Não é de hoje que o Hyundai Creta 2022 é destaque por aqui. Até já dirigimos ele antes. Mas, agora, finalmente trata-se do SUV fabricado no Brasil, com motores, versões e até design concebido exclusivamente para cá.
Essa atualização também marca uma importante mudança na gama de motores e versões. O novo Creta está disponível nas versões Comfort, Limited e Platinum, com o motor três-cilindros 1.0 Turbo GDI de 120 cv, e na versão Ultimate, com o motor 2.0 aspirado de 167 cv preços que variam entre R$ 107.000 e R$ 147.000.
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O SUV compacto entra em pré-venda hoje (25/08) para clientes Hyundai e amanhã (26/08) para os demais interessados. Todos, porém, precisarão ter paciência: as primeiras unidades só serão entregues nos últimos meses do ano, segundo a fabricante.
Antes de citar o visual nem um pouco, digamos, “convencional”, ou mesmo as novas tecnologias de auxílio à condução, é importante destacar que a Hyundai apresenta o Creta 2022 como nova geração. E não é.
Não houve mudança de plataforma e não é difícil notar semelhanças na estrutura, como em colunas, portas e outras seções onde o novo design não consegue esconder partes estruturais.
Sem dúvidas, o modelo recebeu facelift profundo, com alterações expressivas no visual interno e externo, introdução de novos equipamentos e tecnologias e até algumas mudanças nas dimensões. Mas, isso não é o suficiente para classificá-lo como nova geração, assim como não foi suficiente para considerar a última reestilização do HB20 uma nova geração.
Design polêmico
Os primeiros flagras do Creta rodando em teste pelo Brasil começaram a pipocar em janeiro deste ano. Desde então, rumores de que haveria uma mudança expressiva no design do modelo para o Brasil começaram a circular e se intensificaram conforme o visual era cada vez mais revelado. Mas, de exclusivo, temos a grade frontal com pontos cromados com efeito flutuante.
Mas são os elementos ópticos que mais chamam atenção. A DRL (em led em todas as versões) emoldura os projetores dos faróis e essa peça fica separada por plásticos na cor da carroceria tanto da assinatura em led na parte superior quanto da peça na qual estão os faróis de neblina e a luz de seta.
Confesso que me causou estranheza essa separação, mas o conjunto se torna menos chocante depois de um tempo de convivência. Porém, essa mesma sensação de harmonia não existe para as lanternas.
As luzes de posição de leds também são partidas, mas a confusão geométrica de elementos, que ocupam boa parte da traseira, não agradam e também não trazem sofisticação para a traseira.
Diz a marca que os consumidores da Hyundai aprovaram o design no período de desenvolvimento do modelo brasileiro e que confiam na boa aceitação do público em relação à nova identidade visual.
Há, porém, elementos interessantes. Na lateral, há uma moldura que segue pela linha superior das portas e termina contornando a coluna C, sempre na cor prata — o que traz sofisticação para o SUV visto de perfil. Os vincos nas caixas de rodas também contribuem para um visual mais robusto.
As rodas de liga-leve são de 16 polegadas na versão de entrada, diamantadas e de 17 polegadas nas configurações intermediárias, e de 18 polegadas no topo da gama.
Mais conectado e seguro
A cabine traz bom acabamento com peças bem encaixadas e boa textura, porém o material continua sendo plástico rígido. Os bancos têm boa ergonomia e o console central está mais elevado, enquanto o painel de instrumentos fica voltado para o condutor. Esses atributos contribuíram para uma vida a bordo mais agradável.
A central multimídia BlueNAV tem tela de 10,25 polegadas, além de navegador GPS nativo e conexão Apple Car Play e Android Auto — mas apenas por cabo Só nas versões mais caras tem o carregamento de indução para smartphones. Nessa tela são exibidas as imagens das câmeras de ré, laterais e frontal, que formam uma visão 360 graus — função bem útil em qualquer manobra em baixa velocidade.
Outra tecnologia que se mostrou bem útil e é exclusiva no segmento é a câmera para monitoramento de ponto cego, que exibe no quadro de instrumentos a visão da lateral do carro após acionar a seta.
Há ainda no chamado pacote “SmartSense” uma série de tecnologias semiautônomas de auxílio à condução como sistema de frenagem autônoma, piloto automático adaptativo e assistente de permanência em faixa — porém eles só estão disponíveis na versão topo de linha Ultimate com motor 2.0.
Ainda em conectividade, o Creta está disponível com o Bluelink e traz novidades que não estão presentes na linha HB20, como a possibilidade de ajustar a temperatura do ar-condicionado automático digital e acessar as câmeras externas, o que significa poder visualizar, pelo aplicativo, o que se encontra ao redor do automóvel antes de se aproximar para embarcar.
Outra mudança são os comandos de voz. Ao pressionar um botão no volante é possível pedir para ligar e desligar o ar-condicionado, ativar a ventilação do banco do motorista e abrir e fechar o vidro.
Para completar, a linha 2022 também estreia com um novo teto solar panorâmico com área envidraçada que vai até a cabeça do passageiro traseiro — trazendo mais luminosidade a bordo.
Novas motorizações
A principal novidade é a adoção do motor 1.0 Turbo GDI de injeção direta de combustível — o mesmo que equipa a linha HB20. O três-cilindros entrega potência de 120 cv, com torque máximo de 17,5 kgfm.
Já o motor 2.0 recebeu uma recalibração e, segundo a marca, está 8% mais econômico em relação ao seu antecessor. O ganho nos números foi de apenas 1 cv, chegando aos 167 cv.
Na apresentação do Creta 2022, tivemos a oportunidade de dar algumas voltas na pista com as duas mecânicas. O carro equipado com motor 1.0 turbo se mostrou eficiente nas acelerações e retomadas, além disso as trocas de marchas não são sentidas graças a boa convivência do propulsor com o câmbio automático de seis velocidades.
Como o máximo de torque é entregue cedo aos 1.500 rpm, o Creta 1.0 turbo consegue ser ágil. O pênalti fica por conta do ruído elevado do motor, que invade a cabine nas retomadas.
Mesmo com a pouca convivência com a versão 2.0, ficou claro como o comportamento do Creta muda de forma significativa. É um caso curioso de SUV com motor turbo nas versões mais baratas e com motor aspirado, uma solução que vem perdendo espaço entre os SUVs compactos, no mais caro.
Cilindrada: 998 cm³
Potência: 120 cv (Etanol) | 120 cv (Gasolina) a 6.000 rpm
Torque: 17,5 kgfm (E) | 17,5 kgfm a 1.500 rpm
Taxa de compressão: 10.5:1
O 2.0 entrega seu torque máximo mais tarde, aos 4.700 rpm — e isso é uma característica natural dos motores aspirados da Hyundai — e isso compromete sua agilidade. Pela curva de torque, em rotações normais o 2.0 trabalhará entregando torque equivalente ao do motor 1.0 — que, entregando torque mais cedo, diverte mais e dá e segurança em qualquer ultrapassagem.
Cilindrada: 1,999 cm³
Potência: 167 cv (Etanol) | 157,3 cv (Gasolina) a 6.200 rpm
Torque: 20,6 kgf.m (E) | 19,2 kgfm a 4.700 rpm (G)
Taxa de compressão: 12.1:1
Nessa faixa de preço (R$ 107.000 e R$ 147.000) o Creta briga diretamente com o Jeep Renegade — o SUV mais vendido no acumulado do ano — e também com o VW Nivus, que tem alcançado um bom número de vendas a cada mês e que também oferece tecnologias de auxílio à condução.
A pergunta que fica é: com o novo design e nessa faixa de preço o Hyundai Creta continuará entre os SUVs mais vendidos e bem quistos do segmento?
Preço das versões do novo Hyundai Creta 2022:
VERSÃO | MOTOR | PREÇO |
Comfort | 1.0 Turbo GDI | R$ 107.490 |
Limited | 1.0 Turbo GDI | R$ 120.490 |
Platinum | 1.0 Turbo GDI | R$ 135.490 |
Ultimate | 2.0 Smartstream | R$ 146.990 |
Teste de desempenho – Hyundai Creta Platinum 1.0 Turbo
- Aceleração:
0 a 100 km/h: 11,26 s
0 a 1.000 m: 33,18 s – 152,51 km/h - Retomada:
D 40 a 80 km/h: 5,2 s
D 60 a 100 km/h: 7 s
D 80 a 120 km/h: 8,9 s - Frenagens:
60/80/120 km/h – 0 m: 17,8/25,4/59,2 m - Consumo:
Urbano: 11,5 km/l
Rodoviário: 14,4 km/l
Ficha Técnica – Hyundai Creta Platinum 1.0 Turbo
- Motor: flex, diant., transv., 3 cil., 12V, comando de válvulas variável na admissão e no escape, injeção direta, 998 cm³, 120 cv a 6.000 rpm, 17,5 kgfm a 1.500 rpm
- Câmbio: automático, 6 m., tração dianteira
- Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
- Freios: disco ventilado (diant.), sólido (tras.)
- Direção: elétrica
- Pneus: 215/60 R17
- Dimensões: comprimento, 430 cm; largura, 179 cm; altura, 163,5 cm; entre-eixos, 261 cm; porta-malas, 422 l; tanque de combustível, 50 litros; Peso, 1.270 kg
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