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Impressões ao dirigir: Novo VW Jetta está maior e mais equipado

Revelado em janeiro, no Salão de Detroit, o Jetta de nova geração está de malas prontas para o Brasil. A estréia em nosso mercado acontece até outubro

Por Joaquim Oliveira, de Nova York (Estados Unidos)
15 Maio 2018, 15h45
VW Jetta
De olho na aerodinâmica, novo Jetta tem até grade frontal ativa (Divulgação/Volkswagen)

A sétima geração do Jetta foi revelada em janeiro, no Salão de Detroit, nos Estados Unidos, e agora se prepara para conquistar mercados mundo afora – o brasileiro é um deles.

Ele chega com nova base técnica, design mais moderno, novos equipamentos de segurança (alguns deles semiautônomos) e interior com mais qualidade, conforto e conveniência.

Mas existem alguns sinais do sotaque americano neste Volkswagen com berço mexicano.

Desde que foi lançada a primeira geração, em 1979, foram vendidas mais de 17,5 milhões de unidades, o que o torna um dos automóveis mais vendidos da história.

Porém, agora que os sedãs têm cada vez menos procura em nível global, o novo Jetta vai ser vendido nos Estados Unidos e na América do Sul.

VW Jetta
Logotipo VW pequeno parece flutuar no centro da grade (Divulgação/Volkswagen)

Acontece que na Europa a VW tem um posicionamento a meio caminho entre as montadoras premium e as generalistas, enquanto nas Américas se trata de uma marca generalista pura.

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A troca da plataforma PQ35 pela MQB resultou em novas proporções. Entre-eixos, comprimento, largura e altura, foram ampliados em relação ao antecessor: assim, o novo Jetta ficou maior em, respectivamente, 3,5 cm, 4,2 cm, 2,1 cm e 0,5 cm.

Em outras palavras, o Jetta está com proporção de carroceria semelhante à do Mercedes-Benz Classe C.

VW Jetta
Interior lembra o Virtus, com painel digital integrado à tela multimídia (Divulgação/Volkswagen)

Mesmo maior e com mais conteúdo, o novo Jetta perdeu 20 kg, fruto da maior aplicação de aços de ultrarrigidez e da adoção de uma suspensão traseira mais simples (de eixo de torção), que pesa 20 kg menos do que a multilink usada até então.

Marco Pavone, diretor de design exterior da VW, explica que houve a intenção de tornar o apelo do novo Jetta mais masculino, o que explica os para-lamas volumosos e os vincos das laterais e capô.

A coluna C, bastante inclinada e longa, confere um ar de cupê, reforçado pela tampa curta do porta-malas, cujo topo cumpre a função de aerofólio.

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VW Jetta
Porta-malas curto e queda longa da coluna C: o Jetta tem um leve ar de cupê (Divulgação/Volkswagen)

No interior, o destaque é a aplicação da mais recente geração de central multimídia.

Segundo a Volks, a troca de botões físicos por comandos táteis e vocais visa tornar a interação o mais simples possível, para que o motorista possa manter o foco na via. Apenas os comandos da climatização foram deixados numa zona separada.

VW Jetta
Pela central, o piloto seleciona o modo de condução (Divulgação/Volkswagen)

O novo Jetta dispõe também do moderno e multiconfigurável painel de instrumentos digital similar ao da dupla Polo/Virtus e do novo Tiguan.

Na porção inferior do painel, uma linha decorativa iluminada se estende até as portas – o piloto pode escolher uma entre dez cores disponíveis.

VW Jetta
Painel digital é similar ao da dupla Polo/Virtus (Divulgação/Volkswagen)

A luz ainda varia de acordo com o modo de condução selecionado: branca para o Normal, vermelha no Sport e azul no Eco.

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Focado na segurança

Assim como acaba de acontecer com o Tiguan, a nova geração do Jetta tem um recheado pacote de equipamentos de segurança.

Há sistema de frenagem pós-colisão, alerta e frenagem automática sob risco de colisão, alerta de ponto cego, piloto automático adaptativo, sistema ativo de manutenção de faixa e farol alto automático.

VW Jetta
Vinco lateral ascendente percorre as laterais de ponta a ponta (Divulgação/Volkswagen)

No acabamento, painel e laterais de portas (apenas as dianteiras) apresentam material de toque suave apenas na parte superior.

Atrás, nada de saídas de ventilação. Falta inexplicável para um sedã destinado ao transporte da família – e que se torna ainda mais grave quando lembramos que o Virtus, sedã que fica abaixo do Jetta na hierarquia Volkswagen, oferece os difusores para quem viaja no banco traseiro.

Lá não há nem sequer portas USB ou uma simples tomada 12 V.

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VW Jetta
Vidro inclinado e apoios de cabeça convencionais dificultam a visibilidade (Divulgação/Volkswagen)

O espaço interno do novo sedã é bom, mas o túnel central, muito alto e largo, compromete o conforto de quem viaja no centro do banco traseiro – e, por consequência, dos que se sentam ao lado.

O porta-malas continua espaçoso, mas a Volks fez questão de destacar: os 445 litros do antecessor baixaram para 400 litros, porque o processo de homologação antigo utilizava o padrão de injeção de líquido para fazer a medição.

Agora mudou e a aferição passou a ser feita com pequenos blocos.

VW Jetta
Gatilhos no porta-malas destravam o encosto do banco traseiro (Divulgação/Volkswagen)

O motor 1.4 TSI foi alvo de vários aperfeiçoamentos.

O ar-condicionado com embreagem no compressor, por exemplo, colabora para melhorar o consumo.

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A estratégia de lançamento no Brasil prevê a chegada do novo Jetta até outubro.

“Na verdade, o mês não está absolutamente fechado. Vai depender de como a rede vai dar vazão ao modelo atual. Se zerar o estoque antes, podemos antecipar a chegada da nova geração, mas creio que de outubro não passa”, diz uma fonte ligada à VW do Brasil.

Nosso contato revela que o lançamento será feito primeiramente com a versão com motor 1.4 TSI que, meses depois, ganha a companhia do 2.0 TSI.

VW Jetta
Quando chegou ao Brasil, no Golf, este volante multifuncional era um sonho de consumo. Hoje, equipa diversos modelos da VW (Divulgação/Volkswagen)

Com relação ao câmbio, tudo está indefinido: “Há três possibilidades. Automatizado com dupla embreagem e seis marchas banhada a óleo ou automático convencional com seis ou com oito marchas”, diz a nossa fonte.

Para esclarecer: a primeira possibilidade é igual à que equipa o Tiguan 1.4, fabricado no México, de onde também virá o Jetta.

A segunda é igual à do Jetta atual e da dupla Polo/Virtus – e, em breve, da dupla Gol/Voyage.

A terceira caixa seria inédita no Brasil, ao passo que nos EUA é justamente a que substitui a versão de seis marchas.

No test-drive de apresentação, utilizamos exatamente esta última configuração: 1.4 TSI com transmissão automática de oito marchas.

VW Jetta
Traseira é o ângulo em que o Jetta mais se parece com seu irmão menor, o Virtus (Divulgação/Volkswagen)

Ao longo de três horas dirigindo em estradas, deu para perceber que o motor 1.4 responde com mais vivacidade acima das 1.600 rpm e que a caixa realmente permite explorar melhor seu potencial devido às duas marchas adicionais.

Sobre asfalto de boa qualidade, pouco se sente o retrocesso que representa a adoção da suspensão por eixo de torção em substituição ao conjunto multilink da geração aposentada.

O acerto mais firme minimiza a inclinação da carroceria durante o contorno de curvas longas, ampliando a segurança.

VW Jetta
Teto solar elétrico: assim como no Tiguan, deverá ser opcional (Divulgação/Volkswagen)

Com o modo Sport ativado, as respostas de câmbio e acelerador se tornam mais imediatas, permitindo usufruir mais do feliz casamento do 1.4 turbo com a transmissão de oito marchas.

A direção está mais direta do que no Jetta anterior e exige menos voltas de um batente a outro (2,7 ante 3 voltas do sedã antigo).

Considerando os aspectos em que o carro melhora claramente (design, espaço interior, segurança e entretenimento) e mesmo admitindo que a suspensão regrediu, é bom notar que, dependendo da versão, o novo Jetta está mais barato.

VW Jetta
Adornos cromados no para-choque imitam saídas de escapamento (Divulgação/Volkswagen)

Ao menos foi assim nos EUA, onde o preço da versão S é de US$ 18.545 – ante US$ 18.645 do antigo.

Já a top, SEL, igual à avaliada por nós em Nova York, parte de US$ 26.945 – o antigo custava US$ 26.245.

No Brasil, o 1.4 TSI Comfortline (versão única) custa hoje R$ 94.190.

 Com tanta evolução, agora é torcer para que a rede VW do Brasil dê rápida vazão ao estoque de modelo antigo para a chegada da sétima geração do Jetta.

E que isso aconteça nos mesmos moldes do mercado americano, ou seja, com redução de preço em relação ao anterior.

Veredicto

Maior e muito mais equipado, o Jetta volta à cena. Se a Volks do Brasil repetir a dose da unidade americana e caprichar no preço, melhor para nós, brasileiros.

Ficha técnica – Jetta 1.4 TSI SEL

Preço: US$ 26.945

Motor: gas., diant., transv., 4 cilindros, 1.395 cm3, 16V, 147 cv a 5.000 rpm, 25,5 mkgf a 1.400 rpm

Câmbio: aut., 8 marchas, tração dianteira 

Suspensão: McPherson (diant.) /eixo de torção (tras.)

Freios: disco vent. (diant.) / disco sólido (tras.)

Direção: elétrica

Pneus: 205/55 R17

Dimensões: compr., 470,2 cm; largura, 179,9 cm; alt., 145,8 cm; entre-eixos, 268,6 cm; peso, 1.347 kg; tanque, 50 l; porta-malas, 400 l

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