Este GT 2+2 lugares (há mais espaço atrás do que no modelo anterior, mas continua bem pequeno) custa 270.000 euros e quer marcar o início de uma nova era na Aston Martin. E o DB11 virá em boa companhia: o novo Vantage em 2017, Vanquish em 2018 e, claro, um SUV (cujas formas foram antecipadas pelo conceitual DBX), para 2019.
“Para a Aston, é importante criar as bases para o segundo século de sua história ainda mais próspero do que o primeiro. E o DB11 é a ponte para esse futuro”, explica Andy Palmer, o novo CEO da marca.
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Bravamente, a Aston Martin é a última fábrica inglesa que conseguiu se manter independente (Mini e Rolls-Royce pertencem à BMW, enquanto Jaguar e Land Rover estão nas mãos da gigantesca indiana Tata), com capital dividido entre um banco de Dubai e de um fundo privado italiano.
Na prática, o futuro da marca está nas vendas da família DB11. Serão elas que viabilizarão financeiramente uma futura geração, com três novos projetos previstos para até 2022. Em outras palavras, a preservação da espécie depende do DB11.
Atributos não lhe faltam. A começar pelo primeiro motor turbinado (e o mais potente) da Aston: um impressionante V12, biturbo, de 5,2 litros, capaz de render 608 cv e 71,4 mkgf de torque, orquestrado por uma caixa automática de oito marchas.
As performances são de cortar a respiração. Além de uma aceleração de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos, o DB11 integra o seleto clube dos modelos que superam os 300 km/h – chega a exatos 322 km/h.
A sonoridade da mecânica explica por que foi dispensável recorrer a qualquer artifício de reforço de ronco no escapamento: certamente isso acabaria em uma multa por perturbação da ordem pública. Ainda assim, ele é bondoso com a natureza: o V12 tem até um sistema de desativação de uma das bancadas de cilindros em situações de pouca ou nenhuma carga de acelerador.
Múltipla escolha
A caixa automática ZF de oito marchas leva a força do motor para o eixo traseiro e o piloto tem papel fundamental na definição de como isso acontece. Por meio de um comando no lado direito do volante, ele opta por um dos três modos de condução disponíveis: GT, Sport e Sport Plus. À esquerda, um botão varia a rigidez dos amortecedores (fornecidos pela renomada Bilstein).
A estrutura do DB11, totalmente nova, usa e abusa do alumínio de alta resistência. Maior, mais leve e mais espaçoso do que seu antecessor, o DB11 tem 6,5 cm a mais de entre-eixos, o que lhe permitiu reservar um pouco mais de espaço na traseira, sobretudo no porta-malas, cujo volume interno saltou de 175 para 270 litros.
A equipe de design, liderada por Marek Reichman, trabalhou elementos clássicos da Aston, como a iconográfica grade (ainda maior e destacada), o capô “abraçando” o motor e preso pela frente e a traseira compacta. Clássico, o DB11 também é high-tech, como deixa claro – literalmente – o par de faróis de led.
No interior, elementos clássicos Aston, como o console central que une o painel ao túnel do câmbio. Mas há também um certo ar de Mercedes-Benz na cabine, em especial nas telas digitais e nos comandos do sistema de entretenimento. Nada de se estranhar, uma vez que a marca alemã detém 5% do capital da Aston.
Na hora de dar a partida, o modo Silent Start permite que você não acorde o prédio todo por disparar o alarme dos carros vizinhos.
Turbo instantâneo
Confortável como convém a um GT, não existem excessivos movimentos da carroceria. A direção é rápida, o que deixa a dianteira ágil. Nem parece que ali mora um colossal 5.2.
Ajudado pelo câmbio rápido e silencioso, o motor convence até os pilotos mais habituados a esportivos com motores de aspiração natural. O lag dos turbos é praticamente imperceptível. Rapidamente o corpo cola aos excelentes bancos com bom apoio lateral. Pudera: o torque máximo está disponível a partir de rasas 1.500 rpm.
No fim das contas, fica meu aplauso de reconhecimento ao bom trabalho feito neste importante DB11, um carro que consegue juntar um enorme conforto a um caráter esportivo de forma harmoniosa, ao mesmo tempo que seduz pela beleza e qualidade. Vida longa à Aston Martin!
Veredicto
No que depender dos atributos do DB11, a Aston Martin pode ficar tranquila. Empolgante pela beleza, qualidade e, claro, desempenho, ele tem tudo para ser visto como um objeto de desejo.
Ficha técnica – Aston Martin DB11
- Preço: 270.000 euros (Portugal)
- Motor: gas., diant., longitudinal., V12, 5.204 cm3, 48V, biturbo, 608 cv a 6.500 rpm, 71,4 mkgf a 1.500 rpm
Câmbio: automático, 8 marchas, tração traseira - Suspensão: Triângulos duplos (diant.) / multilink (tras.)
- Freios: discos ventilados
- Direção: elétrica
- Rodas e pneus: 225/40 R20 (diant.) / 295/35 R20 (tras.)
- Dimensões: comprimento, 473,9 cm; largura, 194 cm; altura, 127,9 cm; entre-eixos, 280,5 cm; peso, 1.770 kg; tanque, 78 l; porta-malas, 270 l
- Desempenho: 0 a 100 km/h em 3,9 s; velocidade máxima, 322 km/h