrada, a paisagem e a companhia a seu lado.
Para ajudar no passeio, abrir ou fechar o teto elétrico não leva mais que 20 segundos. E, se a temperatura externa estiver baixa, basta acionar o Airscarf. Esse sistema possui saídas de ar, localizadas no encosto dos bancos, na altura do pescoço, que aquecem a cabine e tornam a temperatura a bordo agradável, mesmo com o teto aberto.
Som de Classe S
O SL 400 é uma versão da sexta geração do SL, que estreou em 2012 e deve passar na Europa por um face-lift leve no fim deste ano (segredeiros internacionais dizem que a mudança seria apenas nos faróis). Além do motor, o conversível traz novos recursos, como a central multimídia Comand, com acesso à internet e tela do tipo splitview, que pode exibir dois temas em um mesmo monitor, permitindo que o motorista veja o mapa do GPS enquanto o passageiro assiste a um filme, por exemplo. O som também é novo. Da marca alemã Burmester, é o mesmo que equipa o sedã topo de linha da Classe S. A lista de equipamentos fica completa com a abertura de porta-malas pelo sistema Hands Free (o motorista só precisa movimentar o pé sob o para-choque traseiro) e o conjunto de faróis bixenônio inteligentes, que se ajustam às condições da luz do ambiente, do clima e da estrada (velocidade, pavimento e percurso). No acabamento, materiais nobres como couro e alumínio revestem os bancos, o painel e as laterais das portas. Tudo milimetricamente costurado e encaixado, como deve ser em um esportivo premium cheio de tradição.
OS RIVAIS
Porsche 911 Carrera S Cabr.
É igualmente carismático, mas tem comportamento mais esportivo e custa R$ 689 000.
Jaguar F-Type S V8
Ele é lindo, seu motor V8 gera 495 cv e o preço fica em R$ 608 900.
AVALIAÇÃO
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
O SL é um carro confortável, antes de mais nada. Sua direção é firme, mas a suspensão é macia. O desempenho dos freios é apenas regular.
MOTOR E CÂMBIO
O conjunto mecânico concilia eficientemente desempenho e baixo consumo de combustível.
CARROCERIA
Com charme e presença, o SL tem a silhueta típica do segmento que ele ajudou a criar.
VIDA A BORDO
Confortável e luxuoso, o SL 400 está lotado de recursos para tornar as viagens mais agradáveis.
SEGURANÇA
Além de airbags e ESP, conta com faróis inteligentes, monitor de pressão dos pneus e sistema de alerta de fadiga do motorista.
SEU BOLSO
Seu preço é compatível com os valores cobrados por outros conversíveis de luxo. Tem garantia de dois anos. Economiza no combustível.
VEREDICTO
O SL tem todos os atributos que se espera de um carro feito para o lazer, como são os conversíveis. E, como extra, traz o carisma de seus antecessores.