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Testamos até onde nosso BYD Dolphin consegue ir sem recarregar

Chegou a hora de testar a autonomia do BYD Dolphin na estrada. Afinal, fica mais perto dos 291 km divulgados pelo Inmetro ou dos 400 km divulgados pela BYD?

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 jul 2024, 19h31 - Publicado em 27 jul 2024, 19h00
byd dolphin
No mês passado, arriscamos viajar de São Paulo, capital, a Ribeirão Preto, no interior (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
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É muito raro alguém topar uma viagem longa com nosso BYD Dolphin. É a questão da necessidade de planejamento, de saber onde há carregadores rápidos pelo caminho, se estão funcionando e toda a ansiedade por trás disso. Mas também tem a ver com a segurança de saber até onde dá para chegar com uma carga completa da bateria. Agora sabemos.

Saímos da cidade de São Paulo rumo a Ribeirão Preto (SP) sem recarregar, uma viagem de 315 km (de centro a centro) que, em velocidade normal, leva cerca de 3h40. Sim, velocidade normal, entre 100 e 110 km/h, mesmo que até Campinas (SP) seja permitido rodar a até 120 km/h – o que aumentaria o consumo exponencialmente e deixaria o Dolphin mais sujeito a desacelerações e acelerações, devido ao movimento dos outros carros.

Longa DOlphin
Em um dado momento da viagem, o computador de bordo mais confundiu do que esclareceu nossas dúvidas sobre a autonomia. E, na hora de recarregar, encontramos uma diferença entre a energia cobrada pelo carregador e a efetivamente acumulada (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Dispensamos estratégias inconvenientes para poupar bateria, como rodar a 80 km/h com o ar-condicionado desligado? Queremos previsibilidade com conforto.

O ponto de partida foi o posto Campeão 28, 13 km depois do início da Rodovia dos Bandeirantes, onde há um carregador de 150 kW da plataforma EzVolt para completar a carga da bateria. Aí veio a primeira surpresa: nosso BYD Dolphin passou um bom tempo carregando a 66 kW, quando a potência máxima de carregamento declarada pela BYD é de 60 kW.

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Dolphin Longa
(Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Questionamos a fabricante sobre uma eventual atualização, que poderia ter sido feita remotamente, mas negaram qualquer aumento da potência de carregamento. Se isso não está previsto, a degradação da bateria poderia aumentar, mas notamos que o sistema de gestão de temperatura interveio, reduzindo a potência. Em 37 minutos a carga passou de 60 para 100% e o Dolphin estava pronto para o início da jornada. O carro estimava 405 km de autonomia. Guarde esse número.

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A primeira parada para controle seria no Posto 6, em Porto Ferreira (SP), dali a 195 km. Antes disso, algumas marcações importantes:

  • Após percorrer 100 km, o carro indicava 296 km de autonomia;
  • A bateria chegou aos 50% da carga após 168 km, indicando 203 km de alcance;
  • Com 45% de carga, o carro havia percorrido 182 km e estimava alcance de mais 182 km.

Cheguei ao primeiro destino sem confiar no computador. Havia percorrido 195 km consumindo 59% da bateria, restando 41% de bateria e o carro estimava 166 km. Mas se indicava consumo médio de 13,4 kW/100 km, deveria prever 137 km de autonomia, o que leva a uma autonomia projetada de 332 km – não 361 km.

Longa Dolphin
Recarga rápida (em corrente contínua) é crucial para uma viagem tranquila (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
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Longa DOlphin

Aos 257 km, o restaurante Frango Assado de Cravinhos (SP) passava no sentido oposto e eu já sabia que seu carregador (também da EzVolt) estava inoperante. A essa altura, a conexão sem fio do Android Auto já havia caído cinco vezes. E as longas subidas da região elevaram o consumo para 15 kW/100 km, a bateria estava em 17% e o carro projetava 68 km de autonomia.

Os 10% foram alcançados após 282 km e, mesmo assim, o carro ainda indicava autonomia de 42 km (como se fizesse 420 km com 100%). Faltava apenas 8 km para o Graal Trevo, já na saída de Ribeirão Preto, onde o Dolphin chegou com 8% de carga. Decidi ir além e retornar para recarregá-lo na zona sul da cidade, em um posto a 17 km dali. Assim, poderia ultrapassar os 300 km de alcance com alguma segurança.

Nesse último trecho, desliguei o ar-condicionado (que sempre esteve em 20o C com o modo automático ativado) e a velocidade foi reduzida por conta do trânsito da cidade. Alcancei o carregador com 4% da bateria restante, 17 km de autonomia projetada e tendo percorrido 308 km no total.

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BYD Dolphin Longa Duração
Caçula de Longa Duração, BYD Dolphin também é o nosso primeiro carro elétrico da frota (Fernando Pires/Quatro Rodas)

 

Encontramos o carregador de 50 kW Shell Recharge entregando, no máximo, 34 kW. A recarga completa durou 1h30. O mais bizarro: a bateria do Dolphin tem 44,9 kW de capacidade e precisaria repor 43 kW. Mas o carregador cobrou 46,5 kW. A Tupinambá, empresa que administra o Shell Recharge, diz que pode existir uma perda por transmissão e gestão térmica do carro de até 15%.

Aprendemos, então, que é importante prever um carregamento a cada 300 km, no máximo, em uma viagem. E que não dá para confiar no indicador de autonomia do Dolphin.

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BYD Dolphin – 6.461 km

Versão GS 180 EV
Motor elétrico, diant., transversal, síncrono, 95 cv, 18,4 kgfm
Câmbio automático, 1 marcha, tração dianteira
Revisões até 100.000 km: grátis
Seguro R$ 1.570
Consumo No mês: 7,5 km/kW, com 57,8% de rodagem na cidade

Desde jan/24: 7,1 km/kW, com 46,8% de rodagem na cidade

Carregamento 169,6 kW, 16h50 min, R$ 230,25

 

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