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Impressões: Golf GTI Oettinger, o veneno autorizado

Com 300 cv, hatch não é nervoso só no visual. E agora está disponível no Brasil.

Por Vitor Matsubara
Atualizado em 18 Maio 2017, 19h54 - Publicado em 4 fev 2016, 14h44
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  • Acessórios podem equipar qualquer GTI seminovo
    Acessórios podem equipar qualquer GTI seminovo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Vorfreude é uma palavra alemã que define uma alegria antecipada por algo que está por vir. Não sou fluente na língua de Nietzsche, mas foi exatamente este meu sentimento quando vi o Golf GTI Oettinger (pronuncia-se “âtinger”), avaliado com exclusividade por QUATRO RODAS no Brasil.

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    Ele é uma das criações mais famosas da Oettinger Sportsystems GmbH. Fundada em 1951, ela se notabilizou por projetos como o Fusca Okrasa, que era equipado com novos cabeçotes e carburadores do Porsche 356 para extrair mais potência do pequeno motor 1200.

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    Hoje, a empresa é uma das preparadoras mais reconhecidas do mundo, mesmo trabalhando só com veículos do Grupo Volkswagen.

    Desde 2014 no país, a Oettinger é representada pela Strasse, importadora que também vende os monstros da Brabus, preparadora especializada em Mercedes-Benz.

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    Quem comanda as operações é Julico Simões, que montou uma equipe de profissionais brasileiros treinados na Alemanha para realizar as modificações estéticas e mecânicas em uma oficina em São Paulo, diminuindo o tempo de espera e reduzindo custos.

    Plaquetas Oettinger na grade, na traseira, laterais e no interior
    Plaquetas Oettinger na grade, na traseira, laterais e no interior (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    “Fazemos o trabalho completo em menos de uma semana e sem violar a garantia de fábrica, oferecendo ainda uma garantia da Oettinger de dois anos ou 50.000 km”, afirma o empresário, que revela ter cogitado importar versões vendidas na Europa como o GTI duas portas e até o badalado Golf R.

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    A ideia, no entanto, logo foi descartada por conta dos preços exorbitantes, que chegariam a R$ 500.000 no caso da versão R. Sendo assim, a escolha recaiu sobre o Golf GTI fabricado no Brasil e vendido em qualquer concessionária VW.

    O kit de upgrade do motor custa R$ 17.900. Mas assim como o cardápio de um restaurante, no Oettinger o cliente pode escolher entre vários acessórios.

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    O veículo das fotos tem pacote aerodinâmico formado por spoilers dianteiro e traseiro, aerofólio traseiro e saias laterais (R$ 13.500), sistema de escape com quatro saídas traseiras e difusor (R$ 12.900) e rodas exclusivas de liga de 19 polegadas com pneus inclusos (R$ 23.900).

    No total, seriam R$ 68.200 pela conversão completa. Mas quem escolher instalar tudo ganha um desconto considerável, abaixando o preço para R$ 59.900.

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    Os itens visuais também podem ser instalados à parte se você já tiver um GTI na garagem – apenas as alterações mecânicas não são realizadas em veículos seminovos.

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    Rodas podem ser encomendadas em outras cores
    Rodas podem ser encomendadas em outras cores (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Debaixo do capô, o motor 2.0 TSI chega aos 300 cv e torque máximo de 46,9 mkgf, um ganho de 80 cv e 11,2 mkgf em relação ao acerto de fábrica.

    “Algumas pessoas perguntam porque não extraímos 500 cv ou 600 cv, como fazem muitas oficinas por aí. O problema é que, nesses casos, ninguém garante se as mudanças realizadas não vão afetar a durabilidade do motor, algo que a Oettinger assegura a seus clientes”, defende Julico.

    Remapeamento na central faz o motor TSI chegar aos 300 cv
    Remapeamento na central faz o motor TSI chegar aos 300 cv (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Raridade nas ruas

    Se a cavalaria parece pouca coisa, uma leve acelerada logo indica o contrário. Assim que o conta-giros passa das 2.000 rpm, o Golf ganha velocidade com uma rapidez anormal.

    Se o modelo original já requer atenção para respeitar os limites de velocidade, no GTI Oettinger o risco de colecionar multas é ainda maior. Minhas costas instantaneamente grudam no banco, enquanto os carros ao redor parecem estar parados.

    Infelizmente não pudemos levá-lo à pista de testes, mas os números divulgados pela Oettinger entregam o potencial da máquina: são necessários 5,9 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h e a velocidade máxima é de 262 km/h, ante os 6,5 segundos e 244 km/h divulgados pela própria Volks para o GTI de linha.

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    Este é o ângulo que a maioria dos motoristas verá o GTI por aí
    Este é o ângulo que a maioria dos motoristas verá o GTI por aí (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Além do remapeamento da central eletrônica e da remoção do limitador de velocidade, nenhuma outra mudança no motor é realizada pela Strasse. Mas isso está longe de ser um problema.

    Afinal, o GTI (e, na verdade, todo Golf) nunca precisou da mão de preparadoras para ser referência em estabilidade e comportamento dinâmico, graças à direção direta e suspensão firme que o caracterizam há décadas.

    Ele faz curvas com vontade (sendo ajudado pelos pneus mais largos) e permite ser levado próximo do limite antes de a eletrônica começar a trabalhar.

    O eficiente câmbio DSG de seis velocidades também não precisaria ser trocado, já que ele não apenas suporta o reforço na cavalaria como continua com a agilidade de sempre nas trocas de marcha, inclusive quando feitas automaticamente.

    Grife no painel

    Por dentro, tudo é quase igual ao modelo de fábrica, salvo uma plaqueta colada à frente do passageiro com o nome da preparadora alemã. Os confortáveis bancos seguram  bem o corpo nas curvas, o volante tem empunhadura digna de aplausos e a posição de dirigir é perfeita para quem aprecia esportivos.

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    Interior é quase todo original, com exceção da plaqueta Oettinger
    Interior é quase todo original, com exceção da plaqueta Oettinger (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Agora que você já conhece o GTI Oettinger, deve estar imaginando que ele não é barato. Se analisarmos apenas pelo lado racional, o hatch realmente custa caro: você pode levá- lo para casa por aproximadamente R$ 192.150 (considerando os R$ 132.250 pedidos pelo GTI original básico), embora esse custo possa variar de acordo com os opcionais escolhidos.

    Sem dúvida é um valor bastante elevado, especialmente lembrando que há opções tão sedutoras quanto o GTI nessa faixa de preço, como o Mini John Cooper Works (R$ 184.950) e o Subaru WRX STi (R$ 207.900). Mas, pensando na exclusividade, talvez esse Golf não fique tão caro assim.

    Quer um conselho? Se dinheiro não for problema, vale a pena comprar um Oettinger para chamar de seu. Tenho certeza de que você vai me agradecer depois.

    VEREDICTO

    O GTI Oettinger cobra seu preço na exclusividade, mas consegue a façanha de ser ainda melhor (e mais rápido) do que o Golf GTI original.

    Preço: R$ 192.150 (R$ 132.250 do Golf GTI + R$ 59.900 do kit completo)
    Motor: diant., transv., 4 cil., 1.984 cm3, 16V, turbo, 300 cv entre 4.700 e 6.200 rpm; 46,9 mkgf entre 1.600 rpm e 4.900 rpm
    Câmbio: automatizado, dupla embreagem, seis marchas, tração dianteira
    Direção: elétrica
    Suspensão: McPherson (diant.) / multilink (tras.)
    Freios: disco ventilado (diant.) / disco sólido (tras.)
    Pneus: 235/35 R19
    Dimensões: compr., 426,8 cm; altura, 145,6 cm; largura, 179,9 cm; entre-eixos, 263,1 cm; peso, 1 317 kg
    Porta-malas: 338 litros
    Desempenho: 0 a 100 km/h em 5,9 s; velocidade máxima: 262 km/h
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