A aposta em carros globais desenvolvidos sobre uma mesma plataforma trouxe ao Brasil duas unidades do Fiat Grande Panda, o mais novo hatch da marca italiana. Estes protótipos são o primeiro passo para a nacionalização daquele que será o substituto do Argo e do Mobi, e o Fiat mais barato do Brasil a partir de 2026. O nome, porém, poderá ser diferente.
O flagra dos carros no aeroporto de Viracopos é de Marcos Pontes e foi publicado pelo jornalista João Anacleto. Trata-se de protótipos do carro europeu com os primeiros ajustes específicos para o projeto brasileiro. O que não deverá mudar são as dimensões: tem 3,99 m de comprimento e 2,54 m de entre-eixos.
O Grande Panda é baseado na plataforma Smart Car, como a Stellantis chama hoje a plataforma CMP dos Citroën C3, Aircross e Basalt, e dos Peugeot 208 e 2008. Essa plataforma é o novo padrão para os compactos do grupo e a Fiat é última marca generalista a adotá-la. O lançamento no Brasil demorará ainda mais porque precisam atualizar a fábrica de Betim (MG).
A atualização não será em vão, pois uma nova família de carros já está prevista. Será composta por um SUV baseado no Aircross para substituir o Pulse, um SUV cupê derivado do Basalt para substituir o Fastback e até uma picape cabine dupla, a substituta da Strada no futuro. Mas essa família só ficará completa no Brasil no final desta década.
O hatch compacto é tratado em Betim (MG), onde será desenvolvido e fabricado, como nova geração do Argo ou pelos codinomes o Projeto 328/F1H. Como o Fiat Mobi não tem uma nova geração prevista, este carro será o mais barato da Fiat no Brasil a partir do momento que os modelos mais antigos saírem de linha.
O design do carro nacional poderá seguir as formas do Grande Panda, mas não será exatamente igual. O carro europeu tem seu nome estampado nas portas, por exemplo, além de faróis compostos por pontos de led. A tendência é que a versão brasileira tenha outros destaques, até mesmo porque chegará 2 anos mais tarde. As formas quadradas, porém, seriam um convite para reviver o nome Uno.
Um conceito que também está mantido é que a plataforma Smart Car pode dar origem a carros com motor a combustão (que no Brasil serão os 1.0 e 1.3 da família Firefly e GSE turbo, com sistema híbrido leve) ou um motor elétrico e todos eles podem ser fabricados na mesma linha de produção. Nos carros mais baratos, o motor elétrico pode ter entre 58 cv e 113 cv, e as baterias podem ter entre 29 e 44 kWh.
Desta forma, a fábrica de Betim (MG) se tornará capaz de fabricar um carro elétrico no futuro. Tudo dependerá da demanda e, também, da produção local de motores elétricos e baterias.