Shooting Brake. Você já deve ter ouvido isso por aí, não? Alguns acham que é um neologismo, para se somar a nomes como sportback, sportwagon, etc. Mas a denominação é centenária. Foi usada para classificar carros com espaço suficiente na traseira para levar armas e cães de caça. Em geral designa cupês esportivos que têm a traseira alongada, ganhando assim ares de perua.
A Mercedes CLS 63 AMG Shooting Brake não é um carro destinado a caçadores. Mas é um míssil. Pode-se dizer que ela é o cruzamento de um cupê com uma perua. Repare na traseira com queda suave, fora do convencional. Se o design tem o poder de magnetizar os olhares, a mecânica conquista a audição. Quando se vira a chave, o V8 biturbo acorda com o rugido típico dos motores da AMG, divisão esportiva da Mercedes. Esse ronco inicial foi o prenúncio de que a diversão estava prestes a começar. Na Caltabiano, revenda Mercedes de São Paulo, a recomendação era de que não rodássemos muito com o carrão de US$ 251 900 (R$ 560 000). Mas ninguém falou nada sobre andar devagar.
Sob o longo capô, o V8 5.5 desmente a tese de que cão que late não morde. Esse biturbo de 557 cv e injeção direta dá muita agilidade ao carro, graças também ao excelente torque de 73,4 mkgf – só para comparar: o V8 do Camaro tem a menos 151 cv (406 cv) e 16,7 mkgf (56,7). Não há caça que resista na frente dele. De 0 a 100 km/h, são 3,8 segundos – e a máxima é limitada a 280 km/h. O mérito, porém, tem de ser dividido com o câmbio automatizado de sete marchas que faz trocas rápidas, acompanhadas por um estouro no escapamento quando se pisa fundo. Tudo com a grande estabilidade da tração integral. O revestimento interno é primoroso e os bancos têm até massagem e ajuste automático nas abas laterais para prender o corpo nas curvas. Enfim, são aquelas coisas que fazem a gente sempre querer dar mais uma voltinha antes de devolver o carro à loja.
VEREDICTO
O CLS AMG aliou a esportividade de cupê e o conforto de sedã. A Shooting Brake mostrou que poderia adicionar espaço de perua nessa conta.